“Às vezes,
a vida parece um diário de viagem… só paramos para apreciar algumas coisas…
anotamos curiosidades, tiramos fotos de poucos momentos… momentos que iremos
dar valor por já serem parte do passado. Por estarmos sempre imaginando que
seremos felizes amanhã ou em outro lugar, desenhamos um mapa para estrelas
desconhecidas, que só irão brilhar daqui sei lá quantos anos… sorrimos nos
instantes compartilhados, que permanecem vivos nas memórias de todos ali. Entre
uma lembrança e outra, entre uma parada e outra dessa viagem, onde nós estamos?
Nos existimos?”
AÍ ESTÁ, A
MELHOR EDIÇÃO DA “TURMA DA MÔNICA JOVEM” DESDE QUE A CONTAGEM RECOMEÇOU.
Ficamos tão contentes quando uma edição da revista foi dada para o maravilhoso
Rafael Calça. O autor, que escreveu
“Jeremias:
Pele”, uma HQ da coleção Graphic MSP, ganhou um Prêmio Jabuti em 2019 por
essa história – lembrando que
o Prêmio
Jabuti é o maior prêmio da literatura brasileira. Agora, o personagem ganha
a chance de faze ruma participação na
“Turma
da Mônica Jovem”, também se voltando ao mesmo personagem, e é tão BOM vê-lo
se dedicar ao Jeremias, com uma história tocante e sensível que é,
provavelmente, a melhor história que a revista viu em muito tempo…
provavelmente, a melhor história que a
revista viu no mínimo desde que a contagem foi recomeçada. E eu ADORO
quando temos uma história centrada no Jeremias.
Primeiro, eu
só quero falar sobre o cuidado da edição com sua apresentação… eu acho muito
triste que tenham colocado a Mônica na capa da edição, tendo em vista que a
Mônica tem uma participação pequena e
sem
importância nessa edição, mas nem ela chegou a ser, de fato, um problema,
porque tudo o mais nessa capa está LINDO. E a 4ª Capa mostra um dos futuros que
a edição nos apresentará, e é bom ver o Jeremias mais velho, como um
astronauta, com seu uniforme da BRASA cheio de detalhes… a edição se dedica ao
personagem e a um “sumiço” dele porque
ele
está inseguro em relação ao futuro. Ele é inteligente e extremamente
esforçado, mas ele não tem noção do que ele quer ser no futuro, e então ele
busca a ajuda de seu melhor amigo desde a infância: o Franja.
Enquanto isso, Denise fica buscando o bofe
por todo canto.
Assim, a
edição é protagonizada por Jeremias, mas com Franja e Denise também
desempenhando um papel importante enquanto o nosso querido Jerê explora algumas
possibilidades para o seu futuro. E
elas são todas bastante interessantes. Para isso, o Franja propõe que ele teste
uma de suas invenções, um “decodificador pictórico de padrões cerebrais”, algo
que vai colocá-lo em uma espécie de hipnose, liberando o seu subconsciente para
que o aparelho possa ler
os seus futuros
mais prováveis – mas, na verdade, as possibilidades de futuro, como o
Franja explica, dependem de uma série de coisas, cada micro decisão
gerando novas variáveis, portanto essas
são apenas
algumas possibilidades
entre infinitas, e podem nunca vir a se realizar. Mas já é algo para que o
Jeremias tenha uma noção…
e para que
fique um pouco mais tranquilo.
A primeira
possibilidade de futuro para o Jerê – que o Franja e a Denise conseguem
assistir na televisão – é aquela que vemos na quarta capa da edição: O JEREMIAS
COMO ASTRONAUTA. Eu adorei a possibilidade de ver os personagens
mais velhos que na
“Turma Jovem”, e não apenas o Jerê, mas também o Franja,
trabalhando na BRASA e tudo o mais, ao lado do Astronauta, enquanto o Jeremias
viaja o espaço na antiga (e melhorada) nave do Astronauta,
para salvar o mundo. Algo bastante nobre. Nesse futuro, os recursos
da Terra se esgotaram, e a missão de Jeremias é encontrar algo que possa ajudar
a humanidade a seguir em frente… e o interessante é que ele está disposto a
ir além, a se arriscar, porque não quer
voltar sem cumprir a sua missão, mas, ao mesmo tempo, ele tem pessoas
importantes na Terra, e ele prometera voltar.
A segunda
possibilidade de futuro para o Jerê também é muito interessante – O JEREMIAS
VIRA UM FAMOSO E RECONHECIDO ROTEIRISTA DE HQs. Afinal de contas, o Jerê gosta
de escrever histórias, e esse é um futuro maravilhoso, no qual ele consegue
resgatar um de seus personagens favoritos dos gibis e desenhá-lo, criando novas
histórias que dão nova vida ao personagem, que o faz fazer sucesso, retornar ao
cinema, por exemplo, e Jeremias ainda consegue passar a mensagem de que
todos nós podemos ser heróis. De alguma
maneira, então, podemos começar a ver que as coisas estão conectadas, que esse
futuro tem alguma relação com o primeiro futuro, no qual ele queria ajudar a
humanidade e tudo o mais. E, particularmente, eu gostei muito desse futuro do
Jeremias, acho que seria algo bom para ele, com certeza!
A terceira
possibilidade de futuro para o Jerê é bastante melancólica, e chega a ser
doloroso de ler… e é interessante a maneira como Rafael Calça guia sua
história, não de maneira fantasiosa, não com tudo lindo e maravilhoso, mas uma
história humana, sensível e repleta de nuances. Se estamos lendo o
subconsciente de Jeremias, e se estamos avaliando
possíveis futuros para o personagem, é natural que as suas
inseguranças também venham à tona, e é isso o que acompanhamos nesse futuro em
que o Jeremias escala montanhas solitário, em busca de respostas para perguntas
que talvez
ele nem tenha formulado ainda…
ele vai mais longe do que qualquer pessoa, ele enfrenta perigos e acaba se
colocando em risco, e ele enfrenta sombras assustadoras que, na verdade,
provavelmente
são apenas projeções de seu
próprio subconsciente.
É intenso.
Interessante.
Triste.
Por fim,
chegamos à quarta e última possibilidade de futuro, uma sequência que eu achei
bem divertida, e que, como eles comentam, “daria uma boa história”. Nessa, um
vilão está atacando a cidade, e descobrimos que Jerê é o âncora de um jornal,
assim como o Agente J da DI.NA.MI.CA. É um futuro bastante possível e bastante
interessante, e acompanhamos partes de uma história inacabada, porque
são apenas possibilidades, na qual vemos
a Denise, a Mônica e o Cebola trabalharem ao lado do Jeremias, para deter um
vilão que está usando uma flauta criada a partir de inventos descartados do
próprio Franja, e ainda temos a participação do Doutor Olimpo e do Capitão
Feio, dois personagens que vêm aparecendo bastante na
“Turma da Mônica Jovem” como vilões – inclusive, eu já estou bem
cansado das aparições do Doutor Olimpo.
Mas a
história é bacana, e os traços são lindos.
No fim,
Jeremias passa de uma angústia ainda maior para uma tranquilidade madura na
qual ele percebe que
ainda não sabe de
nada, mas que talvez não deva se preocupar com isso agora… a única coisa
que ele sabe, que ele
percebeu, é que
Denise parece fazer parte
de qualquer
futuro dele, o que quer dizer que “não existe futuro para ele sem ela”. EU
FIQUEI TÃO FELIZ COM O JEREMIAS E A DENISE OFICIALIZANDO UM ROMANCE FINALMENTE!
Afinal de contas, a Denise é apaixonada pelo Jeremias
há muito tempo, e esse beijo foi aguardadíssimo – tanto que ele até
chegou a ir para a capa, para “chamar atenção”.
E que bom que ele acontece no presente, na realidade, e não apenas como
“uma possibilidade do futuro”. Eu adorei a edição. Ela é divertida, ela é
inteligente, ela fala de assuntos legais, ela trabalha bem com os personagens,
ela emociona.
Uma edição
incrível!
Parabéns ao
Rafael Calça, e a todos os envolvidos!
<3
Para mais
postagens da Turma da Mônica Jovem, clique
aqui.
Ou visite
nossa página: Cantinho de
Luz
Comentários
Postar um comentário