The Twilight Zone 2x01 – Meet in the Middle
“A voice in
your head can mean a few different things. A conscience, divine inspiration... or madness. But
what if, instead, it were a case of crossed wires, one made through the
tangled, enigmatic switchboards of The Twilight Zone?”
GENTE, O
NERVOSO QUE EU PASSEI COM ESSE EPISÓDIO! O remake de “The Twilight Zone” está de volta, e pegou muita gente de surpresa
com o lançamento de todos os episódios de
uma vez, diferente do que aconteceu na primeira temporada. Ainda existem
muitas críticas à nova versão de “The
Twilight Zone”, mas eu achei que a segunda temporada começou muito interessante – “Meet
in the Middle” foi mais interessante que VÁRIOS episódios da primeira
temporada! Eu gosto dessa sensação bizarra de estranheza que as tramas da série causam, de como sentimos nossa
cabeça girar, de como ficamos
interessados no desfecho da história, e de como o episódio conseguiu nos
prender fazendo com que o suspense aumentasse, culminando em um final angustiante, ainda aberto a
interpretações… Annie Mitchell falava
mesmo com Phil Hayes?
Eu acho que
sim.
O episódio
começa nos apresentando Phil Hayes, um homem que acha que vai passar o resto da vida sozinho, e que está em mais um
encontro fadado ao fracasso – quando ele escuta uma voz dentro de sua cabeça.
Ele tem, no banheiro do restaurante, uma pequena discussão com quem quer que
esteja “do outro lado”, e então os dois fazem um acordo dizendo que vão deixar
o outro em paz… mas o problema é que a
partir do momento em que você ouve uma voz dentro da sua cabeça e acredita que
é mesmo outra pessoa falando com você, você não vai deixar isso para lá…
assim, na manhã seguinte, Phil tenta falar novamente com a misteriosa mulher
que surgiu em sua cabeça, e ela continua
lá. É impossível assistir a isso e não lembrar de “Sense8”, embora aqui a conexão seja exclusivamente por voz… eles não podem se ver ou se tocar.
Aos poucos,
Phil conversa cada vez mais com a voz, até descobrir que ela pertence a uma
mulher chamada “Annie Mitchell”, que pede que ele não a procure na internet, e os dois conversam por horas e
horas, dias e dias, semanas e semanas… e
eles se tornam cada vez mais próximos. Não conseguimos decidir, enquanto
assistimos ao episódio, se aquilo é fofo ou se é doentio – porque parece ser um
pouco de cada. Eventualmente, quando Annie acha que “eles foram longe demais” e
“deixaram que isso se tornasse íntimo de mais”, ela quer expulsá-lo de sua
mente, quer desligar essa ligação sem fim como de adolescentes apaixonados que
ficavam até tarde conversando pelo telefone… mas Phil se tornou dependente demais de sua “outra parte”, e agora ele
não quer mais que ela vá embora… por isso, ele resolve pesquisá-la na internet.
E descobre que ela é casada.
As coisas se
intensificam, eles se aproximam e se afastam, até que, subitamente, depois de
dias em que Phil achou que nunca mais
ouviria a voz de Annie, a voz dela aparece novamente dentro de sua mente, e
ela diz que “chegou a hora de começar a viver” ou qualquer coisa assim, e
decide fazer o que ele sempre quis: conhecê-lo
pessoalmente. Naquele momento, eu fiquei tenso, e já com pena de Phil,
porque sentíamos que alguma coisa estava
estranhamente errada ali – ele estava muito feliz e simplesmente não parecia certo que ele estivesse tão
feliz, celebrando pelo restaurante, gritando em sua mente, pulando de alegria,
fazendo um milhão de planos… ele até comprou flores, pensou em beijá-la quando
finalmente a visse pela primeira vez, foi ao barbeiro para ficar mais arrumadinho,
e então embarcou em um trem para cruzar o país.
E as coisas deram errado… foram vários
tipos de desespero, em vários momentos. Primeiro, enquanto eles “fazem planos”
de como vai ser o encontro, Annie diz que tem
um homem que a está seguindo, e que ela vai descer do trem e um monte de coisas
– é estranho, e eu não queria desconfiar de Annie, mas como não havia ninguém
no trem, na plataforma nem em lugar nenhum? Phil estava tão preocupado, no
entanto, que ele não pareceu se ligar a esses detalhes, ele só queria que Annie
continuasse falando com ele, e queria encontrá-la de qualquer maneira. É assim
que ele acaba numa cidade longe da sua,
batendo na porta de um desconhecido no meio da noite, perguntando por Annie, e
então ele pergunta, na sua mente, se o
homem que a pegou tinha barba, e ela diz que “sim, e usava uma camisa xadrez”.
Cego de raiva, Phil ataca o cara.
E mata o
cara.
É brutal, é
sangrento, é assustador.
Mas as coisas
só pioram… uma garotinha aparece, chamando pelo pai, e logo em seguida a mãe dessa garotinha: a própria Annie.
Uma mulher diferente da que conversava com ele em sua mente, uma mulher que diz
aos policiais que chegam para prendê-lo que “nunca o viu na vida, e que ele
invadiu a casa e matou seu marido”. É desesperador ver o Phil no carro da
polícia, tomando consciência do que fez, de como a sua terapeuta tinha razão,
como ele ouvia vozes e como acabou de
matar um homem… o final é interessante e arrepiante. Não sabemos se Phil
imaginara tudo aquilo, se ele de algum modo stalkeara Annie e por isso sabia
tanto sobre ela, e então invadiu sua casa e matou seu marido, por loucura, ou
se a conexão realmente existia, de
algum modo, como o fim do episódio sugere: Annie reaparece na sua mente,
agradecendo e dizendo que, graças a ele, “ela pode recomeçar sua vida”. Ela só o teria usado para tirar o marido do
caminho…
“What kind
of compromise goes into connecting with another human being? Is it meeting in
the middle? Or going all the way to the end of the line? Philip Hayes found
connection but only with the darkest part of his soul. A region of self that
he'll inhabit for the rest of his life. Here, in The Twilight Zone”
O que
aconteceu de fato?
Não sabemos,
mas qualquer caminho é igualmente sombrio…
Uma ótima
estreia!
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