Anne with an E 2x07 – Memory Has as Many Moods as the Temper
“Oh, Marilla, it was indeed a dream. Everyone was so
smart and interesting. It felt as though you could be any way in the world, and
there might be a place for you. […] I think I learned some things about love,
too. It doesn't look the same for everyone. It can come in so many forms. And
how can there be anything wrong with a life if it's spent with a person you
love?”
A FESTA DA
TIA JOSEPHINE. Meu Deus, o tanto que eu chorei nesse episódio não está escrito…
“Anne with an E” é mesmo a série perfeita, e eu não tenho receio
algum de afirmar isso: além de um visual incrível e de atuações brilhantes, a
história contada é lindíssima e emocionante, e traz momentos belos como o Cole
na festa da Tia Josephine (e tivemos alguns momentos bem especiais para o personagem ali) e aquela conversa entre
Marilla e Matthew, que amamos de todo o coração… a série é mesmo linda,
singela, tocante, e faz com que a amemos mais a cada episódio – é por isso que
os fãs de “Anne” nunca conseguiram
superar o cancelamento: porque ela não
merecia ser cancelada. Adoro, também, como a série consegue manter as
raízes no livro e o embasamento no que foi escrito há mais de um século, e
ainda ir além, contando a história de Cole, por exemplo, de uma maneira tão
madura e trazendo discursos como esse feito por Anne quando volta a Green
Gables.
De arrepiar.
E de arrancar lágrimas…
Vou começar
o texto falando de Gilbert Blythe, que teve uma participação pequena no
episódio de hoje, mas protagonizou um momento maravilhoso contra o professor
babaca. Gilbert já sabe o que quer da vida:
ele quer estudar para se tornar um médico, e então ele conversa com o
professor para pedir uma ajuda dele, um pouquinho de seu tempo para ajudá-lo a
estudar conteúdos extras, e o professor, como sempre, é extremamente grosseiro
– porque é assim que ele fala com todo
mundo, não apenas com Anne e com Cole. Então, Gilbert Blythe decide que vai
estudar sozinho em seu tempo vago, e
o final do episódio trouxe um momento em que ele está fazendo uma leitura extra
durante a aula e o professor tenta humilhá-lo, chamando-o de “o bom doutor” e
pedindo que ele responda a uma pergunta: e
Gilbert responde perfeitamente, e ainda diz que “aprendeu isso sozinho, sem
precisar do ‘seu tempo extra’”.
A expressão
do Gilbert ao dizer isso: IMPAGÁVEL.
Mas a maior
parte do episódio está na festa da Tia Josephine e no drama de Marilla… Marilla
está começando a ter problemas na visão e fortes dores de cabeça, e é
desesperador vê-la assim, nosso coração chega a ficar apertado. E ela é durona,
acostumada a assumir todas as responsabilidades, então ela não quer contar para
ninguém o que está acontecendo, nem para o Matthew, muito menos deixar que ele
a ajude… mas ele quer ajudar.
Acompanhamos, também, alguns flashbacks
que nos levam de volta a Green Gables um ano depois da morte de Michael, quando
a mãe ficou de cama – depressão –, e Marilla precisou assumir todas as
responsabilidades da casa, como cuidar de Matthew. Aquela cena do Matthew criança perguntando para a Marilla por que a mãe
não se levantava e se “ela não os amava também” foi de partir o coração.
Agora,
quando Marilla precisa, Matthew está disposto a ajudar, nem que tenha que impor
isso – a cena em que ele faz o café-da-manhã e leva para Marilla no quarto é fofa demais, e me emocionou a maneira
como o Matthew se impôs, porque nunca o vemos fazer isso: e, naquele momento,
ele falou mais do que talvez já o tenhamos visto falar em “Anne with an E”, e é uma conversa que os irmãos precisavam ter… e me fez chorar bastante. Chorei com a
Marilla dizendo que, antes, se ficasse inválida ou morresse, não fazia
diferença, mas agora eles têm a Anne,
ou com ela dizendo que “não quer ser um fardo para Anne”. Também chorei com o
Matthew dizendo que a culpa disso tudo também é dele, porque Marilla “perdeu”
sua vida tendo que criá-lo. Toda a cena é tristíssima e, ao mesmo tempo, linda,
porque eles chegam a conclusões incríveis. O amor que eles têm um pelo outro é
inegável e imensurável… e agora eles passam
isso a Anne.
Tudo aqui é
tão lindo!
E falemos da
festa da Tia Josephine… Anne está esperançosa de poder ir a uma festa que a Tia
Josephine vai dar em sua casa em Charlottetown, mesmo que Marilla tenha dito
que não é uma boa ideia. Diana, por
sua vez, chega triste na escola dizendo que o pai está doente e, portanto, ela também não poderá ir. Então, Anne
resolve dar um jeito em tudo, incluindo, também, o Cole, que está se sentindo
muito mal desde o acidente no último episódio, porque embora sua mão esteja aos
poucos melhorando, ele não consegue mais desenhar, o que era a sua paixão, e
isso é frustrante… vê-lo queimar o caderno na casinha da floresta com Anne e
Diana foi muito triste. Por isso, Anne acha que Cole poderia aproveitar uma
festa para se distrair um pouco, e
Cole ainda poderia ser o “acompanhante” que eles precisam para fazerem a
viagem… eles só precisam convencer os
pais.
E Anne planejou tudo!
Assim, os
três partem para Charlottetown, e eu já estava ansioso, porque eu sabia que seria a melhor coisa do mundo. Josephine é incrível, moderna e viveu uma
vida ao lado de Gertrude, o amor de sua vida que morreu há pouco mais de um
ano… anualmente, Gertrude dava uma festa durante o inverno para “alegrar” as
pessoas, e embora Josephine não tenha conseguido fazer isso sem ela no ano
anterior, esse ano ela resolveu que era necessário… e a festa é lindíssima, conta com momentos emocionantes e, como sempre,
a proximidade de Anne e Josephine é admirável. A maneira como Anne fica
encantada com “Jane Eyre”, por
exemplo, um livro que fora de Gertrude, e como Josephine a convida para recitar
um trecho do livro durante a festa, algo que Gertrude sempre fazia: assim, ela poderá manter essa tradição
através de algo que ambas amam.
As palavras!
É só na
conversa sobre o livro que Anne finalmente entende o que Josephine quis dizer,
na outra temporada, sobre como “à sua maneira, ela foi casada”, e ela acha isso
incrível! Durante a festa, conhecemos pessoas coloridas, de penteados
extravagantes, que vivem em um mundo que vai muito além de Avonlea, e é tão
importante que Cole esteja lá para ver isso tudo. Especialmente quando fica
evidente, através de um comentário antes da leitura de Anne, a relação
romântica entre Josephine e Gertrude. Anne já sabia. Cole acha um máximo. Diana
fica transtornada. E, na verdade, ela já estava transtornada frente à
possibilidade apresentada por uma pianista de sucesso de ela seguir carreira na música, porque Diana
foi criada em uma família conservadora para ser esposa e mais nada – por isso,
diz que “vai se dedicar à música como recreação, se seu marido permitir”.
Cole, por
sua vez, tem provavelmente uma das melhores tardes/noites de sua vida, e as
cenas são incríveis. É lindo como, com Tia Josephine, ele se sente
identificado, e como isso faz com que ele se sinta um pouco melhor. Também é
lindo como as pessoas vêm conversar com ele durante a festa, como lhe dão um
colar e uns cachecóis coloridos para ele sair do “marrom” que não combina com a
festa… e, ainda mais emocionante, a conversa que uma artista tem com ele,
depois de ele passar muito tempo admirando uma escultura na casa de Tia
Josephine… “What I'm saying is, there is no straight path
in art or life. Sometimes there's no path at all and one must break down walls and
machete their way through the woods to get where they need to go”. Ela ainda dá a Cole a dica
de tentar argila, porque isso vai fortalecer os seus pulsos e, quem sabe, ele
ainda pode se apaixonar.
Sua arte não está perdida… e nunca estará.
Também é
linda a conversa que o trio de jovens tem no quarto, antes de dormir… Anne e
Cole, ainda maravilhados com tudo o que viveram naquele dia, estão dançando
animados pelo quarto. Diana, por sua vez, não consegue digerir a ideia de que
Josephine e Gertrude eram um par romântico e ela e a família não sabiam disso,
mas eu não consigo ficar bravo com
Diana, porque isso se passa há mais de um século e ela foi criada desse modo.
Ao mesmo tempo, fico FELICÍSSIMO pelo fato de ela ter pessoas como Anne e Cole
ao seu lado, porque o que eles falam sobre isso é lindíssimo: Anne lê uma
dedicatória escrita por Josephine a Gertrude em um livro, e diz que não tem como o amor que elas sentiam ser
algo “errado”, e Cole faz um discurso que tem tudo a ver com ele, sobre se
sentir estranho, “quebrado”, e então encontrar alguém que não o faça se sentir
assim… a conexão dos olhares de Cole e Anne durante toda aquela parte também é
intensa.
Se Anne não
sabia que ele é gay até então, ali ela descobriu.
Cole ainda
tem duas últimas cenas emocionantes. Primeiro, na despedida com Josephine, na
qual ele se sente seguro para dizer, em suas palavras, que “ele acha que é como
ela e Gertrude”, e foi LINDO. Josephine fala sobre como ele tem uma vida de alegrias pela frente… não sem algumas dificuldades,
mas ele estará seguro com as pessoas em quem confia; e quando ele encontrar
pessoas em quem confiar, o laço será muito mais forte – e então, emocionada
e com lágrimas nos olhos, ela agradece por
ser uma dessas pessoas. (E eu quase choro aqui escrevendo sobre essa cena,
que é LINDÍSSIMA) Anne é outra dessas pessoas, na verdade, e a segunda cena
emocionante de Cole no fim do episódio é com Anne, quando ela chega na casinha
da floresta e descobre que ele já está lá,
mexendo com argila, começando a seguir os conselhos da artista que conheceu na
festa…
GENTE, QUE
EPISÓDIO!
Por fim,
temos Anne de volta em Green Gables, fechando a sua história e a de Marilla, em
uma conexão perfeita. Anne chega sempre falante, sempre feliz e cheia de vida,
e isso é tão comovente e fez e faz tão bem a Marilla e Matthew! Amei ver a
Marilla toda emocionada em vê-la, pedindo que ela conte tudo, amei ver Marilla
agradecer o desenho que ela deixou para ela, dizendo que “ainda assim sentiu
muito sua falta” (e a Anne toda emocionada por ela dizer isso), e amei a Anne
colocando uma coroa de flores na cabeça de Marilla… toda a sequência é
lindíssima, e é aqui que Anne fala sobre o que aprendeu em relação ao amor –
que ele não é o mesmo para todo mundo, que ele vem em diferentes formas, e que
não pode haver algo de errado com uma vida se ela é passada ao lado da pessoa
que você ama… também tem a ver com
Marilla e Matthew.
Eles certamente são uma família, e amor não
falta.
ESSA SÉRIE É
MESMO PERFEITA! <3
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