A morte do boto cor-de-rosa!
O FOLCLORE
BRASILEIRO! A nova série brasileira da Netflix, protagonizada pelo lindo Marco
Pigossi, traz o folclore brasileiro
para o meio da cidade grande, e essa é uma premissa que já me chamou muito a
atenção desde o anúncio da série… esse Piloto, que tem um ritmo muito gostoso e
nos deixa intrigados para como a série conduzirá a trama, consegue apresentar
dois personagens do folclore brasileiro com maior destaque (embora eles não
sejam os únicos a fazerem sua aparição): o boto cor-de-rosa e o Saci Pererê.
Mas também vimos um pouco da Cuca, da Iara, do Curupira… e as possibilidades para o que a série pode fazer são infinitas – ansioso
para o momento em que Eric Alves, o Marco Pigossi, vai entrar pra valer nesse mundo místico, e então
poderemos ver tudo com mais clareza, explorar cada um dos personagens e suas
histórias.
O episódio
começa em uma festa junina na qual um fogo inexplicável toma conta da mata – a
esposa de Eric, Gabriela, acaba morrendo nesse incêndio para salvar a filha do
casal, e é assim que Eric, que é um cético, acaba sendo jogado dentro de um
universo completamente novo… o tom de
“Cidade
Invisível” é definido com clareza, e eu adorei os efeitos, os cenários e a
caracterização dos personagens! Existe todo um lado místico muito marcado na
maneira como as criaturas mágicas são mencionadas ou vistas na floresta, ou
mesmo em cenas como a que veremos mais tarde no episódio, quando Eric coloca a
filha para dormir e ela pede que ele leia uma história para ela, e lhe entrega
um livro sobre
o folclore brasileiro…
algo em que Gabriela acreditava e que pesquisava junto daquela comunidade
ribeirinha que ela queria ajudar – comunidade essa que guarda mais segredos do
que Eric pode imaginar.
Mas ele está prestes a descobrir isso.
Um mês
depois da morte da esposa, e ainda sem nenhuma resposta contundente sobre o
crime ou um culpado, Eric sai para correr quando se depara com algo estranho na
praia do Rio de Janeiro:
um boto
cor-de-rosa, típico de águas doces. Ele não entende como o boto pode ter
vindo parar ali, mas ele quer investigar e, para isso, coloca o boto no meio de
um monte de gelo na caçamba do seu carro, esperando conseguir uma autópsia… e é
assim que os demais personagens ganham destaque, porque podemos vê-los fazendo
de tudo para levar o corpo do boto cor-de-rosa de volta para o mar ou, quem
sabe, para Inês. Constantemente, no entanto, Eric parece inadvertidamente atrapalhar
os planos dessas criaturas, mas ele nem imagina o que é que carrega na caçamba
do carro…
ele acha que se trata de algum
tipo de sabotagem da construtora que quer aquelas terras ou algo assim.
Gostei
bastante da participação do Saci, aqui chamado de Isac – eu acho que o
personagem foi muito bem construído, visualmente, e é muito bom como o episódio
vai revelando sua verdadeira identidade ao longo do episódio… elementos estão
lá o tempo todo, como o lenço vermelho que traz amarrado na cabeça e sem o qual
ele vira escravo de quem o tomar (substituindo a convencional
carapuça), ou a maneira como ele faz um
monte de “travessuras” na casa de Eric. Gostei do jogo de cenas que conecta o
Eric contando a Luna sobre o Saci, enquanto a sua identidade fica cada vez mais
evidente, com ele derrubando uma perna falsa no meio da casa, por exemplo,
enquanto escapa, e saltando por aí em uma perna só como o Saci faz. No fim, o
Saci acaba indo embora em um redemoinho cujo efeito eu preciso elogiar, porque
ficou ótimo!
Isac vai
embora sem cumprir a sua missão, que era resgatar o boto cor-de-rosa, mas Eric
acaba ouvindo o alarme do carro e saindo para ver antes que Isac possa
recuperar o “corpo”. Uma das partes mais interessantes do episódio foi,
certamente, o momento desconcertante (embora esperado por nós, que já sabemos
do tema da série) em que Eric abre a caçamba do carro para ver se o boto
continua ali e, em seu lugar, ele vê o cadáver de um homem, com os olhos
brancos…
um homem que parece ter tudo a
ver com a morte de sua esposa! Assustado, confuso e sem saber direito o que
fazer, Eric adultera a placa do seu carro e dirige para longe, para jogar o
corpo na sua caçamba em uma floresta distante, então ele liga para fazer uma
denúncia – será que, quando as autoridades chegarem, o corpo continuará sendo o
de um homem ou terá voltado a ser de um boto?
Curioso
demais para o futuro dessa série!
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