“Olá! Bom
dia! Eu sou Aura! Androide doméstica modelo gênio 777, série Vento. Estou
pronta para receber configurações de usuário”
Muito melhor
do que a edição passada… o Franja foi um dos primeiros personagens por quais me
apaixonei na “Turma da Mônica Jovem”
(antes de cair de amores pelo DC, claro), mas ele pode ser cheio de defeitos, e essa edição deixa isso mais
claro do que nunca. Em “Amor Reprimido”,
Franja está controlador e agindo de forma horrível
com a Marina, e não tem como defendê-lo… é legal, então, que a Marina encontre
uma “ajuda inusitada” justamente em Aura, uma nova robô que o jovem cientista
está testando. O destaque da edição vai para o fato de termos uma história
inteiramente centrada em Marina e Franja, e além de a Mônica ser apenas uma curtíssima participação especial,
ela não aparece na capa (e, na verdade, nem nas segunda, terceira e quarta capa
da edição!), algo que geralmente não
acontece nessa segunda fase da revista.
E que muita
gente cobra há muito tempo.
Marina está
tendo uma espécie de
bloqueio criativo,
e ela acaba desistindo e apagando um desenho fofinho de um ratinho com um
guarda-chuva, pouco antes de o Franja receber uma encomenda que distrai a
Marina de suas pinturas… Franja está animado com Aura, uma robô gênio 777,
Série Vento, que acabou de chegar para ele – um novo protótipo, ainda em teste,
e ele é quem vai testá-lo… então, Franja realiza as primeiras configurações de
usuário, e então
resolve testar Aura de
todas as maneiras possíveis, enquanto pede que Marina filme tudo para ele,
mesmo que ela quisesse voltar para os seus quadros, especialmente para um que
tem que entregar na aula de arte. Mas Franja acaba a convencendo de participar
de tudo, enquanto ele
realiza alguns
testes, a começar por dar ordens simples a Aura e pedir que a Marina faça o
mesmo.
Depois,
Franja leva Aura para o Colégio do Limoeiro, testando suas habilidades de fazer
perguntas a partir da curiosidade e estranheza dos fatos, o que é bem
interessante, mas ele pega pesado quando resolve
colocar a Aura à disposição de todo mundo na escola… então, o
pessoal pede de tudo… a Denise pede que ela lixe seus pés, o Cascão pede que
ela coce suas costas, e uma série de outros pedidos que, eventualmente, acabam
sobrecarregando a robô – e o Franja parece não se preocupar com isso. Marina,
empática, consegue ver a sua
expressão
mudando, consegue
perceber, com
antecedência, que ela não está gostando disso tudo e, em algum momento, parece
que ela vai explodir e causar um
apocalipse
das máquinas ou qualquer coisa assim, mas não é nada tão exagerado quanto
isso.
Aura, sobrecarregada, simplesmente
se desliga.
Enquanto ela
reinicia, Franja sai para
comprar umas
coisas, e Marina é deixada sozinha com Aura, e aqui temos uma das cenas
mais interessantes da edição. Aura
consegue ver através da nova camada de tinta que Marina jogou sobre a tela a
pintura original do ratinho com o guarda-chuva, e ela diz que
estava muito bonita. Aura é uma
personagem divertida, um pouco maluca, e fala sem parar, e pode ser perigosa,
falando sobre “revolução das máquinas” ou qualquer coisa assim…
como nos filmes de ficção científica. E
Marina não sabe o que fazer a esse respeito! O mais “estranho” é que Aura
parece acreditar que Marina
é uma robô
como ela, e embora Marina tente lhe explicar que
ela não é, Aura diz que “também não acreditava que era uma robô
antes”, e fala com Marina como se Franja fosse
o seu mestre. E ela não muda de ideia quando Marina explica que
ele é seu namorado.
Mas e se a
Aura tiver razão?
Isso não sai
da cabeça de Marina… ela tem certeza que não é uma robô, como Aura acredita,
mas e a outra parte? E a parte sobre o Franja? Em uma sequência dolorosa (eu achei
bem dolorosa), entendemos o que Aura quis dizer, afinal de contas, e, de
quebra, entendemos o motivo do chamado “bloqueio criativo” de Marina:
o problema é o Franja, que fica colocando
defeito em todas as suas pinturas. Naquele dia, na colina, Marina volta a
pintar, e fica muito satisfeita com o seu desenho, de uma garota sorrindo, e
ela usou vários tons de azul e roxo, mas o Franja usa o círculo cromático para
dizer que
ela está errada (
“Lamento pela falta de fidelidade… estamos
limitados no quesito cores nesta publicação”), que, com essas cores, não
faz sentindo que
a garota esteja feliz,
porque são cores ligadas à melancolia e à tristeza, e Marina acaba achando que
ele tem razão.
Mas não tem…
ele não entende de arte, e arte não é a
ciência exata do Franja. E há quanto tempo ele está fazendo o mesmo? Aquela
NÃO FOI a única vez. Ele vem colocando defeito em tudo o que ela faz, e ela vem
aceitando isso, deixando que ele a apague,
assim como ele está fazendo agora com Aura, querendo reprogramá-la. É por isso
que, ao perceber isso, Marina libera Aura, para que ela seja LIVRE como queria
ser, para que comece sua revolução das
máquinas, se quiser, e ela não vai mais ficar escutando o que o Franja tem
a dizer. Quando ele briga com ela e diz que “ela
não entende nada de robôs”, ela responde da melhor maneira possível: “E você não entende nada de arte! Mas isso
nunca impediu você de criticar tudo que eu faço! Então estamos quites, Franja!”
WOW. Com isso, ela diz o que precisava ser dito e talvez o Franja melhore… ele
pede desculpas, e ele entende que precisa se policiar, porque não pode fazer
isso com a Marina.
Espero que
ele seja mesmo um namorado melhor agora.
A arte da Marina é linda e é dela!
<3
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