Love, Victor 1x08 – Boys’ Trip



“It’s been the best night of my life”
QUE EPISÓDIO MAIS LINDO, DESSES DE DEIXAR O CORAÇÃO QUENTINHO. Acredito que “Boys’ Trip” é o melhor episódio de “Love, Victor” até aqui, talvez o melhor episódio de toda a série, porque ele tem um significado muito forte… é extremamente simbólico e marcante, traz uma série de mensagens e é o tipo de coisa que nós adoraríamos ter assistido na adolescência – eu adoraria ter assistido, eu precisava ter assistido, porque a série que acabou fazendo isso por mim foi “Glee”, quando eu já era mais velho que o Victor é, mas ainda assim foi impactante, ainda assim significou muito pra mim, permitiu que eu me visse nos personagens e que eu me aceitasse. Eu acho que é esse tipo de episódio que marcará “Love, Victor” por tudo o que ela é e ela representa, porque nós vivemos essa jornada com Victor… se nós nos reconhecemos em dramas vividos pelo personagem até aqui, nós também vivemos cada segundo dessa viagem a Nova York com ele.
E é libertador.
Não sei o que eu esperava do episódio… eu sabia que seria excelente, mas talvez eu não soubesse como, não soubesse quanto, e a série foi inteligente, humana e apresentou um episódio tocante e sincero, nos dizendo o que precisávamos ouvir. Victor começa o episódio preparando tudo para a sua viagem a Nova York, para visitar Simon, e eu adorei como ele conseguiu a autorização com os pais, de uma forma quase debochada, dizendo que era uma viagem do time de basquete e dizendo que “falou sobre isso há muito tempo e que até entregou para eles a autorização” – que, agora, ele enfia entre as correspondências da família. E, intencionalmente ou não, ele diz que “eles devem ter se esquecido no meio de tudo o que está acontecendo”. Gente, jogou muito bem, né? Apelar para a culpa e então ninguém vai questioná-lo…
A alegria de Victor entrando naquele ônibus.
Eu estava eufórico como ele.
Enquanto isso, na sua cidade, o que importa realmente é o Felix… eu já disse que eu amo o Felix? Lake continua errando com ele com aquela história de “mantê-los em segredo” (“You’re my sexy little secret”), mas esse também é um episódio de crescimento para ela, quando os dois, mais Mia e Andrew, ficam de detenção no sábado e Mia acredita que Lake esteja saindo com Andrew… aqui, temos duas coisas importantes: Lake acaba contando para Mia que está com Felix, e percebe que Mia se importa muito com Andrew. É bom, porque daí ela também está “enganando o Victor”, de alguma maneira, e não vamos ficar tão tristes no fim… mas o melhor de tudo, claro, foi o Felix, e a maneira como ele lidou com toda a situação – arrasado, sim, mas se impondo e, inclusive, desafiando o Andrew, que foi uma cena MARAVILHOSA que me encheu de orgulho dele!
Victor chega a Nova York e recebe uma mensagem de Simon dizendo que “ele não está na cidade”, o que gera um imediato desespero no garoto, mas Simon não o abandona – ele o deixa em boas mãos, e Bram vai buscá-lo, e então tudo já começa. Victor está ali porque, como Simon disse na sua última mensagem, ele precisava ver como é a vida dele em Nova York, precisa saber e ver que existe tanta coisa além do Ensino Médio, além de sua família… ele está ali para ter uma experiência gay de verdade, para ser quem ele quer ser, sem medo de que o julguem, e esse é um passo muito grande. E Bram o cumprimenta como se o conhecesse desde sempre, com um sorriso lindo no rosto e um beijo no rosto, algo que Victor realmente não está acostumado a receber de outros caras, mas a verdade é que isso é Nova York: NINGUÉM SE IMPORTA.
“It’s all good. It’s New York, nobody gives a shit. Trust me”
Bram leva Victor para o apartamento que divide com Simon e mais três pessoas… todos LGBT, e Victor fica meio impactado, em um primeiro momento. Ele não consegue dizer quem é de verdade, nem o que está fazendo ali, e ele diz a Bram que Simon é o único para quem ele contou tudo, e ele sente que não conhece essas pessoas, mas Bram sabe o que fazer. Se aquela primeira impressão foi forte, e se, como Victor disse, ele está ali “pelo esporte”, ele o leva para jogar basquete com uns caras… e é uma cena tão legal, tão simples, tão gostosa de se assistir. Ali, ele age naturalmente, ele se diverte, e só no fim do jogo Bram conta que todos ali são gays. Até os que “não pareciam” gays, sob o olhar de Victor. E vemos a sua expressão se iluminar ao ver dois jogadores se beijando na hora de ir embora, ou que “existe gay de todo jeito”. É realmente um mundo.
E Bram é MARAVILHOSO!

“I just wanted you to see that there's no one way to be gay. Right? You can be femme, you can be butch, athletic, or in Simon's case, painfully un-athletic. But the one thing you can't be is afraid. Victor, you came here because you wanted to belong. I got an apartment filled with super gay roommates who would be thrilled to accept you. So don't be too scared to let them in”

E, depois desse pequeno discurso, GANHAMOS A CENA MAIS LINDA DE TODO O EPISÓDIO. Bram leva Victor de volta para o apartamento, e então Victor começa a se envolver… ele pergunta porque tantos gays gostam de se vestir como drag, se é “legal interpretar um personagem”, e Justin lhe mostra uma foto dele há alguns anos, vestido de mórmon com pais extremamente religiosos… aquilo era interpretar um personagem. Aquilo que o Victor vê agora é ele mesmo, como ele é, sendo livre. E Victor compartilha com eles o fato de os pais também serem religiosos, e de ele temer a reação deles quando disser que… é como eles. Victor ainda não consegue usar a palavra “gay” para se referir a ele mesmo (e não é invenção da série, é assim mesmo que nos sentimos, é um passo importantíssimo quando dizemos isso pela primeira vez, mas a adrenalina, então, parece correr por nossas veias), mas ele diz… de outro modo. Os olhos cheios de lágrima.

“I really worry... how they'll react if I ever tell them that I'm, um... I'm like you guys”

Os olhos de Victor cheios de lágrimas. Os olhos dos três roomies de Bram também cheios de lágrimas, e então Justin o abraça antes dos outros. E TODO MUNDO ABRAÇA O VICTOR – ESSA CENA FOI ALÉM DA PERFEIÇÃO. Foi um momento tão singelo, tão belo, que me levou às lágrimas… e foi apenas a primeira vez no episódio que eu chorei. Naquela noite, eles levam Victor para uma festa (“Oh, it’s baby’s first gay club”), e eu não vou negar que, naquele momento, eu tive inveja dele… tive mesmo. Queria eu ter tido essa experiência aos 16 anos, mas eu fui um daqueles que teve isso tudo tardiamente… meu primeiro beijo com um garoto foi aos 19 anos, e foi o primeiro beijo que contou – quem é que tem seu primeiro beijo aos 19 anos, você pode se perguntar, mas eu respondo: muitas pessoas que, como o Victor, temem e fingem no começo…
Porque, como ele disse no episódio passado, “não querem a vida deles seja difícil assim”.
Mas eu estava feliz, como se fosse meu eu de 16 anos vivendo através de Victor… e Victor estava encantado. Afinal de contas, ele sempre se sentiu “diferente”, mas ali ele era parte de algo, ele não era “diferente”… todas aquelas pessoas eram gays. Inclusive, ele até recebe uma espécie de cantada de um cara que, por sinal, é muito bonito! “Yo, I’m Mike”, o cara diz, olhando e sorrindo para o Victor, mas o Victor só responde um desajeitado “Uh… nice”, nervoso, e nem sabe de fato o que estava acontecendo. A reação dele quando dizem para ele que O CARA ESTAVA TENTANDO FLERTAR COM ELE e o Victor pergunta “He was?” é sensacional, porque tudo isso é muito novo para ele… ele não está habituado a caras interessados nele, o cantando. Eu ri, o que foi estranho, no meio de tantas lágrimas emocionadas que o episódio estava me arrancando.
Vivi tudo bem intensamente nesse episódio.
As coisas quase desandam quando Ivy cita Benji, e então ele percebe que o Simon contou a todos eles… ele se sente meio traído, meio enganado. E é mesmo uma situação desconfortável. E ele sente que mentiram para ele, porque fingiram não saber quem ele era quando ele chegou, e então ele fica chateado, ele vai embora, e quando ele está do lado de fora do bar, no frio de Nova York, sozinho, quem aparece? O SIMON SPIER, MARAVILHOSO COMO SEMPRE! É tão bom vê-lo, e já quase achávamos que ele não apareceria… mas ali está ele, e ele abraça Victor, mas percebe que algo está errado, e então eles têm uma pequena briga. Não é uma briga de verdade, mas o Victor diz que confiou nele, e então o Simon entende, mas diz que “não é assim, como ele está pensando”, e eu não sabia o que eu esperava, mas a explicação do Simon NÃO PODIA SER MAIS PERFEITA.
Simon deixou aquelas mensagens ao longo da temporada ainda mais belas agora.

“Look, when you first messaged me, I was touched. Really. But... You know, I was scared, too. I, I know you want me to be this, like, guru who has all the answers, but the truth is, I don't. And I didn't want to push you too hard, or tell you the wrong thing. Or make your life any harder than it already was. And look, like you said in your first message, we're not the same. I never had a girlfriend. But Bram did. And I, I didn't have super religious parents, but Justin did. Every one of my friends had a little bit to offer. A little piece of the puzzle. They weren't sitting around laughing about your life. They were in your corner, listening, and helping, and, and cheering you on”
“Why would they want to help a complete stranger?”
“Because you're not a stranger. You're one of us. To me, that's the best part about all of this. Having a community. A group of friends that gave up an entire weekend to help a kid that they've never met, just because they know that on some level, we've all been through the same thing. Because we're family

Eu às lágrimas novamente
Então as mensagens de Simon não eram apenas de Simon, no fim das contas, e eu acho que faz sentido – e tornam as mensagens ainda mais importantes, ainda mais valiosas, afinal. Foi a Simon que Victor recorreu, porque Simon era o símbolo, “a lenda de Creekwood”, mas Simon não tinha todas as respostas e tinha pessoas ao seu redor que podiam ajudar… eu gostei de saber que não era apenas o Simon ajudando o Victor, mas um grupo de pessoas que se importavam com ele… Simon, Bram, Justin, todos eles. E, dessa vez, foi o Simon, e apenas o Simon, quem soube o que dizer, quem soube consertar a situação, quem arrancou um sorriso feliz de Victor… e, para deixar a cena ainda mais simbólica e bela, o Victor ainda comenta sobre o frio de Nova York e o Simon LHE PRESENTEIA COM O SEU CASACO, AQUELE QUE ELE USAVA NO FILME.
Como recordação do seu fim de semana em Nova York.
OWN! <3
A passagem da tocha.
Assim, o episódio faz exatamente aquilo que se propôs a fazer, e levanta nosso espírito, dá mais perspectiva a Victor, e o ajuda a se aceitar, a ver que existe vida além de seu mundinho e que está tudo bem ser quem ele quer ser… ele volta para dentro do bar, ele dança, ele ri, ele se diverte, ele até sorri de volta para o tal de Mike, porque agora sabe que ele está flertando com ele. Foi TÃO BOM ver o Victor feliz daquela maneira, nunca o tínhamos visto assim. E, para finalizar o episódio, temos Tanya subindo ao palco e então chamando o Victor, perguntando como tem sido a sua noite… antes de responder, Victor olha para cada uma das pessoas que agora são seus amigos, e que não o ajudaram apenas nesse fim de semana, mas em todo esse processo, e então ele responde, com convicção, que “aquela é a melhor noite de sua vida”. Porque é.
Chorei.
QUE EPISÓDIO LINDO! <3


Para mais postagens de Love, Victor, clique aqui.


Comentários

  1. Ah, fui as lágrimas assistindo este episódio (a cena do abraço no apartamento 💖) e tbm chorei com seu texto. Não tem como não se identificar. Queria ir comentando cada uma das suas resenhas, mas não consegui... Porque 'Love, Victor' me deixou meio que hipnotizado... Lá se foi mais uma madrugada maratonando dez episódios que passaram muuuuito rápido.

    Allef Christian

    ResponderExcluir

Postar um comentário