Mulan (2020)
“Eu acredito em Hua Mulan!”
Com uma
protagonista forte, uma história bonita e um visual belíssimo, EU ADOREI A NOVA
VERSÃO DE “MULAN”. A Disney continua fazendo os remakes/adaptações em live-action de suas animações clássicas,
e acabou fazendo escolhas criativas que nem sempre foram aprovadas pelo público
para adaptar “Mulan”, sua animação de
1998, mas que resultaram em um filme incrível… eu não teria mudado nada.
Diferente da animação, o live-action
não traz o Mushu nem as músicas, mas a história de Hua Mulan é baseada em uma
antiga lenda chinesa que é bem importante
para a sua cultura, e eu acho que o filme foi cuidadoso ao se voltar com
mais atenção à história e em como representou o país dessa vez, e o resultado é
excelente… como eu comentei no início do parágrafo: a história de Hua Mulan,
uma mulher forte, corajosa e determinada, é bonita e inspiradora, e o visual
estava impecável.
Hua Mulan é
uma garota diferente das demais na
sua aldeia… a conhecemos correndo pelo campo, lutando com o vento e
demonstrando um grande chi. Mais
tarde, a encontramos correndo pela cidade (e pelos telhados) atrás de uma
galinha, e então conhecemos uma cultura opressora que nos deixa muito tristes…
é uma época em que os guerreiros são homens e, portanto, Hua Mulan precisa esconder seu chi, seu dom, e cumprir a
missão feminina de “trazer honra para a sua família através do casamento”. Não
é o que ela quer da vida, e aquela cena com a casamenteira é um tanto quanto
desesperadora – e eu amei a Mulan fazendo
de tudo para esconder a aranha e proteger a irmã que tinha medo… como
obrigar uma garota como Hua Mulan a ser “esposa” e mais nada, quando o que ela
quer e pode ser é muito mais do que só
isso?
Quando o
Império está ameaçado pelas forças de Bori Khan, todas as famílias são
intimadas a enviar um homem para a guerra, para defender o Imperador, e a
família Hua não teve filhos homens…
Hua Zhou fala que foi abençoado com duas filhas e, por isso, ele mesmo vai
lutar na guerra – é um momento bem triste, porque embora ele seja um veterano
de guerra condecorado, toda a família sabe que ele não vai voltar para casa dessa vez… afinal de contas, ele está
fraco, machucado e velho. Naquela noite, então, antes que o pai possa se
sacrificar pela família, Hua Mulan pega sua espada, se veste como um homem, e
então se apresenta como o representante da família Hua: Hua Jun. Assim, “Hua
Jun” se junta ao Exército Imperial, salvando a vida do pai e, eventualmente, se
tornando uma das melhores guerreiras entre todos que treinam ao seu lado.
O seu chi é muito forte.
Hua Mulan
passa muito tempo treinando e se fazendo passar por Hua Jun, e são cenas bem
interessantes. O tempo todo ela tem que esconder sua identidade, se comportar
de um jeito diferente, encontrar maneiras de não precisar tomar banho com os
demais – como fazendo a “guarda noturna” –, e encontrando outras horas para
tomar banho, sozinha, no lago… aqui, inclusive, ela tem uma cena interessante
com Chen Honghui (e ele estava muito lindo nessa cena, wow!), e eu gosto de
como os dois se aproximam… não vou fazer grandes leituras, mas eu acho
interessante como Honghui se aproxima de “Hua Jun” e o respeita e o admira. E é
Honghui quem, inadvertidamente, ajuda Mulan a se tornar o centro das atenções no Exército Imperial, porque durante um
treinamento, os dois se enfrentam, e então Mulan acaba liberando todo seu dom.
Ela sempre
foi incentivada a esconder o chi, e
foi tudo o que ela sempre fez na vida… agora,
no entanto, ela não precisa mais fazê-lo, e ela acaba sendo o melhor soldado
que o Exército Imperial tem – os três pilares do juramento, no entanto, a
incomodam: Lealdade, Coragem e Verdade. Por isso, antes de sair para a primeira
grande batalha, Mulan tenta contar a verdade, porque isso está pesando em seu
coração, mas acaba não tendo a oportunidade, porque o seu superior fala sobre
como “é normal sentir medo antes de
grandes batalhas”, e diz que “ele” é um bom soldado e um bom homem e,
inclusive, gostaria de apresentá-lo para a sua filha e para a casamenteira
quando isso tudo acabasse… isso é uma honra tão grande para Mulan que ela
aceita o elogio e acaba partindo para a batalha, ainda sob o seu disfarce de
Hua Jun – mas não por muito tempo.
Sem Mushu,
que foi considerado um personagem ofensivo
na China na animação original, Mulan acaba ganhando uma companheira constante e
muito mais simbólica: A FÊNIX. Visualmente, a fênix era um verdadeiro
espetáculo, era sempre incrível vê-la… e tudo o que Mulan e o pai conversaram
sobre a fênix, ou como o pai pediu que a fênix a protegesse quando ela partiu
para a guerra e não havia mais nada que ele pudesse fazer… a fênix sempre
esteve com ela, a acompanhando. A transformação de Hua Jun em Hua Mulan
acontece durante a primeira batalha de Mulan (as cenas de guerra estão
INCRÍVEIS!), quando ela é confrontada por Xian Lang, uma bruxa que trabalha ao
lado de Khan, que a instiga a deixar de mentir e de agir como alguém que não é:
seu chi só será de fato liberado quando
ela puder voltar a ser quem ela é.
Assim, ela se
torna HUA MULAN, A GUERREIRA.
A melhor
soldada (existe essa palavra?) do Exército Imperial.
Hua Mulan
fica lindíssima com as suas vestes vermelhas, seu cabelo solto, salvando a vida
do Exército Imperial e, consequentemente, de todos os amigos que fez ao longo
de tanto tempo de treinamento… Mulan é estrategista e perceptiva, e eu adorei
como ela consegue, mesmo sozinha, desviar a atenção do exército adversário e
fazer com que eles causem uma
avalanche que vai acabar soterrando-os, permitindo que o Exército Imperial saia
com vida… ela é um MÁXIMO, mas os superiores do Exército não estão preparados
para ter uma mulher lutando ao seu lado, de igual para igual – assim, mesmo que
os seus companheiros de treinamento assistam em silêncio, evidentemente sem
concordar, Mulan é expulsa do Exército e enviada de volta para casa, levando
desonra para a sua família… ela diz que
prefere ser executada.
Uma das
minhas cenas favoritas do filme vem logo em seguida, quando Mulan conversa com
Lang, a bruxa, e ela diz que elas são “iguais” e lhe convida para juntar-se a
ela, mas Mulan jamais trairia o Império. Assim, quando descobre qual é o plano
de Bori Khan (distrair o Exército com ataques por todo o Império, enquanto ele
invade a cidade e mata o próprio Imperador), Mulan corre de volta ao exército para
contar isso ao Comandante Tung – e é revoltante como eles não querem ouvi-la ou
seguir o conselho de “alguém cuja própria existência é uma mentira”. É aqui que
Chen Honghui tem uma das suas melhores cenas, corajosamente dizendo que “eles
acreditariam em Hua Jun… então por que não acreditar em Hua Mulan? Como ele
diz, Mulan é mais corajosa que qualquer um deles, e ele acredita nela… e todos os companheiros se juntam a ele
para dizer que “acreditam em Hua Mulan”.
AQUILO
ARREPIOU!
Então, Mulan
é quem lidera o Exército Imperial para salvar a vida do Imperador, e as cenas
são fenomenais. Eu amo a maneira como todos precisam deixar seus preconceitos
de lado e reconhecer o quanto Mulan é uma mulher forte, uma GUERREIRA –
enquanto seus companheiros enfrentam o exército inimigo, Mulan precisa
enfrentar pessoalmente Bori Khan para
salvar o Imperador, em uma das melhores sequências de todo o filme. É
emocionante como Lang, a bruxa, se sacrifica para que Mulan possa cumprir sua
missão, morrendo para salvar a sua vida, surpreendida e orgulhosa por Mulan ter
liderado um exército de homens, dizendo que “ela precisa assumir o seu lugar”.
Depois, Mulan está sozinha em uma batalha intensa, angustiante e inteligente
contra Bori Khan, na frente dos olhos do Imperador, que a reconhece como sua
salvadora.
Todo o Império tem uma dívida com Mulan
agora.
Retornando
para casa, o Imperador fala pública e oficialmente com Mulan, falando sobre
como lhe deve sua vida e como ela é uma
mulher corajosa, e então a convida para se juntar ao Exército Imperial em
um cargo mais alto, porque será uma honra tê-la com eles – naquele momento, no
entanto, Mulan declina a oferta. Inicialmente, eu fiquei chocado, mas eu
entendo os seus motivos: ela fugiu de casa, mentiu para a família e, nesse
momento, ela precisa retornar para acertar as coisas com eles… para pedir
perdão por ter mentido e reconciliar-se. Essa devoção à família também é
reconhecida pelo Imperador, que entende os seus motivos e a deixa ir… Honghui
se despede dela dizendo que eles vão voltar
a se ver. “Mulan” conta a
história de uma protagonista decidida e que não se submete às amarras de
tradições preconceituosas.
Ela mostra
que, como mulher, ela pode ser o que ela
quiser.
E o que ela
quer ser é UMA GUERREIRA DO EXÉRCITO.
A cena do
retorno de Mulan à sua aldeia é linda – mesmo antes de saber o que aconteceu (o
que é muito importante), a família corre aliviada para abraçá-la. Mais do que
tudo, Mulan teme a reação do pai, e pede desculpas por ter perdido a sua espada
durante a guerra, mas Hua Zhou é um máximo e diz que a vida da sua filha é mais
importante que a espada… quando os soldados chegam pouco depois de Mulan, Hua
Zhou dá um passo à frente e diz que, se quiserem puni-la pelo que ela fez,
terão que passar por cima dele, e é com grande assombro que a família, a
casamenteira (BEM-FEITO!) e toda a aldeia veem como Hua Mulan é respeitada como guerreira. Os soldados
lhe trazem um presente do Imperador: uma nova espada, feita para ela, com
quatro inscrições: Lealdade, Coragem, Verdade… e Devoção à Família. E eles
reforçam o convite do Imperador, para que ela se junte ao Exército Imperial.
E, agora, nada mais a impede de fazê-lo…
Que filme
MARAVILHOSO! Eu amei! <3
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