As injustiças da vida…
Eu estou
numa fase de
“Amy, a Menina da Mochila
Azul” em que eu estou sentindo tanta raiva que não é normal para uma novela
infantil! Acontece que Minerva finalmente conseguiu o que queria, e levou Amy
para San Felipe… agora, ela tem que viver um verdadeiro inferno ao lado de
outras crianças maltratadas naquele lugar, tudo porque não quis entregar o
“amigo” Gato – coloco a palavra entre aspas porque me recuso a dizer que Gato é
amigo de Amy, tendo feito o que ele
fez; ele agiu deliberadamente, foi egoísta e, mesmo sabendo que podia ferrar a
Amy, ele seguiu em frente e é só por culpa dele que ela foi enviada para San
Felipe. Enquanto Amy está sofrendo horrores, então, Gato se torna “Adrián
Betancourt”, o filho que Leonora encontrou para Octávio… então, Adrián condenou
Amy a San Felipe enquanto assumiu uma vida que não é dele onde ganha
tudo do bom e do melhor.
A maior
ironia é que a verdadeira filha de Octávio é a Amy.
Isso tudo é
muito injusto.
Octávio é um
homem desesperado e previsível – Leonora sabe que, se entregar para ele “o
filho que ele tanto procura”, ele estará nas suas mãos. O plano de Leonora,
agora, é manipular Octávio através de “Adrián Betancourt”, inclusive instruindo
o Gato, agora Adrián, a fazer com que Octávio termine o seu namoro com Emília…
tudo é bem injusto. Octávio fica felicíssimo e emocionado, enquanto Adrián
explora a casa, o seu quarto e toda a boa vida que terá de agora em diante… e
ele pode dizer o que quiser, mas é visível que
ele está gostando daquilo tudo… por mais que seja uma mentira
insensível – e eu tenho uma raiva profunda do Gato, porque ele está brincando
com os sentimentos de Octávio (não importa se manipulado por Leonora e Cláudio
ou não) e tendo uma vida perfeita, depois do que fez com Amy, que está em San
Felipe por sua causa.
Também
percebemos de imediato que Octávio não sabe ser pai – e acredito que não
saberia mesmo. Ele tem algumas crenças equivocadas e um desejo infinito de
“compensar o tempo perdido”, das piores maneiras possíveis. Ele vai mimar o
Adrián e fazer todas as suas vontades, dando aos empregados ordens absurdas
como 1) que o quarto sempre esteja cheio dos doces de que Adrián mais gosta; e
2) que a cozinha sempre tenha três sobremesas diferentes para que ele escolha
qual quer.
Sinceramente, Octávio está
preparado para criar um monstro. Feliz, Octávio agradece Leonora, diz que
isso tudo é graças a ela… e é interessante como a edição da novela faz um
paralelo usando as mesmas falas enquanto Leonora apresenta a Adrián “sua nova
casa” e Minerva apresenta a Amy “sua nova casa”. Ou a marca de nascença, falsa
em Adrián, verdadeira em Amy.
E Minerva a esfrega e tenta tirá-la, como se
fosse sujeira.
Amy vai
passar por maus bocados agora, em San Felipe – o lugar é um inferno e as cenas
são fortíssimas, exageradas e tristes. Ela toma um banho, tem o cabelo preso em
um rabo de cavalo apertado e coloca um uniforme como das outras crianças;
Carlota, então, manda Minerva jogar fora suas coisas: a mochila azul e o
telescópio que ganhou de Raúl. Amy até tenta desafiar a bruxa (
“Não me importa que me castigue, mas as
minhas coisas você não vai jogar no lixo, você não tem o direito. São minhas e
eu vou ficar com elas!”), e chega a mordê-la, mas ela acaba sendo
castigada, presa a uma espécie de
cadeira
de tortura, e Carlota diz que vai
queimar
a sua mochila, na frente de todos, para que eles aprendam uma lição… é
excessivamente cruel e doloroso, e as lágrimas de Amy parecem nos atingir,
então é uma sequência difícil de se assistir, de verdade!
Carlota
grita o tempo todo, Amy chora o tempo todo…
À noite,
sozinha numa cozinha escura e lavando toda a louça do jantar, Amy escuta a voz
de uma criança chamando seu nome e pedindo ajuda – mais tarde, ela descobre que
é “o fantasma da torre”, como as crianças o chamam. Na hora de dormir, Carlota
faz as crianças (e Minerva) recitarem as rigorosas e absurdas regras do
internato para que Amy as conheça, e aquele lugar é uma mistura doentia de
exploração e tortura. Antes de dormir, ela conta sua história às meninas, e
então diz que pretende recuperar suas coisas, de qualquer maneira:
são a única lembrança que ela tem do lado de
fora. Enquanto Amy sofre e arma planos, por mais arriscados que seja, para
recuperar suas coisas, o povoado inteiro sente a sua falta… Raúl está arrasado,
chorando sentado à janela, olhando para as estrelas e pensando em Amy. Matías,
por sua vez, chega a ficar doente e ir para o hospital.
Não sei se
ele vai suportar.
E isso está
tudo muito triste!
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