Back to the Future: Citizen Brown (Part 2)



“Holy cow, Doc, you have perfect timing!”
ESSA HISTÓRIA SÓ FICA MELHOR! Com vários elementos que nos remetem a “De Volta Para o Futuro II” nessa segunda edição de “Citizen Brown”, a trama ainda consegue ser inovadora e empolgante como qualquer filme da franquia! Estamos conhecendo uma nova época da história da cidade de Hill Valley, versões de personagens que nunca imaginamos conhecer, e enfrentando problemas novos e antigos mesclados: como o desaparecimento de Marty McFly ou um ano de 1986-Alternativo. A edição passada, depois que MartyFly voltou a 1931 para salvar Doc Brown de ser assassinado por Kid Tannen, termina com a mão do Marty desaparecendo, como no “Baile Encanto Submarino”, no primeiro filme, e agora eles precisam entender o que foi que eles mudaram na história, e consertar os seus erros para salvar a história dos McFly.
Mas os problemas só se complicam cada vez mais
O primeiro problema é razoavelmente fácil de se resolver. O jornal de 18 de Agosto de 1931 agora anuncia a morte de Arthur McFly, que foi espancado pelos homens de Kid Tannen e deixado para morrer, o que quer dizer que os McFly não têm futuro em Hill Valley. Para impedir a morte de Artie, Doc Brown sugere levar Marty algumas horas no passado, para antes de ele entregar a intimação para o avô, e temos uma pegada meio “De Volta Para o Futuro II” na maneira como Marty precisa seguir a sua versão de algumas horas atrás e observar as cenas de um novo ângulo. E, assim, ele descobre o plano dos gângsteres de Kid Tannen: eles vão armar uma emboscada para Arthur na sua casa, naquela noite. Então, Marty interfere, e impede Arthur de ir para casa… afinal de contas, isso deve ser o suficiente para salvar sua vida e manter a história…
Não?
Quando Marty e Doc conversam com Arthur, ele pensa em “ir para bem longe de Hill Valley e nunca mais voltar”, mas eles tampouco podem permitir isso, afinal de contas ele tem que ficar e conhecer a avó de Marty, para que ele continue existindo, então eles o enganam e o convencem a ficar escondido em uma cabana perto do Desfiladeiro Eastwood por alguns meses, porque, segundo o Doc se lembra da história de Hill Valley, Kid Tannen vai ser preso no dia 25 de Novembro de 1931. EU AMO A ESCOLHA DE DATAS! E isso parece ser o suficiente por ora… Marty está bem, sua antiga foto da família com o pai também está bem, então ele e Doc acham que é seguro retornar para 1986. Mas chegamos a um 1986-Alternativo, uma versão assustadora de Hill Valley, agora denominada Tannenville, que se parece ao 1985-Alternativo do segundo filme
Fico pensando se essa história de George McFly na cadeira de rodas e espancado pelos homens de Biff por causa de uma dívida é mais ou menos o que o roteiro original do filme pensara para o personagem… afinal de contas, George McFly morreu no 1985-A porque o ator fez exigências demais para retornar, e eles resolveram simplesmente cortá-lo da sequência. Enfim… de todo modo, Marty retorna ao presente achando que está tudo bem, apenas para descobrir que as coisas ESTÃO UM DESASTRE. Existem Tannens demais nessa cidade (!), e eles dominaram tudo… e quando não parece que Marty tem para onde fugir, Doc Brown o resgata no último instante (“Holy cow, Doc, you have perfect timing!” “Well, I have a time machine, Marty. I can cheat”) com uma corda pendurada do DeLorean voador, parecido ao último ato de “BTTF II”.
Agora, é hora de consertar essa linha do tempo alternativa… Kid Tannen devia ter sido preso em 25 de Novembro de 1931, mas alguma coisa que eles fizeram no passado impediu que isso acontecesse, e eles precisam descobrir o que é. Então, retornamos, dessa vez, para 24 de Novembro de 1931, e Marty precisa investigar. Assim, ganhamos um Marty McFly “gângster”, com um bigode falso, se esquivando do Jovem Emmet Brown e da jornalista Edna Strickland, enquanto tenta se infiltrar em um novo bar de Kid Tannen, para falar com Trixie Trotter, a mulher que devia traí-lo e entregá-lo para a polícia. O roteiro é bastante inteligente, e eu ADORO isso na HQ de “Citizen Brown”. Marty não demora para encontrar Trixie Trotter, que é a cantora principal do novo bar, mas ele logo descobre que não é com ela o problema que vai impedir a prisão de Kid Tannen.
Marty encontra um policial desanimado, bebendo no bar de Tannen, mesmo que isso seja ilegal, e então conversa com ele… trata-se do policial que estava de vigia durante a fuga de “Carl Sagan”, há alguns meses, e desde então a sua vida se converteu em um desastre. Ele perdeu qualquer prestígio no trabalho, perdeu sua namorada, se sente UM FRACASSO COMPLETO, e está quase aceitando uma “proposta de emprego” de Kid Tannen, para “deixar de ver” as coisas ilegais que ele faz. O policial fracassado que se sente sem motivos para continuar, antes mesmo que Marty confirme seu nome, se trata de Danny Parker, O POLICIAL QUE DEVIA COLOCAR KID TANNEN NA PRISÃO. Então, Marty sabe o que tem que fazer, e tenta conversar tanto com Danny Parker quanto com Trixie Trotter, para garantir que as coisas continuem acontecendo como deviam acontecer.
Que culminem na prisão de Kid Tannen!
Eventualmente, as coisas acabam dando errado, naturalmente… e tudo começa pelo bigode falso de Marty que Trixie arranca com um tapa, e então ele é reconhecido pelos capangas de Kid, e ele precisa improvisar… a edição é interessante e empolgante, com direito a muitas cenas escuras por vielas de Hill Valley, e a um soco de Arthur num dos criminosos, tipo o George batendo em Biff no primeiro filme de “De Volta Para o Futuro”. E quando parece que Kid Tannen vai conseguir escapar, eles conseguem prendê-lo, mas de uma maneira bem alternativa… de uma maneira que ainda altera o futuro. Quando Parker vai atrás de Tannen, e Tannen parece estar com a vantagem, Marty novamente recorre à ajuda das invenções do Emmet-1931, dessa vez um foguete que ele pode controlar por controle remoto, e que é a distração perfeita contra Kid Tannen.
Assim, Kid Tannen vai para a cadeia…
Edna Strickland registra tudo e ganha sua “grande história”…
Mas Emmet-1931 é o centro disso tudo.
Enquanto assistem à cena escondidos, Doc comenta com Marty que “ele não se lembra de nada disso”, mas Marty não lhe dá atenção. Naquele momento, a história já fora mudada, no entanto. Emmet Brown é reconhecido como um “crimefighter #1”, ganha atenção e prestígio, e as coisas não param de mudar. O fim da edição traz um novo cliffhanger interessantíssimo (ESTOU AMANDO AS FINALIZAÇÕES DE EDIÇÕES, SEMPRE NOS DEIXANDO CURIOSOS PARA LER A PRÓXIMA!), quando Doc e Marty estão dentro do DeLorean, se preparando para voltar para 1986, e o Doc Brown está com o ingresso da primeira vez em que assistiu a “Frankenstein” no cinema. Aquilo aconteceu naquela mesma noite, em 1931, e ele está se sentindo nostálgico naquele momento, porque, como ele explica para Marty, aquele foi um momento que definiu a sua vida:

“O filme me fascinou, Marty, e solidificou a ciência como minha única e verdadeira vocação. Eu voltei para ver o filme mais quatro vezes, mas guardei esse ingresso da primeira vez. Um lembrete do tipo de paixão que a ciência inspirou em mim… uma paixão que me sustentou durante toda a minha vida”

Enquanto ele fala isso, explicando a importância não necessariamente do ingresso, mas de assistir “Frankenstein” naquela noite, o ingresso começa a desaparecer de sua mão, porque já não é mais parte de sua história. E sem assistir a “Frankenstein” naquela noite, será que o Emmet-1931 se converteria no Doc Brown que conhecemos em 1985? Ou mesmo o Doc Brown de 1955? A resposta, claramente, é “não”. Vemos o Jovem Emmet Brown desistir de assistir a “Frankenstein” em 1931 para correr atrás de Edna Strickland, e trocar um beijo apaixonado com ela, e aquele momento mudou toda a história. Mas quando o Doc percebe o que está acontecendo, com o ingresso desaparecendo de sua mão, já é tarde demais para retornar, porque o DeLorean já está atingindo 88mph, e eles estão indo de volta para 1986. Mas, de novo, não é o 1986 que o Marty espera.
Agora, é um 1986 com um outdoor imenso anunciando O PRIMEIRO “CIDADÃO BROWN”.
What?!

Para mais reviews de HQs de “De Volta Para o Futuro”, clique aqui.


Comentários