The Twilight Zone 2x02 – Downtime
“Michelle
Weaver is a woman who's worked her entire life to get where she is in the
world. Now, as this new chapter begins, it's the world itself that's about to
change. She's about to take a break from life as she knows it and book an
extended stay here in The Twilight Zone”
Primeira
coisa a se dizer desse episódio: Morena Baccarin É MARAVILHOSA! E eu achei
curioso ela estar nesse episódio de “The
Twilight Zone”, depois de ser uma das protagonistas de “V”, porque o começo do episódio transmite toda essa vibe de alienígena e tudo o mais… mas
Jordan Peele soube captar a essência de “The
Twilight Zone” nesse episódio curioso, inteligente e ágil – uma história
contada ao longo de 30 minutos. Toda a estranheza de “Downtime” está centrada no conceito de não saber o que é a realidade (bem Philip K. Dick) e, principalmente, de a gente não saber o que vem a seguir… você começa a acompanhar Michelle
Weaver de forma curiosa, se perguntando o
que ela tem para nos contar. Logo em seguida, achamos que estamos lidando
com alienígenas e o episódio parte de “Contatos
Imediatos” a “Sandman” num piscar
de olhos, passando por “Matrix”.
E isso é
FENOMENAL.
Começamos o
episódio conhecendo Michelle Weaver, uma mulher trabalhadora e competente que
acaba de ser promovida a gerente de um hotel, devido ao seu longo e exaustivo
trabalho árduo… ou pelo menos é isso o
que ela acredita. Durante o seu intervalo, alguma coisa muito estranha acontece com Michelle –
primeiro, ela sente alguma coisa no peito; logo em seguida, todos ao seu redor
ficam quase imóveis, olhando para alguma coisa do lado de fora, numa espécie de transe. Um dos momentos
mais legais de “Downtime” é,
justamente, Michelle saindo de dentro da lanchonete em que estava e caminhando
por aquela rua em que as pessoas estão todas paradas, olhando para cima… eu gosto de como isso causa desconforto, de
como isso parece “The Twilight Zone”. No céu, temos um orbe vermelho
gigante, numa contagem regressiva.
Rapidamente,
eu pulei para a conclusão de alienígenas… não sei se porque era o que parecia
óbvio mesmo ou se por causa da imagem de Morena Baccarin em “V” ainda muito forte em minha mente.
Quando ela chega em casa, desesperada buscando o marido para ver se ele continua normal, ela parece
“lembrar” o marido de algo que talvez ela
também devesse saber, mas não sabe – assim, Carl se torna Danny, um cara
com sotaque irlandês, que não fala coisa com coisa, e que parece “pronto para
acordar”. E todos insistem nessa estranha escolha de palavras que não parece
fazer sentido para Michelle: acordar.
E então algumas pessoas do “suporte técnico”, ou qualquer coisa assim, aparecem
na casa de Michelle para “ajudá-la”, e começam fazendo a faca que ela empunhava
para se defender simplesmente desaparecer
de sua mão.
Foi aí que eu
pensei muito em “Matrix”.
O episódio
poderia ter sido um episódio de “Black
Mirror”, de “Doctor Who”, ou
mesmo um conto de Philip K. Dick – inclusive, os próximos passos da trama me
lembraram um conto em específico do autor: “Podemos
recordar para você por um preço razoável”. Os caras do suporte técnico
explicam para Michelle Weaver, como se fosse
a coisa mais simples do mundo, que ela é, na verdade, Phineas Lowell, e
que, nesse momento, ele está sonhando… através da “SLEEPAWAY”, as pessoas pagam
quantias imensas de dinheiro para viverem
outras vidas durante seus sonhos – ver a vida com novos olhos ou algo
assim. É bizarro e, ao mesmo tempo, interessantíssimo… não nego que eu adoraria tentar. Assim como, quando li “Podemos recordar para você”, eu quis
fazer uma visitinha à Rekall… mesmo
sabendo de todos os riscos. Tudo isso me intriga e me fascina.
As
possibilidades são imensas!
“Downtime” conta uma bonita e intrigante
história, com direito à emoção e à reflexão a respeito da tecnologia tomando
conta de nossas vidas de uma maneira que pode sair de controle… porque Michelle
não se lembra de ser Phineas se todos os demais estão “prontos para acordar”?
Acontece que, enquanto dormia conectado à Sleepaway, Phineas teve um ataque cardíaco e entrou em coma… até o
fim do episódio, quando Michelle já conversou com a sua esposa do mundo real,
Ellen, já percebeu que aquele mundo não é
real, e está disposta a tentar acordar, ela descobre que Phineas morreu e “não existe nada lá fora
para onde ela voltar” – ela quer continuar ali dentro, naquela vida simulada no
melhor estilo “Show de Truman” ou não? A escolha é sua. “Downtime” é curioso, bizarro e gostoso
de se assistir, e não me deixou angustiado
como o último.
“How would
you feel if you spent your life making your dreams a reality... only to find
out that reality itself was a dream all along? We can never know what makes
something real, but today Michelle Weaver has found meaning in an otherwise
synthetic world. And that's good enough for her... here in The Twilight Zone”
Para mais postagens de The Twilight Zone, clique
aqui.
Comentários
Postar um comentário