Sítio do Picapau Amarelo (2004) – A Estrada: Parte 3
“A minha casa ninguém vai derrubar!”
Estamos
CHEGANDO AO FIM de “A Estrada”, da
terceira temporada do “Sítio do Picapau
Amarelo”, e da jornada de César Cardadeiro e Lara Rodrigues como Pedrinho e
Narizinho no programa. A última semana, infelizmente, não tem nenhum tipo de
despedida para os intérpretes de personagens tão importantes na nova versão do “Sítio”, e eu estava esperando algo. Talvez não algo tão grandioso quanto a despedida de
Rosana Garcia e Júlio César em “A Máscara
do Futuro”, de 1980, mas ao menos uma pequena festa, ou uma fala deles para
a câmera, mais ou menos como a Dona Benta costuma fazer em encerramentos de
temporada… é um momento importante, em que eles estão passando esse legado
adiante, mas a história termina como qualquer outra história da temporada… ainda assim, é um final excelente para essa
última jornada.
Como eu
comentei na Parte 1 de “A Estrada”,
essa história tem uma série de tramas paralelas, e que se conectam, sendo
desenvolvida. A começar pela Cléo, que está tão desesperada para escapar do pai
e ficar morando para sempre no Sítio do Picapau Amarelo, que vai fazer qualquer
coisa para agradar a Dona Benta – inclusive, ir à caverna da Cuca para salvar a
Tia Nastácia. Então, ela oferece um chocolate para o Rabicó para que ele a leve
até lá (!), mas ela acaba se perdendo, porque o Rabicó não quer chegar tão perto da caverna da Cuca… e, assim, a Cléo acaba conhecendo
a Iara. E como a Iara ainda está preocupada
com novas rugas que ela está descobrindo, Cléo usa isso a seu favor, e lhe
oferece de presente um creme que era de sua avó, e a Iara adora presentes… ela até diz que “faria qualquer coisa por ela agora”.
Então, Cléo pede sua ajuda.
É irônico que
a Cléo peça a ajuda justamente da Iara para salvar a Tia Nastácia, tendo em
vista que foi a Iara quem a entregou
para a Cuca, em primeiro lugar! Mas Iara lhe deu sua palavra, então ela vai
ajudar, e a leva até a caverna – antes de deixar que ela entre, no entanto,
Iara pergunta se ela tem certeza disso,
porque “a Cuca é uma bruxa muito poderosa”. Enquanto isso, Rabicó conta para o
pessoal do Sítio sobre o paradeiro da Cléo, e Emília conta sobre o seu plano de
colocar soro de planta dormideira nos ovos que o Pesadelo levou para fazer
omelete para a Cuca… a uma hora dessas,
ela já deve estar dormindo. Cuca até desconfia de algo quando ela fica com
toda a omelete e o Pesadelo diz que “nem queria mesmo”, porque o Pesadelo nunca recusa comida, mas aí já é tarde
demais… ela já comeu, e o sonífero já fez
efeito… a jacaroa despenca sobre o prato!
Quando a Iara
e a Cléo entram na caverna da Cuca, com a jacaroa já adormecida, Iara leva
tanto a Cléo quanto a Tia Nastácia para o
fundo do riacho, para protegê-las da fúria da Cuca. Logo a bruxa vai acordar, e
Iara acha que é melhor que elas fiquem ali, em segurança, até que a sua raiva
passe. Quando as crianças chegam na caverna da Cuca atrás da Cléo e da Tia
Nastácia, elas já não estão mais lá. Enquanto isso, uma nova “visita” chega à
casa do Coronel Teodorico, a amedrontadora e divertida Sra. Tonha, MÃE DO
TERRÍVEL CORONEL TIMBÓ JR., que está ali para colocar ordem nessa bagunça toda. Com a mãe presente, ele se
transforma em outra pessoa… ela bate nele, puxa sua orelha, e o chama de
irresponsável porque “faz uma semana que ele não manda notícias”. Além disso, Tonha conta que a filha dele
sumiu, fugiu do colégio interno em que estava.
Tonha, então,
coloca o Coronel Timbó Jr. para procurar sua neta, a menina Cléo, e Dona Benta
é a primeira a entender por que, então, Cléo desaparecia toda vez que ouvia o
nome do Coronel – só pode ser ela.
Quem lhe conta sobre a chegada de Tonha e o desaparecimento da garota é o
Coronel Teodorico. Enquanto isso, acompanhamos a Cléo sofrendo no fundo do riacho, pensando que o pai não se importa com ela:
“Que sorte desse peixinho… tem um pai que se preocupa com ele”. Então, Cléo
conversa com a “Iarinha” e conta que o seu pai não gosta dela, e lhe faz um pedido:
será que ela pode ficar morando ali no
riacho com ela para sempre? FOI TÃO TRISTE A CLÉO CHORANDO DAQUELA MANEIRA,
ABRAÇADA À TIA NASTÁCIA, DIZENDO QUE NINGUÉM SE IMPORTA COM ELA E QUE O PAI NEM
DEVE ESTAR SENTINDO A SUA FALTA. Pobre garota!
Até a Iara chora com ela.
“Eu só queria ter amigos. Brincar com outras
crianças. Queria que painho fosse igual aos outros pais”, Iara se lamenta.
E Cléo, Iara e Tia Nastácia choram juntas no fundo do riacho – “Ai que aperto no coração”. Emília e
Pedrinho, sabendo que a Cléo e a Nastácia estão bem, vão em busca do Saci na
garrafa que o Coronel Timbó Jr. prendeu – afinal de contas, esse era o acordo
com os sacis e com o Caipora: eles
ajudariam a achar a Tia Nastácia, e ela ajudaria a salvar o saci. Enquanto
os sacis e o Caipora estão distraídos demais com um carro na frente da casa do
Coronel Teodorico, ou então causando confusão na sala com o Coronel Timbó Jr. e
a Sra. Tonha, Emília e Pedrinho reviram o quarto do Coronel Teodorico em busca
da garrafa com o saci, e, a princípio, só encontram a sua carapuça… depois,
eles têm que se esconder embaixo da cama para que a Tonha e o Timbó não os
vejam ali.
E é então que a Emília encontra o Saci
embaixo do assoalho.
MISSÃO
CUMPRIDA! \o/
Mas Timbó
ainda quer encontrar sua filhinha, e quando ele encontra o Pedrinho e a Emília,
ele tenta fazê-los falar a respeito da Cléo, mas tudo o que Emília fala é que ela não queria que eles soubessem que ele é
o pai dela – “Você é muito ruim. E deve ser por isso que a Cléo tem vergonha de
você”. É verdade que a Emília pegou um pouquinho pesado, MAS O TIMBÓ JR.
MERECEU! E Emília só disse a verdade… tanto que ela não quer mais sair do fundo do riacho. Quando a Iara libera a
Tia Nastácia e o Saci lhe dá uma carona de volta para o Sítio, Nastácia conta
para Dona Benta onde está a Cléo e que
ela não quer sair de lá. Como Dona Benta é excessivamente boa, ela resolve
ir até a cidade para conversar com o Coronel Timbó Jr. e lhe contar que sabe onde está sua filha, porque “ele
tem o direito de saber, e eles a obrigação de contar”.
Mas o Timbó
não merece qualquer tipo de respeito… além de presumir que ela foi lá para vender seu sítio para ele, ele ainda os
acusa de “ter colocado coisas na cabeça de sua filha e de a terem colocado
contra ele”, o que é revoltante. De qualquer maneira, Timbó Jr. os manda
embora, e eles vão, de bom-grado – Dona
Benta já fez mais que sua obrigação, e isso já a deixa tranquila. Agora, no
entanto, o terrível Coronel Timbó Jr. decidiu mandar derrubar o Sítio do Picapau Amarelo, “colocar tijolo a
tijolo no chão”, para que “aquela Dona Benta e aquelas crianças enxeridas se
arrependam de colocar sua filha contra ele”. É TÃO TRISTE E REVOLTANTE QUE ELE
NÃO PERCEBA QUE O ÚNICO ERRADO É ELE… QUE O CULPADO DE A CLÉO TER FUGIDO É SÓ
ELE E MAIS NINGUÉM. Teodorico pede a
ajuda de Tonha, e ainda diz que o pessoal do Sítio são os únicos que podem
salvar a Cléo.
E são mesmo.
E eles vão fazer isso.
As crianças
usam o pó de pirlimpimpim para ir ao riacho buscar a Cléo, não pelo Coronel
Timbó, de maneira alguma, mas pela própria Cléo. Mas ela não quer ir embora. Pedrinho fica triste, diz que pensou
que ela gostava dele, e pede que ela volte, mas ela fala sobre o pai e sobre
como acha que ele não gosta dela, e
no fim as crianças são expulsas pela Iara, e a Cléo continua lá embaixo…
Pedrinho volta à superfície a tempo de ver o Coronel Timbó se afogando no
riacho para tentar buscar a filha, e salva
a sua vida – não que ele vá reconhecer isso, de qualquer maneira. Por uma
concha, que funciona mais ou menos como a
bola de cristal da Cuca, Iara vê o pai se afogando, e percebe que se ele veio até ali mesmo sem saber nadar,
isso só pode querer dizer que ele sentiu a sua falta, e que ele gosta dela
afinal de contas… então, a Cléo finalmente decide subir.
Mas, claro,
Timbó não mudou nada.
Assim que
acorda, depois de quase morrer afogado e ser salvo pelo Pedrinho, ele briga com
as crianças do Sítio do Picapau Amarelo, e logo o seu capanga aparece falando
sobre as pessoas que ele mandou invadir o
Sítio. Chorando e brava, Cléo vai embora novamente, dizendo que ele não
mudou, que ele “continua sendo o mesmo coronel malvado de sempre”. E continua. Timbó, no entanto, não
admite seus erros, e culpa as crianças do Sítio, dizendo que ela foi embora por causa deles – e ainda
manda o Pedrinho se afastar de sua filha! Fiquei muito triste pela Cléo,
que corre pela mata, chora e sofre (“Painho
não vai mudar nunca. Não adianta”), e ela acaba sendo pega pela Cuca, ainda
mais quando o Pesadelo conta que foi ela
quem ajudou a Tia Nastácia a fugir. Mas Cléo não fica prisioneira da Cuca
por muito tempo, porque a IARA a salva!
“Tá pensando o quê? Que vai cozinhar minha
amiguinha? Não vai, não!”
O terrível
Coronel Timbó Jr. continua com as suas maldades. Quando ele encontra novamente
as crianças na mata, e ele diz que “não precisa da ajuda de ninguém para
encontrar sua filha”, Emília volta a provocá-lo, dizendo que a Cléo tinha dito
que queria morar no Sítio com eles, e
Timbó diz que eles nem têm mais onde
morar… o Sítio do Picapau Amarelo já não existe. Sem saber o que ele quis
dizer com isso, as crianças correm de volta ao Sítio, para ver se está tudo
bem. O Sítio está sendo invadido por máquinas que chegaram para DEMOLIR a casa
(!), e foi tão emocionante a Dona
Benta decidida, parando de braços abertos na frente do trator, em forma de
protesto: “A minha casa ninguém vai
derrubar!” E então, todos se reúnem ao redor dela. Toda a turma, todos os
moradores, todas as pessoas que AMAM aquele lugar tanto quanto ela.
Um momento emocionante e triste.
No fim,
Emília chama a sacizada e o Caipora, e eles levam o trator embora com os
redemoinhos… estaria tudo resolvido, se as máquinas agora não estivessem
rumando para a mata, para derrubar todas as árvores e acabar com o lugar…
Badalo vê a movimentação e corre para avisar o Pedrinho e o resto do pessoal: o
Coronel Timbó Jr. pretende derrubar o
capoeirão. Mas ele não consegue, e dessa vez se unem sacis, o Caipora, a
Iara e até a Cuca – afinal de contas,
ninguém vai mexer na sua mata! “Que algazarra é essa na minha mata?” Então,
Cuca começa a transformar todo mundo em animais, e os coloca para correr. Iara
também faz algo, e transforma o malvado Coronel Timbó Jr. em PEDRA – por mim,
ele teria ficado daquele jeito PARA SEMPRE… mas é o pai da Cléo, no fim das
contas, e ela o ama… por isso, ela chora
ao vê-lo assim.
Quando o
pessoal do Sítio chega na mata, encontram Cléo chorando por causa de painho, e
eles levam a estátua de pedra para o Sítio – e quem é que vai salvar o ingrato? O PESSOAL DO SÍTIO, É CLARO.
Mesmo que ajudem o Coronel, todos eles deixam muito claro que estão fazendo
isso pela Cléo, não por ele. Emília e Visconde vão até a Iara para falar com
ela, e embora inicialmente ela não queira desfazer o feitiço, porque ele mandou
derrubar a mata, prendeu um saci e fez mal à sua amiga (!), ela acaba aceitando
por um presente que a Emília diz ser
“perfume de fada”. Como é fácil conseguir a ajuda da Iara, né? Então, em
uma cena divertida, a bonequinha de pano consegue convencer a mãe d’água a
transformar o Coronel Timbó Jr. de volta em gente, mesmo que muitas pessoas tivessem preferido que
ele ficasse assim para sempre…
Emocionada,
Cléo abraça o pai, e essa última experiência, e essa última ajuda, fizeram com
que o Coronel Timbó Jr. repensasse as suas ações – pela primeira vez, ele
reconhece que “foi muito mal”, e até agradece o Pedrinho por salvá-lo de morrer
afogado. FINALMENTE, PARECE QUE TUDO VAI FICAR BEM. O Badalo consegue
finalmente levar o Zumpilion embora, e a Cléo consegue a autorização do pai
para passar uns dias no Sítio do Picapau Amarelo, pelo menos até as aulas
começarem de volta. Os dois até comem
macarrão a la “A Dama e o Vagabundo”, com direito a um beijinho no final e
tudo! E, assim, nos despedimos de mais uma temporada do “Sítio do Picapau Amarelo”, e nos
preparamos para a temporada 2004, em que muita
coisa vai mudar no programa… e eu estou muito ansioso para compartilhar
minha opinião sobre a quarta temporada, que eu amo!
Mas vamos fazer uma pausa antes…
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de Luz
Olá, no blog tem os epsodios? ou você vende?
ResponderExcluirOlá! Sinto muito, não posto ou vendo os episódios, eu só comento mesmo como forma de recordar/homenagear... mas procure no YouTube. Havia canais que tinham postado as 4 primeiras temporadas completas. Recentemente, a maioria dos vídeos caíram, mas estão sendo postados novamente... procure por "Sítio" e o nome da história que deseja. 2001 e 2002 são os mais fáceis de encontrar...
ExcluirO que eu mais achei engraçado, foi aquela cena, em que o Pesadelo apareceu todo triste, dizendo: "Sobrou pra mim, sempre sobra pra mim, sempre sobrará", kkkkkkkkkk, vocês também não acharam engraçado?
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