Turma da Mônica Jovem (2ª Fase, Edição Nº 27) – A Melodia Perfeita



“Eu achei a minha música…”
Eu me senti como se estivesse lendo uma edição do “Chico Bento Moço”, e eu não sei dizer se isso é algo bom ou ruim… talvez um pouquinho de cada. Acho que o tipo de história contada, a brevidade da edição e até o cenário (o parque é, provavelmente, o lugar mais importante de “A Melodia Perfeita”) me fizeram pensar muito em “Chico Bento Moço”. Não é uma edição tão mágica, não vai figurar entre minhas favoritas, mas tem um toque especial que nos comoveu… gosto de como a “Turma da Mônica Jovem”, apesar da insistência em colocar a Mônica na capa mesmo quando é a coisa mais forçada do mundo, tem tentado dar visibilidade a outros personagens que não são os quatro originais… tivemos histórias focadas no Do Contra, por exemplo, e em outros personagens secundários – e agora chegou a hora de uma edição do Jeremias.
Foi bonito ver o Jerê e a Denise nessa edição, e gostei muito de como Mônica, Magali, Cebola e Cascão, embora presentes, foram reduzidos a meros coadjuvantes de uma história paralela e muito bonita… Jeremias estava buscando “a melodia perfeita”, como o título sugere, porque está chegando o dia de uma apresentação importante dele para uma bolsa de estudos, mas ele está tendo muita dificuldade em compor. No mesmo conservatório de música que ele tem uma garota talentosíssima, Paula, que ameaça ficar com a sua bolsa (e eu gostei de como os medos e anseios do Jeremias foram traduzidos em pesadelos, a edição tem um tom meio poético bem bacana), e o Jeremias não está conseguindo chegar até a sua “inspiração”, que sempre lhe parece escapar. E o dia da apresentação se aproxima, e ele não parece capaz de alcançá-la.
Então, os amigos entram em ação, sob a liderança da Denise, que é apaixonada por ele, E ELES SÃO UM DOS CASAIS MAIS FOFOS DA TURMA DA MÔNICA JOVEM! Denise é um tanto inusitada, propõe umas coisas malucas, e que ocasionalmente até parecem fazer um pouco de sentido… às vezes não, no entanto. Como sempre, eu adoro as brincadeiras da revista e as quebras de quarta parede, como quando o Jeremias conta sobre a inspiração que vinha do avô desde pequeno, quando o ouvia tocar no parque, e Denise se emociona toda: “Eu não sabia que você tinha um passado tão lindo! Como é que um personagem secundário pode ter uma história tão profunda e emocionante?”, ou então quando a Denise briga com ele por ter encostado em um violão (“Jerê, meu lindo… você quer ser um ótimo músico, não quer?” “Claro” “ENTÃO, NADA DE ENCOSTAR NUM INSTRUMENTO, ATÉ EU MANDAR!!!”).
É A PHOEBE ENSINANDO O JOEY A TOCAR VIOLÃO, GENTE!
AMEI <3
Toda a edição flui bem, mas às vezes de forma tão rápida que parece superficial e abrupta. Antes dos tios do Jerê chegarem com o avô para assistirem à sua apresentação pela bolsa, os pais lhe contam que o avô está sofrendo de Alzheimer. É bacana falar de um assunto sério como esse e apresentá-lo, ainda que de maneira muito breve, para as crianças que leem a revista… então, parte da “aventura” está no Jerê lidando com o avô, que já não é mais a mesma pessoa de quem se lembrava, e descobrindo, por fim, que se isolar não é a resposta. Ele se isola dos amigos por não estar conseguindo compor, se fecha em um mundinho perigoso e próprio, e isso também faz com que ele coloque a segurança do avô em perigo, porque o avô sai sozinho pela cidade que nem conhece, e então Jeremias, os amigos e a polícia acabam buscando o avô pela cidade
Eles o encontram no parque, em contato com a natureza, e é o momento mais mágico – o momento em que ele se parece com o avô das histórias de Jeremias, o avô de quem Jerê se lembra… o avô que o inspira. É um momento emocionante em que o avô o faz escutar “a música da natureza”, e Jeremias nem tem tempo de terminar de compor a sua canção antes da apresentação, mas a presença e as palavras do avô era tudo de que ele precisava para conseguir subir naquele palco e arrasar em um momento comovente em que ele finalmente derruba o muro que construiu dentro de si e entra em contato com a sua inspiração, que é ele mesmo… que sempre esteve dentro de si. Então, ele consegue se apresentar, sabendo o que verdadeiramente importa: “E foi assim, como se fosse uma explosão da natureza, que eu achei a minha música. Ela estava nos meus amigos… na minha família… nos meus sentimentos… nas minhas raízes!”
E ele não ganha a bolsa, mas ele ganha muito mais…
Aprendizado. Amizades. Amor. A bolsa ele pode tentar novamente no outro ano…
É lindo. E uma mensagem e tanto!

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