Back to the Future: Citizen Brown (Part 4)

17 minutos e algumas semanas…

É como o Marty McFly comenta no início do episódio: parece um episódio de “The Twilight Zone”. Eu adoro as referências que “Back to the Future: Citizen Brown” faz, porque é uma HQ supermoderna, mas sem se esquecer que se passa lá em 1986 (e em 1931, mas isso não vem ao caso agora). Marty McFly está nessa versão alternativa de Hill Valley, onde o seu melhor amigo Doc Brown não existe… pelo menos não como ele se lembra dele. Aqui, temos o assustador “Primeiro Cidadão Brown”, que comanda uma espécie de ditadura (alinhada à lavagem cerebral instituída por sua esposa) criada sob o pretexto de “tornar o mundo um lugar melhor”. Tudo é bizarro e assustador, e Marty só tem uma alternativa para voltar à linha do tempo original: conseguir a ajuda do Primeiro Cidadão Brown para arrumar sua máquina do tempo e ir para 1931.

Mas se ele não é realmente o Doc…

No fim da edição passado, Edna Strickland assumiu o controle da situação, atirando tanto no Cidadão Brown quanto em Marty com tranquilizantes, mas, felizmente, Marty não fica preso por muito tempo, porque seus próprios pais vêm salvá-lo, influenciados por aquele discurso do Marty sobre “dar o benefício da dúvida quando se ama alguém”. Uma vez solto, Marty, então, vai atrás do Cidadão Brown, que está horrorizado com os feitos de Edna, percebendo, finalmente, que ela corrompeu tudo aquilo em que ele acreditava. Ele realmente queria acabar com o crime em Hill Valley, “limpar” a cidade, curar os males da sociedade e fazer com que as pessoas obedecessem às regras, mas não da maneira como ela está fazendo… não com a lavagem cerebral que anula o livre arbítrio, que é o que Edna está fazendo na “sala de reeducação”.

Marty usa o seu velho truque do “What the heck is that?!” para distrair Edna, desligar as luzes e ajudar o Cidadão Brown a escapar (!), e agora eles só precisam ir até o DeLorean e consertá-lo – e Marty ouviu dizer que o DeLorean estava sendo levado para o “Instituto Brown”. E ESSE É OUTRO ELEMENTO MARAVILHOSO DESSA PARTE 4! Aqui, encontramos A CASA DOS BROWN em 1986, aquela que na linha do tempo original foi queimada e tudo o mais, mas não nessa versão da história: aqui, ela continua intacta, e se transformou no Instituto Brown. Quando o Cidadão Brown chega ao lugar e revê o DeLorean, ele quase se parece com o Doc que conhecemos, todo empolgado, ansioso para começar a trabalhar na máquina do tempo, para entender. Marty explica o pouco que sabe sobre a máquina do tempo, mas deixa que ele entenda os circuitos do tempo com uns esquemas que estavam dentro do carro…

E o Doc fica fascinado, porque ele era um “gênio”.

Enquanto eles começam a trabalhar na máquina do tempo, a polícia anuncia Marty McFly como o “não-conformista que está causando problemas em Hill Valley”, e ele é acusado de SEQUESTRAR o Primeiro Cidadão Brown. Emmet, por sua vez, está animado com a missão que tem à sua frente, e pede que abasteçam a geladeira, porque ele deve ficar pelo menos uma semana lá dentro, trabalhando no DeLorean. Mas ele diz a Marty que ele não precisa se preocupar com isso: ele pode esperar do lado de fora e assim que a máquina do tempo estiver pronta, o Cidadão Brown a usará para ir até cinco minutos a partir daquele ponto no tempo, para buscá-lo, e levá-lo para 1931. Marty espera, do lado de fora, apreensivo, MAS A MÁQUINA DO TEMPO NÃO RETORNA. 5 minutos. 10. 15 minutos. E ele começa a ficar nervoso, alguma coisa está errada…

O Doc nunca se atrasada!

Afinal de contas, ELE TEM UMA MÁQUINA DO TEMPO!

Então, Edna aparece, e parece que foi isso que deu errado – que ela vai impedir o Doc de consertar a máquina do tempo. Edna, criminosa, está ali para EXPLODIR o Instituto Brown, mais ou menos como fez em 1931 e culpou Carl Sagan! Felizmente, no entanto, o DeLorean FINALMENTE aparece, e é uma chegada visualmente espetacular! Temos um novo “Cidadão Brown”, de barba e cabelos compridos, seis meses depois daquele momento – ele gastou 6 meses e “toda a fortuna de sua família”, mas a máquina do tempo está consertada… com 17 minutos de atraso, sim, mas está tudo bem. O problema é que os 17 minutos de atraso são importantíssimos… eles querem dizer que, por algum motivo, os circuitos do tempo não estão bem calibrados, e quando ele os leva para 1931, também há um erro de algumas semanas, e eles chegam a Dezembro de 1931.

Será que ainda dá tempo de consertar as coisas?

Agora, Marty e Brown terão que trabalhar com o que têm, porque com os circuitos do tempo como estão, é melhor que eles não corram riscos. Então, Marty pede que o Cidadão Brown se esconda, enquanto ele vai falar com o Jovem Emmet, como o antigo Don Corleone. A chegada a 1931 é interessante, e mostra o Cidadão Brown se lembrando de uma época muito diferente de sua vida, quando ia ao cinema, por exemplo, embora nunca tenha chegado a ver “Frankenstein”. O Jovem Emmet Brown fala apaixonadamente sobre Edna Strickland, sobre como as paixões deles são compatíveis, e tudo é um pouquinho assustador. E as coisas já estão tão sérias que Marty não consegue nem ao menos incentivá-lo a ir ao cinema, assistir a “Frankenstein”, ainda em cartaz em Hill Valley… Edna já tomou conta da vida de Marty, ele já não é o mesmo.

E não vai se afastar dela…

Não por vontade própria.

Então, Marty precisa “partir alguns corações”, mas, infelizmente, o primeiro que ele parte é do Cidadão Brown… bem agora que estávamos começando a gostar dele. Acho a sequência um pouco pesada, porque eu entendo o Marty completamente: ele precisa da ajuda do Cidadão Brown, mas o que ele quer fazer é resetar a história, voltar à estaca zero – ou seja, para um momento em que o Cidadão Brown não existe e é substituído pelo velho Doc de sempre. Para o Cidadão Brown, as coisas não são tão simples… para ele, aquele é seu “normal”. E Marty ainda explica que eles não podem ajudar Edna a também ser feliz, como Brown pede que eles façam, porque Marty sabe que eles não podem brincar com o tempo assim… ele já está, teoricamente, em 1931 graças a uma máquina do tempo que NUNCA FOI INVENTADA, e isso já é um possível paradoxo.

Então, ele precisa que tudo volte a ser como era antes.

“Onde você vai?”

“Que diferença isso faz? Você planeja me apagar da existência mesmo”

Mesmo que não seja o NOSSO Doc, aquela cena ME PARTIU O CORAÇÃO. E foi nesse momento que o Marty cometeu seu pior erro. Marty deixa o Cidadão Brown pra lá e coloca seu plano em prática: vai atrás de Trixie Trotter e pede a sua ajuda para separar Emmet e Edna, e embora no início ela seja contra, ela topa rapidinho quando descobre que se trata de Edna, a mulher que arruinou a sua vida… então, ela faz toda uma cena, se aproximando do Jovem Emmet, se jogando para cima dele e, pior, sugerindo que ELA ESTÁ GRÁVIDA DO JOVEM EMMET. E ele nem sabe do que ela está falando, só a viu uma vez na vida e olha lá… de todo modo, é o suficiente para que Edna, uma mulher bastante ciumenta, fique enfurecida e acabe tudo com ele naquele mesmo momento. O plano de Marty McFly deu certo, mas tanto Emmet quanto Edna estão arrasados…

“Don Corleone”, então, está ali para ajudar a colocar Emmet Brown de volta no caminho da ciência – talvez ainda dê tempo de fazer tudo voltar a ser como era antes. Inicialmente, pensamos que não vai funcionar, porque Emmet está arrasado e ainda culpa “Don” por “arruinar sua vida”, porque foi ele que mexeu com tudo nos últimos meses, mas Marty consegue fazer com que ele volte a se parecer o velho Doc de sempre, e então temos esperança de que a história esteja voltando a se arrumar… Marty instiga Doc sobre uma invenção para a exposição que vai acontecer em Hill Valley naquele fim de semana, e ele vai até ajudar, se for preciso. Mas Marty foi imprudente ao esquecer-se do Cidadão Brown e ao não verificar como Edna estava… então, enquanto Edna está arrasada depois do término, o velho Cidadão Brown se aproxima dela.

E nós não sabemos o que esses dois são capazes de fazer!

Para mais reviews de HQs de “De Volta Para o Futuro”, clique aqui.