O fim de “The Promised Neverland”
Eu estou
muito triste e, sinceramente, eu não sei
nem por onde começar esse texto… mesmo sem ter lido (ainda) o mangá, eu acho
que a segunda temporada de
“The Promised Neverland”
foi péssima – só imagino qual não seria minha
frustração se eu tivesse lido e depois visto essa adaptação. A
segunda temporada de
“The Promised
Neverland” bizarramente errou em tudo o que a primeira temporada acertou em
cheio: faltou foco, desenvolvimento, suspense… a segunda temporada é corrida,
sem aprofundamento e sem emoção, para chegar, em 11 episódios, até o mundo dos
humanos e um utópico “final feliz” que não combina em nada com o que
“The Promised Neverland” nos apresentou
na primeira temporada – e não que eu não tenha sofrido com essas crianças no
primeiro ano e não quisesse que elas fossem felizes, mas eu queria
desenvolvimento… eu queria poder acreditar na história, poder torcer por eles,
poder me emocionar.
Se na
temporada passada eu terminava todos os episódios ansioso por mais, e eles me
enchiam de
tensão e emoção, os
episódios dessa segunda temporada (e particularmente esse último) parecem todos
muito
superficiais, devido à maneira
corrida como toda a história foi conduzida – sem contar a desanimadora
quantidade de cenas estáticas que me deixaram bastante inquieto. Mas eu estaria
disposto a relevar as cenas estáticas se a história valesse a pena, se houvesse
desenvolvimento apropriado da trama… o episódio começa logo depois daquele final
cheio de acontecimentos do episódio passado, com a Emma estendendo a mão a
Ratri e o convidando para
serem livres
e para “construírem um mundo melhor” ou qualquer coisa assim. Ele, então, conta
brevemente a história do Clã Ratri e de como
ele não quer se juntar com as crianças no mundo dos humanos, antes
de morrer em uma cena dramática, mas sem emoção – por mais contraditório que
isso possa parecer.
Depois,
então, as crianças se preparam para fazer a travessia, e eles convidam Isabella
e as outras Mamas para irem ao mundo dos humanos com eles, e aqui temos um
breve momento de “redenção” delas que eu não sei se acredito com certeza – eu
acho que a jornada final de Isabella na primeira temporada era muito mais
convincente e emocionante, mas agora, como todo o mais, pareceu vazio… de
qualquer maneira, independente de qualquer coisa, as crianças perdoam Isabella
e a convidam para ir com eles para esse “final feliz”, e então as crianças
finalmente se preparam para fazer essa travessia, de uma forma consideravelmente
mais fácil do que todo o sufoco para a fuga de Grace Field na primeira
temporada me fez acreditar que seria. Mas nem todas as crianças vão para esse
outro mundo ainda… Emma, Ray, Norman e vários outros
ficam para trás.
Phil,
Isabella, as outras crianças e as outras Mamas vão para o mundo humano,
enquanto uma equipe liderada por Emma vai fazer o que ela sempre quis:
mudar o mundo. Ela quer salvar todas as
crianças que estão em fazendas no mundo dos demônios, e enviá-los para o mundo
dos humanos, enquanto tenta fazer “uma nova promessa”, diferente daquela que
foi feita há 1000 anos, e ambos os mundos poderão
recomeçar… como todo o mais, infelizmente, tudo é corrido. É uma
sequência de imagens estáticas que se assemelham a um “epílogo”, mas o epílogo
de uma história que mal se dignou a chegar ao seu final. Vemos as crianças no
mundo dos humanos vivendo suas vidas, enquanto Emma e os demais enfrentam
sabe-se lá o quê no mundo dos demônios, até o aguardado reencontro, muitos anos
mais tarde, com a Emma mais velha abraçando um Phil adolescente (eu amo o
Phil!) e dizendo que “finalmente está em casa”.
Poderia ser
emocionante… e não é 100% ruim. Mas é
desanimador.
Primeira
temporada nos ensinou a
esperar mais.
A esperar
profundidade e
desenvolvimento. Não é o que encontramos
aqui. Uma pena. Com uma primeira temporada tão boa e um material de base
aparentemente também tão bom (um universo rico, havia tanto a se explorar, as
próprias cenas estáticas finais provam isso!), havia muito mais que eles podiam
fazer nessa adaptação de
“The Promised
Neverland”. Arcos inteiros que nunca veremos adaptados, histórias repletas
de emoção, suspense e reviravoltas, construídas em um roteiro complexo e que
nunca teremos a chance de assistir… felizmente, sempre temos a chance de retornar
ao mangá, e agora que o anime chega ao fim de forma tão decepcionante, eu
certamente vou conferir o que o mangá tem a oferecer. Há certa discussão, entre
os fãs, a respeito do final da obra original, que parece ter dividido opiniões,
mas acredito que, de qualquer maneira, todo o desenvolvimento da trama até
chegarmos ao final proposto pelo autor será bacana de se acompanhar e valerá a
pena.
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