CÁSPITA! (Como diria a Dra. Velma Dinkley)
QUE HQ
INCRÍVEL! Eu adoro a proposta da DC de explorar o “Universo Hanna-Barbera” em reboots
dos desenhos clássicos com os quais crescemos, mas acho que “Scooby Apocalipse” é uma das melhores
de todas as propostas – talvez por isso tenha sido a mais longa de todas, com
36 edições. Colocar os personagens da Mistérios S.A. para lidar com o fim do mundo é muito interessante,
e os personagens são versões mais adultas, sérias e complexas dos personagens
que já amamos. Todo o universo de “Scooby-Doo”
ganha uma nova roupagem, com influências da ficção científica dos anos 1980 +
filmes de terror que envolvem monstros, e o resultado peculiar é empolgante.
Gosto da ação, da maneira como as relações entre os personagens se constroem, e
de todo o mistério que promete continuar levando o interesse por essa
publicação adiante.
A terceira
edição de
“Scooby Apocalipse”,
intitulada
“Terror Incógnito” e
lançada em setembro de 2016, aprofunda o que começamos a ver nas primeiras
edições, enquanto entendemos que o “fim do mundo” não se restringe a um
complexo do Deserto de Nevada, Daphne culpa Velma por seus nanitas, e Velma se
pergunta
o que foi que ela fez… a
história continua sendo contada de forma ágil, com traços e cores incríveis e,
não se esqueça,
bastante brutalidade.
A terceira edição começa com o grupo reunido dentro da Máquina Mistério,
enquanto atravessam o Deserto de Nevada, alguns vomitando e passando mal, todos
traumatizados e sem saber o que podem encontrar do lado de fora…
sangue e vísceras de monstros no para-brisas.
A temática é interessante e me fez pensar um pouco nos
Cranks de
“Maze Runner”,
mas ainda há MUITO que não sabemos sobre esses monstros.
Daphne é,
talvez, a mais durona de toda a equipe – ela agradece Velma por ter ajudado o
Fred, mas logo em seguida meio que “retira” o que disse, porque ainda a culpa
por tudo… com certa razão, na verdade. Velma Dinkley não foi a única
responsável por esse apocalipse, mas ela estava envolvida e certamente sabe
mais do que está dizendo… todo o clima dentro da Máquina Mistério é
tenso, enquanto o Fred continua
desmaiado e se sentindo mal, e Daphne, sem saber se ele vai sobreviver, se
preocupa com ele…
afinal de contas, eles
se conhecem desde a universidade e ele é o único amigo que ela tem; ele seria
capaz de fazer qualquer coisa por ela. Scooby, por sua vez, está ao lado de
Fred o observando
o tempo todo, e eu
gosto dessa concepção do Scooby, que sempre foi um cachorro que, acima de
qualquer outra coisa,
é um grande amigo.
A edição,
então, nos leva de volta ao Complexo,
cinco
horas antes, para o momento em que a edição anterior acabou – ali, Fred
grita que “é melhor eles se separarem”, e eu contive um sorrisinho bobo, porque
isso é algo muito Fred de se dizer mesmo.
Ali, eles precisam enfrentar uma série de monstros que já foram seres humanos,
e continuam lidando com a culpa apresentada na edição anterior, mas eles também
estão lutando por sua sobrevivência… portanto, estão em um dilema. Fred, depois
de explodir a cabeça de um monstro, diz a si mesmo que aquele era um humano
antes, mas logo precisa continuar lutando… Salsicha, por sua vez, fala sobre
não gostar de matar
nenhum ser vivo,
mas essas criaturas
talvez nem estejam
vivas de verdade. E Daphne, que tem uma das cenas mais INTENSAS da edição,
atirando de dentes cerrados, lágrimas escorrendo dos olhos enquanto repete sem
parar:
“Não são pessoas! Não são pessoas!
Não são pessoas!”
Agora, é uma
questão de sobrevivência.
Tudo é
surpreendentemente pesado, como eu comentei no meu texto anterior… em algum
momento, Daphne parece que não vai aguentar… ela fala sobre como aqueles
“monstros” são, na verdade, vítimas inocentes que eles não podem apenas matar –
eles precisam salvá-los. Afinal de
contas, podia ser qualquer um deles. Daphne está em choque, um pouco estática,
e então Salsicha a pega e a coloca dentro da van:
agora, eles precisam sair dali. AMEI DEMAIS ver o Salsicha como é
apresentado em
“Scooby Apocalipse”:
ele é o jovem de bom coração e comilão que conhecemos, mas ele também é
determinado e corajoso, e eu adoro vê-lo assumindo a liderança da equipe e
tirando a Máquina Mistério daquele complexo –
“Fica fria, doutora. A Máquina Mistério do Dr. Krebs pode parecer uma
van, mas é como um tanque! Então segura firme… que eu vou tirar a gente daqui…
AGORA!”
A fuga é
ESPETACULAR.
E, devo
dizer: crushei o Salsicha ali, hein?
Também
gostei de ver que o Salsicha é RECONHECIDO por suas ações, com a Velma
elogiando a sua ousadia e confiança que, afinal, os tiraram em “segurança” do
Complexo e os ajudaram a escapar de monstros assustadores que diziam coisas
como “Comer… seus… órgãos! Lamber… seus…
ossos! Saborear… sua… carne!” Velma ainda não consegue entender como isso tudo aconteceu – ela não para
de repetir que o Projeto Elísio era sobre “tornar o mundo um lugar melhor” ou
qualquer coisa assim… mas algo deu
errado; muito errado. Outra coisa que Velma Dinkley ainda não consegue
entender é como os nanitas foram ativados se, supostamente, os quatro
cientistas precisavam inserir o código juntos, de dentro do complexo, mas eles
não estavam lá quando aconteceu… e eu adoro como a revista abre esse leque de
perguntas, permite teorias.
É isso que nos faz querer voltar!
A quarta
edição,
“Pelos e Garras”, de outubro
de 2016, traz um pouquinho do Scooby, o “cachorro mais burro do projeto de
smart-dogs”, mas um cachorro que já salvou a vida deles e fará isso muitas
vezes, corajosamente… e se você estiver se perguntando por que o Scooby de
“Scooby Apocalipse” é “corajoso”,
acontece que estamos em outro cenário, Scooby tem algumas habilidades e
ele não deixou de sentir medo – mas,
como a própria edição diz, o medo pode ser um grande motivador. Por isso,
Scooby é atento, e eu adoro a sua dedicação enquanto a Daphne está de vigia
durante a noite, por exemplo… ou enquanto Daphne vasculha a van e descobre as
armas no inventário do Dr. Krebs:
uma
série de armas novas que podem ser úteis nessas batalhas de fim de mundo, mas
que eles ainda não sabem o que fazem. Durante a troca de turno, quando
Velma sai para assumir o posto de Daphne,
os
ataques acontecem.
Os monstros
dessa vez, no entanto, não são como os monstros que conhecemos anteriormente…
dessa vez, eles parecem
vampiros, de
algum modo.
E não apenas um. Scooby
luta contra monstros, enquanto Daphne usa uma das armas do Dr. Krebs e, com
ela,
explode um “vampiro” (potente!),
mas outros monstros já assumem seu lugar… como Vlad, o Empalador, que Velma
destrói usando um dos drones do Dr. Krebs.
É
hora de testar as armas e descobrir do que elas são capazes. O problema é
que eles também estão descobrindo
do que
os monstros são capazes… depois de Daphne ter literalmente EXPLODIDO um dos
vampiros, por exemplo, ele volta à vida e começa a se regenerar, o que talvez
queira dizer que
eles não podem ser
mortos – isso diminuiria a culpa dos ataques, provavelmente, mas aumentaria
o perigo em mesma escala, e não tenho certeza de que esse seja um bom negócio.
“Eles
parecem imitar atitudes e habilidades de vampiros da literatura clássica e do
cinema… assim como as criaturas com que nos deparamos no complexo imitavam
outras criaturas da tradição popular. Mas por que nanitas projetados para
tornar a população dócil e manipulável…?”
Uma parte
importantíssima e bacana dessa quarta edição é o nascimento do sentimento de
“equipe”, especialmente no que se refere a Daphne e Velma. Continuam as brigas
e os desentendimentos, e o Fred é quem tenta apaziguar o ambiente dizendo que,
querendo ou não, agora eles são um time e precisam uns dos outros… aos poucos,
então, essa “equipe” vai aprender a conviver e a trabalhar junta! Gostei muito
da cena em que a Velma sucumbe a sentimentos, assume sua parcela de culpa e
chora, pensando em tudo o que fez ou ajudou a fazer. Aqui, ela diz que “eles
deviam mesmo deixá-la para trás”, como Daphne sugerira anteriormente, mas,
dessa vez, a atitude de Daphne muda, e ela diz que eles não vão deixar ninguém para trás. Ela diz que foi dura com
Velma, talvez até dura demais, mas
eles precisam dela…
A equipe
precisa!
Eu estou
amando cada momento de
“Scooby
Apocalipse”, e todo o universo e a trama que está se desenhando… é uma
série longa e muita coisa pode acontecer nessas 36 edições, mas estou confiante
de que teremos uma boa história em mãos! No fim da edição, o grupo saqueia um
hipermercado em busca de comida, roupas, remédios e eletrônicos, e Velma parece
fazer uma descoberta quando ela e Daphne encontram um cadáver em um dos
corredores:
aparentemente, eles não são
os únicos sobreviventes que não foram transformados – talvez outras pessoas
tenham sobrevivido, pelo menos as que por ventura estivessem em outras zonas
seguras de outros complexos, como eles estavam. Fred e Salsicha, por sua vez,
estão do lado de fora, carregando a van com tudo o que puderem carregar,
enquanto anseiam por uma
melhora nas
coisas…
Mas isso não
deve acontecer em breve.
Ah, não
mesmo!
Isso ainda
vai ficar muito GRANDE e eu estou amando!
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