Deus ex-machina.
É tão triste
ver o que
“The Promised Neverland”
virou. Eu me apaixonei pela primeira temporada do anime, e experimentei toda a
tensão que era acompanhar o crescimento
da trama e do suspense nos primeiros 12 episódios – por algum motivo que não
faz o menor sentido, o anime tomou decisões questionáveis nessa segunda
temporada, e eu digo que não faz sentido porque a adaptação do primeiro arco do
mangá na primeira temporada fez um estrondoso sucesso e foi aclamada pelo
público – tanto o que já era fã do mangá quanto o que não era.
Não tinha razões o suficiente para eles
simplesmente abandonarem tudo desse jeito e fazer essa bagunça que a segunda
temporada se mostrou… o nono episódio é mais um episódio
difícil de acompanhar, no pior sentido.
Depois de prometerem uma coisa no último episódio, as coisas mudam de forma
abrupta, sem preparação e repleta de conveniências.
Da última
vez que vimos Norman, ele era um garotinho assustado convertido em um assassino
sanguinário, preparado para matar todos os demônios que encontrava pela frente…
isso até ele conhecer uma demônio com o
nome de “Emma” e a nossa Emma de sempre vir falar com ele. Eu quase entendo
a lógica de Emma apelando para o Norman que ela conhece, mas aquele discurso
todo no meio do estrago que Norman já tinha iniciado me pareceu bastante
forçado, mas o roteiro se baseou nele
para que Norman mudasse completamente de uma hora para outra – agora, ele chora
nos braços de Emma, se arrepende do que fez, e normalmente busca os amigos para
dizer-lhes que o plano mudou e que ele desistiu de toda a ideia de genocídio.
E, pasmem: até mesmo os humanos mais vingativos, como Bárbara, simplesmente
sorriem e aceitam tudo o que Norman diz.
Coerência
zero – pra quê coerência, né?
Então, o
episódio começa a anunciar uma nova trama, novamente mostrando que eles
simplesmente estão jogando coisas sem se concentrar em um arco e desenvolvê-lo,
dando-nos uma sensação desconfortável de despreparo e de superficialidade, que
é justamente o oposto do que a primeira temporada apresentou: a primeira
temporada fez com que amássemos aqueles personagens, torcêssemos por eles,
vibrássemos com cada vitória e surtássemos com cada derrota… um arco bem
desenvolvido, memorável. Não é o que temos aqui. Agora, as crianças interceptam
um sinal de Grace Field que diz que Phil e as outras crianças serão enviadas
agora, então Emma, Ray, Norman e os demais precisam adiantar o plano deles de
retornar a Grace Field e salvá-los, mesmo que eles saibam que existe a
possibilidade disso tudo ser uma armadilha.
E é.
Lambda está
renascendo – mas quem viu o anime pouco sabe sobre Lambda. Só mais um arco que faltou desenvolver… esse anime está se mostrando
uma triste decepção.
As crianças
decidem retornar a Grace Field e salvar Phil e as outras crianças pequenas, e
embora eu esteja animado em ver a fazenda novamente, eu não acredito mais na
qualidade desse roteiro, então não sei bem o que esperar – e acredito que,
quando isso aconteceu no anime, as crianças provavelmente
já tinham passado por tanta coisa que elas não eram mais as mesmas
que deixaram Grace Field lá no primeiro ou segundo arco. Para ajudar na missão
deles, surge um pedaço da caneta que Norman deixou para Ray, entregue por Vylk,
o demônio velho que já vimos ao longo da temporada e que tem uma neta chamada
Emma… ele simplesmente aparece querendo ajudar (em agradecimento a Mujika que o
salvou há muitos anos) e entrega às crianças algo que tem tudo o que eles
precisam: tipo mapas e plantas de Grace Field e o caminho para o mundo humano.
Achando que
essa temporada já vai terminar com as crianças indo para o mundo humano…
A parte boa é que não teremos que nos dispor
a assistir uma terceira temporada.
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