3% 4x05 – Quadro
“A vitória só é doce diante do amargo da derrota”
UM INESPERADO
EPISÓDIO CENTRADO NOS ÁLVARES. Não me canso de dizer o quanto eu amo e admiro
essa série – o quanto ela cresceu desde a sua estreia, a história que ela está
contando, os personagens que criou… sempre conhecemos (ou ouvimos falar) dos
Álvares, uma família na qual todo mundo
passava no Processo e era parte dos 3% que iam para o Maralto. Marco era um
deles, mas, diferente do restante da família, ele não passou – e então ele foi
capaz das piores atrocidades, e foi um personagem bem-construído, que soubemos
odiar, mas que teve seus méritos, afinal… por incrível que pareça. Mas a
história dos Álvares é muito maior que isso e vai muito além de Marco, e esse
episódio nos mostrou um pouco mais de Marcela, um pouco de Leonardo, e nos
proporcionou muitos impressionantes e diálogos extremamente bem-escritos.
Estamos logo
depois da QUEDA DO MARALTO. Enfim, não existe mais o Maralto, e foi tão gostoso assistir a isso – o grupo
formado por Rafael, Joana, Natália, Elisa e Marco finalmente conseguiram o que vieram fazer, e explodiram um pulso
eletromagnético que acabou com tudo o que o Maralto tinha construído, e então o caos toma conta… para piorar a
situação, a usina é afetada e a radiação vai acabar com todos em pouco tempo, o que quer dizer que, se
quiserem sobreviver, o pessoal do Maralto precisa escapar de volta para o Continente – que irônica, não? Não nego que
foi DELICIOSO ver o pessoal se descabelando, fiquei feliz em ver os moradores
da Concha rindo de pura satisfação
por causa disso tudo, e da maneira como Rafael foi debochado o tempo todo. Ele se rindo todo da correria e gritaria: “O desespero de quem não consegue escovar o
dente sem uma escova elétrica”.
RAFAEL É
MUITO ÍCONE.
Assim, o
Maralto acabou, as pessoas têm que decidir depressa o que fazer, e o André
manda seguir o Processo, como se aqueles
candidatos tivessem um lugar para onde ir agora… é legal e satisfatório ver
esse mundo ruir, ver que o Continente finalmente
vai ter uma chance de se desenvolver,
e eu queria ver essa notícia explodindo por todo lugar, mas isso ainda não
acontece. André emplaca uma prova antiga do Processo, a dos Cubos, para
distrair os candidatos enquanto ele decide o que fazer – foi interessante ver
um pouquinho da prova dos Cubos, porque isso é uma autorreferência de “3%” e foi nostálgico, agora que já
estamos sentimentais por causa da finalização da série, e eu adorei o Xavier
com aquele sorrisão no rosto contando para os outros sobre “o fim do Maralto”,
antes de lembrar-se que devia estar
triste e mudar a expressão.
Eu estava
realizado!
O Marco,
enquanto isso, acaba escapando dos guardas que prenderam os “terroristas”, e
ele acaba aonde? Na casa de Marcela, com
Leonardo – é hora de conhecer o avô e “reunir a família”. O episódio traz
alguns flashbacks importantes para a
construção da Família Álvares. Vemos alguns momentos de Marcela com o pai
quando ela chegou no Maralto depois de ter passado no seu Processo, e ela era uma pessoa muito diferente… ela estava
feliz em vê-lo, era carinhosa, pensava em ser artista, até se sentia culpada de
ter deixado o Marco para trás; mas Leonardo fez com que ela abafasse todos
esses sentimentos. Não permitiu demonstrações de carinho, a ensinou a ser uma
Álvares e “não pensar nas coisas que deixou para trás”, e tampouco incentivou
sua carreira como pintora, dizendo que “o Maralto já estava cheio de artistas e
os Álvares tinham cargos de liderança”.
Foi ele quem criou essa versão da Marcela.
Agora, no
presente, frente a destruição do Maralto, temos aquele inusitado “reencontro
familiar” que proporciona uma cena icônica – e da qual eu não esperava gostar tanto. Quando Marcela descobre
que “um dos prisioneiros fugiu”, ela sabe exatamente quem foi e para onde ele
foi: e então encontra Marco sentado à mesa com o seu pai, os dois comendo uma
comida que eles mesmos cozinharam, e Marco tem um tom de deboche instalado em
cada palavra sua e no seu sorriso: ele gosta de ver o desespero de Marcela, ele
gosta de saber que foi ele quem
destruiu o Maralto, ele gosta de vê-la implorar para que Leonardo vá embora com
ela de volta para o Continente. Naquele momento,
ele está realizado, e não importa o que Marcela diga… nada vai tirar aquele
sorriso do rosto. A não ser, talvez,
aquela menção sobre os DOIS filhos de Marco.
Eventualmente,
assim, o sorriso se apaga. Leonardo, o pai de Marcela e avô de Marco, é cruel.
Sempre foi e vai morrer desse jeito – a maneira como ele menospreza tudo o que
o Marco fez e o quanto cresceu, como lhe diz que ele é um Álvares e sempre será, mesmo que Marco goste de pensar que
“cresceu para além dessa família”. E isso fica tão forte na mente de Marco que,
assim como o avô, ele escolhe não ir para
o Continente nos submarinos que foram enviados por Ariel… ele vai ficar e
morrer ali. É fortíssima a cena da Marcela implorando para que ele vá embora com ela, como se eles fossem uma
família, como se houvesse qualquer tipo de sentimento
entre eles, mas é tarde para isso. Ele escolheu ficar. É doloroso, mas eu meio
que custo a sentir pena de Marcela;
agora, ela está sozinha e não tem nada. O episódio termina com Marco morrendo
na praia.
Assim como
todo o Maralto. É, literalmente, o fim
do Maralto.
Episódio
intenso, sentimental e melancólico… que fim forte.
Essa série
está ARRASANDO na sua última temporada… outras
séries deviam aprender.
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