Sandman, Volume 1 – Sonhe um Breve Sonho Comigo
Dream a
little dream of me…
EM BUSCA DA
PRIMEIRA FERRAMENTA ROUBADA DE SANDMAN: A ALGIBEIRA. Eu estou amando “Sandman”, e olha que ainda estamos na
terceira edição, ainda dentro de “Prelúdios
& Noturnos”, o primeiro volume da aclamada HQ de Neil Gaiman que
revolucionou o gênero… novamente, o roteiro nos cativa página a página,
queremos ver mais, viramos as páginas apaixonadamente, mas, ao mesmo tempo, não
queremos deixar aquele momento para trás. Cada detalhe é precioso, é
importante, cria toda a experiência
que é a leitura de “Sandman”, e eu
estou amando como cada edição tem sua “independência”, podendo trilhar novos caminhos, ainda que
estejamos dentro de uma mesma história maior… se na primeira edição tivemos o
sequestro de Sandman e a Doença do Sono, através de décadas, e a segunda
tivemos um pouco do Sonhar, aqui temos algo novo…
John Constantine.
É
impressionante o que Neil Gaiman pode fazer, o quanto ele pode trazer para o
universo de “Sandman”, e como isso
faz sentido – é bom ver o personagem
ali! John Constantine é um famoso personagem da DC, embora ainda tivesse poucos anos de história na época em que “Sandman” foi publicado pela primeira
vez (a revista de Neil Gaiman é de 1989, e Constantine apareceu pela primeira
vez nas revistas da DC em 1985), e suas tramas mexem com magia, ocultismo,
demônios… ele tem tudo a ver com o
universo sombrio e interessante que está sendo construído para “Sandman”.
Na última revista, depois de escapar de seus 70 anos de cativeiro,
Sandman/Morfeus (ou qualquer outro nome pelo qual ele atenda, como Sonho e
Devaneio) foi em busca das ferramentas que lhe foram roubadas… e descobriu que uma delas estava com John
Constantine.
Assim,
começamos a revista acompanhando Constantine, enquanto ansiamos pelo momento em que Sandman aparecerá exigindo sua
algibeira de volta. E é legal como a edição tenta alertar Constantine para a chegada de Sandman (“Alguma coisa está tentando me falar de alguém…”), através de uma
série de sinais, especialmente nas músicas que casualmente aparecem para ele,
no rádio ou onde for: “Dream a Little
Dream of Me”, primeiro, “Mister
Sandman”, depois (essa música me faz pensar em “De Volta Para o Futuro”), e “Sweet
Dream (Of You)” depois. Mais tarde, uma mulher que ele chama de “Hetti
Maluquete” lhe fala abertamente sobre como “ele” está de volta: Morfeus, o
Oniromante, o Sandman… ou o “João Pestana”, como Constantine o chama para se
desfazer dele, dizendo que “isso é só um
conto de fadas”.
Mas a mulher tem 247, afinal de contas, e “tá
sabendo” – ela alerta John Constantine para o fato de “ele” estar de volta e estar querendo o que é dele… e John
realmente está ouvindo umas músicas suspeitas… “Sweet Dreams (Are Made of This)”, “Dream Lover”, “Power of Love”…
e está tendo sonhos, que eventualmente se tornam ruins e aterradores. No terceiro dia, enfim, SANDMAN DÁ AS CARAS NO
APARTAMENTO DE JOHN CONSTANTINE. O momento pelo qual todos nós estávamos
esperando, e é realmente MUITO BOM, embora a relação deles acabe sendo
completamente diferente do que eu tivesse imaginado… Sandman só quer sua
algibeira de volta, ele não está ali em busca de vingança nem nada assim… no fim, John Constantine não teve nada a ver
com o que lhe aconteceu, nem mesmo com o que lhe foi roubado. E os dois
formam uma “dupla” e tanto.
Quando
Sandman pergunta sobre a algibeira, John Constantine sabe do que ele está
falando, mas também sabe que é algo que
ele não vê há anos… mesmo assim, ele se propõe a procurá-la – até porque,
no fundo, ele sabe que não tem opção…
gosto dos dois procurando em uma espécie de depósito ou algo assim, e então
Constantine se dá conta de que a algibeira (um saquinho com areia dentro, que
ele nunca pôde abrir) só pode ter sido
roubada, há anos, por Rachel, junto com uma série de outras coisas… então,
eles vão em busca dessa antiga namorada de John, e Sandman consegue sentir,
assim que eles chegam na casa, que a
algibeira está ali… mas ele também sente que algo mais está ali, e que
Constantine não deveria entrar, porque não é seguro para ele… ali existem
coisas que não deveriam estar à solta na Terra… mas Constantine não vai
recuar.
Agora ele está curioso!
A entrada na
casa é tudo o que “Sandman” está se
mostrando ser: aterradora, curiosa e repleta de mistérios. Amo o universo, os
conceitos de “Sandman”, o uso dos
sonhos, e aquela coisa de sonho versus
realidade quando Constantine, por reflexo, coloca a mão no interruptor para
ligar a luz, mesmo sabendo que a energia
foi cortada, e ele sente sua mão tocar em algo úmido e, no próximo
instante, ele se vê em um sonho,
despencando… de um avião em chamas?
Sandman o resgata, o traz de volta para aquela realidade, e ele desperta
apavorado, suando, dizendo que “foi só um sonho”, mas Sandman lhe avisa: “NUNCA é ‘só um sonho’, John Constantine.
Aqui menos do que em outros lugares…” E, com tudo o que presencia na casa e
todas as dicas que recebeu ao longo da edição, Constantine nomeia o Perpétuo na
sua frente pela primeira vez…
Sonho.
Constantine e
Sandman enfrentam criaturas submissas ao Sonho, mas que já se sentiram livres
para fazer o que bem entendessem,
depois que seu mestre passou tantos anos
desaparecidos, antes que possam chegar até a Rachel, aquela mulher
debilitada que vimos no início da edição, à beira da morte, e é um momento bastante
macabro. Ali, Sandman consegue recuperar a sua algibeira, e enquanto John
Constantine se preocupa com Rachel, ele o avisa que ela não vai sobreviver… ela já devia estar morta, mas a areia a manteve
viva – agora, ela deve morrer em breve. Mesmo que seja um tanto assustador
e macabro, a edição consegue também se tornar bela, de uma forma melancólica,
quando Sandman tem piedade daquela mulher e joga um pouco de sua areia no seu
rosto, permitindo-lhe ter um sonho tranquilo
enquanto morre em paz.
Foi um final
bonito, emocionante.
Já podemos
amar essa HQ, né?
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