Nino e o alinhamento dos planetas…
AH, COMO EU
AMO ESSE FILME! “Castelo Rá-Tim-Bum: O
Filme” é um dos filmes que eu mais assisti em suas deliciosas exibições da
Sessão da Tarde, e voltei a vê-lo recentemente com um delicioso sentimento de
nostalgia – até hoje, o filme é muito bom e não é difícil entender os motivos
de seu sucesso! Com um visual impressionante e bonito, uma história cativante e
muito carisma e emoção, o filme conta uma história apaixonante do garoto Nino,
um jovem feiticeiro de apenas 300 anos (!) que queria ser “uma criança normal”. Tudo o que ele queria era empinar pipa com as
outras crianças, ou frequentar a escola, e não ter que escrever em um livro de
feitiços como o Tio Victor quer que ele faça com urgência, antes do grande alinhamento dos planetas… o problema é
que Antonino Stradivarius Victorius III não
tem ideia do que escrever em seu livro.
O filme é
uma espécie de “adaptação” da série de mesmo nome na TV Cultura, embora parte do
elenco não seja a mesma, nem a forma de contar história…
“Castelo Rá-Tim-Bum” é uma das séries de maior sucesso da TV
brasileira, e contou com 4 temporadas entre 1994 e 1997, e é até hoje lembrada
com carinho pelas pessoas que cresceram assistindo ao programa, cantando a
música do ratinho ou do passarinho. O filme, que foi lançado um pouco depois do
fim da série, é uma proposta nova – e que eu adoro. Mesmo com todas as
diferenças no cenário, figurino e tom, o filme foi um sucesso, ficando atrás
apenas de
“O Auto da Compadecida” nas
bilheterias brasileiras de 1999. Diferente da série, o tom do filme é um pouco
mais sombrio e conta uma história que alguns críticos associaram à
“Família Addams” ao longo dos anos… e
que eu acho um máximo!
Eu acho que
“Castelo Rá-Tim-Bum” e
“Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme” são
produtos bastante diferentes, cada um servindo brilhantemente ao seu propósito…
um era um programa seriado com intenção educativa; outro é um filme para
cinema, querendo narrar uma história completa ao longo de 105 minutos. No
filme, Nino é interpretado por Diegho Kozievitch, uma criança, mas Rosi Campos
e Sérgio Mamberti foram mantidos como os intérpretes de Morgana e Victor, os
tios de Nino. O filme também traz Marieta Severo para interpretar a perversa
Losângela Stradivarius, a vilã do filme que quer roubar os poderes de sua
prima, já que ela nunca conseguiu escrever um livro de feitiços próprio… e, para
conseguir cumprir seu objetivo, ela acaba se juntando a dois homens que estão
tentando comprar o Castelo para demoli-lo e construir
o maior prédio do mundo… ou qualquer coisa assim.
“Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme” é muito
bem-sucedido ao construir todo o cenário em que a história acontece… tudo é
mágico, bonito, grandioso, e vivenciamos a vontade de fazer parte desse mundo.
Gosto demais de como a magia é apresentada, de como elementos como a pedra
preta são apresentados de maneira inteligente já no início do filme, sem contar
que visualmente o filme é um espetáculo! O Castelo em si é lindíssimo, os
figurinos dos personagens são incríveis, e o filme tem um coração gigantesco
representado principalmente pela maneira como Nino faz amizade com João, Cacau
e Ronaldo, três “crianças normais”. O filme ainda traz uma discussão bacana a
respeito da amizade e das diferenças que existem entre as pessoas, quando a
inocência de Nino para se encaixar num conceito de “normalidade” faz com que
seus tios percam os poderes e eles percam o Castelo.
Agora, Nino
precisa tomar a frente e encontrar uma maneira de consertar o estrago que ele
causou, mesmo que sem querer – e, de quebra, talvez ele finalmente comece a
escrever no seu livro antes do grande alinhamento dos planetas, que acontece
apenas uma vez a cada 400 anos. A interação de Nino com João, Cacau e Ronaldo é
muito bacana, e toda a sequência dos quatro dentro do Castelo para enfrentar
Losângela Stradivarius é uma das melhores partes do livro… assisti a toda essa
parte com um sorriso no rosto, porque a memória era muito vívida de todos esses
momentos, como Morgana e Victor convertidos em marionetes na lareira fazendo um
pequeno show para distrair o Dr. Abobrinha, enquanto Cacau precisava se
esgueirar até o livro que Losângela roubou de Morgana para acrescentar algumas
palavras na página do alinhamento dos planetas…
O feitiço de desfazer.
O clímax do
filme está, então, no momento em que Losângela finalmente lê as mesmas palavras
que Nino lera diretamente da pedra preta no início do filme, para descer do
teto quando tentou um feitiço de levitação, agora transcritas para o livro de
Morgana em uma página que vai enganar a bruxa Losângela. É um final
razoavelmente simples, mas suficientemente astuto para que seja crível e para
que fiquemos felizes por Nino e seus amigos. No fim, durante o alinhamento dos
planetas, é como se Nino
finalmente
se tornasse um feiticeiro de verdade – afinal de contas, o seu livro começou a
ser escrito! Além disso, ele ganhou alguns amigos, como tanto queria, e ainda
aprendeu que
cada um é diferente à sua
maneira, e que está tudo bem… o filme tem uma mensagem bonita e um final
fofinho. Amo
“Castelo Rá-Tim-Bum: O
Filme” e sempre amarei!
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