“Apenas um milagre pode salvá-lo”
Eu acho
impressionante como as coisas podiam ser
sombrias
e
pesadas em novelas “infantis” da
Televisa. Oficialmente voltada ao público infantil,
“Amy, a Menina da Mochila Azul” trazia cenas que eu acho pesadas e
desconfortáveis de se assistir mesmo agora, depois de adulto – e uma delas é
nessa sequência na qual Cláudio tenta matar Sebastián. Raúl já sabe das
maldades de Cláudio e da mentirada toda de fazer Adrián se passar por filho de
Octávio Betancourt, mas ele foi alertado para não se envolver com isso, “porque
o Cláudio era perigoso”. De todo modo, embora tenha tentado, Raúl não pôde
esconder o que sabia por muito tempo, porque Sebastián percebeu os machucados no
ombro do filho e quis saber
de onde eles
vinham… então, Raúl teve que se abrir com o pai e contar tudo o que sabia,
e isso acabou colocando a vida de Sebastián em risco também.
Raúl foi
avisado a respeito do perigo que era se meter com Cláudio, mas Sebastián não
vai aceitar que alguém levante um dedo para seu filho – então, enraivecido, ele
procura o Cláudio e é uma cena que me dá orgulho! Na verdade, o Sebastián está
sendo um completo babaca com a Carolina em toda a história com Fabián (além de
conservador e preconceituoso), e ele também está pegando desnecessariamente
pesado com Raúl, tendo em vista tudo pelo que o menino está passando, mas vê-lo
enfrentar o Cláudio daquela maneira
foi
muito bom. Ele adverte Cláudio de que não deixará que ele volte a encostar
em Raúl, e ainda diz que ele sabe que Adrián não é filho de Octávio Betancourt,
e lhe dá até o dia seguinte para contar a verdade…
ou então ele mesmo o fará. Então, sabemos que alguma coisa muito
ruim está prestes a acontecer com Sebastián:
ele não vai conseguir colocar Cláudio contra a parede.
Então,
depois de uns pressentimentos de Angélica, Sebastián “desaparece” – Angélica
está preocupada, Raúl se lembra do que Adrián falou sobre
Cláudio ser muito perigoso, e ele mesmo vai atrás do pai, e o
encontra onde Cláudio o deixou quando tentou matá-lo:
esmagado entre dois vagões de trem. É cruel e angustiante de se ver,
especialmente porque é o nítido, poderoso e sincero sofrimento de uma
criança. Quando Raúl chega e vê o pai,
ele está muito perto de morrer, e a cena é fortíssima. Sebastián está fraco,
não sente os pés, e Raúl é tomado por um desespero que se materializa em
lágrimas, enquanto ele grita por ajuda e pede, angustiado, que o pai “não
durma” – a atuação de Joseph Sasson é perfeita e de partir o coração, passando
todo o sofrimento de Raúl que, ainda por cima, se sente culpado pelo acidente:
foi ele quem trouxe o pai para essa história.
Raúl sai
correndo, pedindo ajuda, e eu achei horrível de ver tudo aquilo: a dor era
muito real, muito palpável, muito traumatizante. Quando os médicos finalmente
chegam, Fabián é quem ajuda a conter o Raúl (!) e os seus gritos. No hospital,
Emília avisa que a situação de Sebastián
é
muito grave e que eles não têm, no povoado, tecnologia o suficiente para
tratá-lo como era necessário, tampouco podem transladá-lo, porque seu estado é
mesmo muito grave… por isso, ele será submetido a uma cirurgia, da qual Emília
os alerta:
ainda que ele se salve com a
cirurgia, ele não sairá 100% recuperado. Dali em diante, a situação só piora
e cada visita de Emília traz uma nova notícia ruim: primeiro, ela avisa que
eles estão fazendo o possível e ele não está respondendo; depois, que a sua
coluna está fraturada; Emília diz que eles precisam “estar preparados para
tudo”.
Raúl está
arrasado e Angélica, embora seja uma personagem detestável (especialmente na
maneira como trata Carolina e toda a história de Fabián e Rolando), traz mais
carga dramática à cena, com gritos desesperados que chegam a
doer. Mais tarde, os sinais vitais de
Sebastián desaparecem, Emília tenta fazer a ressuscitação, e eu quase pensei
que, naquele momento, ele tinha morrido, mas Emília anuncia à família que
ele está em coma. Agora, toda a família
precisa lidar com o que está por vir, enquanto nos perguntamos se Sebastián vai
conseguir sobreviver. Raúl, inclusive, tem uma cena muito bonita com o Matías,
ao lado do Bucanero, quando Matías lhe pergunta o que está acontecendo e Raúl o
abraça…
ele é quem lhe dá o consolo que
Angélica não sabe dar, e não apenas porque ela também está sofrendo muito com a
situação, mas porque, em qualquer situação, ela não saberia.
Bruno
convence Alma a abrir uma denúncia de atentado contra o irmão, porque ele ouviu
o Raúl falar alguma coisa sobre “acusar alguém” e o Fabián garante que não tem como
as locomotivas terem se soltado sozinhas, o que quer dizer que
alguém fez isso de propósito justamente para
machucar o Sebastián. Segundo o Bruno, se alguém tentou matar o Sebastián,
essa pessoa não vai parar até conseguir, então o melhor que Alma pode fazer é
abrir essa denúncia. Ele estava certíssimo, mas eu achei
tão triste que o Fabián tenha sido mantido na delegacia como um
suspeito, pura e exclusivamente pelo fato de
ele ser pobre – não é realmente porque ele “sabia demais” nem nada,
apenas por preconceito, exatamente como o preconceito que Angélica tem contra
ele. Está bem difícil aturar Angélica cheia de sorrisos e simpatia para o
Rolando enquanto foi Fabián quem fez tudo, como amparar a Carolina quando ela
precisou, e movimentar a denúncia para pegar quem atacou Sebastián!
Esperando
por um pouco de justiça!
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