“Eu acredito!”
CABE A RAÚL
SALVAR AMY! Como eu comentei no meu último texto de
“Amy, a Menina da Mochila Azul”, a Televisa não tinha nenhuma pena
de pegar pesado em novelas que eram supostamente voltadas ao público infantil…
o drama e a angústia eram os mesmos de uma história assim contada em uma novela
adulta. Mesmo assistindo hoje, mais de 15 anos depois, eu sofri
de verdade com toda a trama do
desaparecimento de Amy! Depois do naufrágio do Bucanero e de salvar todo mundo,
Amy ficou perdida no mar e ninguém tinha notícias dela… a cidade chegou a fazer
uma homenagem à sua despedida, e Octávio rezou oferecendo sua vida em troca da
de sua filha, que é apenas uma garotinha com toda uma vida pela frente, e todas
as cenas são pesadíssimas. Mesmo achando que Amy vai voltar, a intensidade das
atuações e das cenas fazem a dor ser
real.
Eu chorei muito em toda essa sequência!
E uma das
maiores dores é a de Raúl – e em parte porque o pobre garoto é incompreendido.
Seus pais ainda têm dificuldade de entender que ELE É UMA CRIANÇA e que ele
SOFRE COMO QUALQUER UM e, portanto, precisa de cuidados… Bruno sabe que Matías
não pode ficar sozinho em uma hora de tanta dor, por exemplo, mas ninguém
parece se importar em acompanhar Raúl e estar com ele, e as suas expressões de
sofrimento são angustiantes. A maneira como ele “conversa” com Amy à beira do
mar, por exemplo; a maneira como ele canta a música que escrevera para ela
quando ela foi para San Felipe, agora com um novo significado; ou a maneira
como ele grita liberando toda sua dor no universo. É muito errado pensar que
Matías e Octávio estão sofrendo
mais
que Raúl por serem pais, por exemplo…
são
dores diferentes, e Raúl está em pedaços.
O amor de
Raúl por Amy é tanto que é a ele que é conferida a missão de salvá-la… o
Almirante Barracuda é quem a resgata do mar e, naquele momento, não temos
certeza de que Amy está viva. Ele a leva para uma aldeia onde eles fazem uma
espécie de ritual pela alma de Amy, mas a garota não acorda, então Barracuda a
coloca em um barco, e a coloca no mar, dizendo que “é hora de ela voltar para
casa”. E, sinceramente, naquele momento eu não sabia o que isso queria dizer… a
razão dizia que devia acreditar que Amy estava viva, mas, naquele momento, eu
já não tinha mais certeza de nada, de verdade. A
morte dela parecia muito certa. Então, Barracuda parte para Puerto
Esperanza, para falar com as crianças, e pede que Tolín e Pecas busquem Raúl e
o encontrem no Túnel da Luz.
Ele tem algo importante a dizer.
A morte de
Amy é tratada como um “sono profundo” do qual ela não consegue acordar – como
se os pedidos daqueles que a amam a tivessem mantido nesse estado, e agora ela
precisa que seu
príncipe a traga de
volta, mas não é num lance meio
“A Bela
Adormecida” nem nada assim… na verdade, me fez pensar mais em
“Peter Pan”, e uma cena que eu sempre
acho emocionante quando assisto ao filme:
quando
as crianças precisam dizer que acreditam em fadas. O Almirante Barracuda
entrega a Raúl a estrela e diz que ele precisa levá-la até Coral
antes do amanhecer… apenas Coral pode
salvar Amy. Então, Raúl parte com os amigos em busca de Coral, e percebe que
chamar por ela não vai ser o suficiente… ele tem que mergulhar e chegar à
caverna onde Amy costumava se encontrar com o espírito de sua mãe.
Ele precisa visitá-la pessoalmente e
entregar a estrela.
Quando ele
chega, Coral está lá esperando por ele, e pede que ele lhe entregue a estrela e
volte para Puerto Esperanza para terminar sua missão: agora, ele tem que
convencer alguém de que Amy
vai
voltar… uma só pessoa que acredite nele é o suficiente. O problema é que quando
Raúl chega à cidade, com o dia já amanhecido, Puerto Esperanza está celebrando
uma missa pela alma de Amy e
ninguém mais
parece acreditar que ela vai volta – E AQUILO É DESESPERADOR. Aquela foi a
sequência que coroou o horror que foi toda a trama do desaparecimento de Amy, e
eu sofri
cada segundo com Raúl, e
chorei com ele… sofri com o Raúl desesperado dizendo para todos que Amy vai
voltar, enquanto todos parecem pensar que ele está em negação ou algo assim.
Ninguém acredita e ninguém quer lidar com
ele. Matías, Octávio, Emília, Sebastián… ninguém o escuta.
A DOR DAQUELE
MOMENTO!
Raúl é o
Peter Pan, pedindo que
acreditem,
sabendo que é essa crença que vai salvar a vida de alguém que ele ama.
Exasperado, Raúl diz que
está dizendo a
verdade, implora para que alguém acredite, mas Matías, já com raiva, o
segura e diz que
Amy se foi com o mar e
não vai voltar… então, uma voz surge do meio da multidão, e uma das meninas
que Amy salvou de San Felipe aparece para Raúl, dizendo que
ela acredita… a emoção de Raúl é tão
pungente, tão vívida ao sorrir, no meio das lágrimas, dizendo que
ela acredita, e ele grita isso para o
céu, feliz.
E é o suficiente, enfim.
Então, com a missão de Raúl cumprida, o Almirante Barracuda interrompe a missa
dizendo que não podem pedir pela alma de alguém que
ainda se encontra entre eles, e a voz de Amy surge do meio das
pessoas, chamando por seu “papito”, e ela aparece de vestido rosa no meio da
multidão toda vestida de branco.
É um momento
de arrepiar. Amo como
“Amy, a Menina da
Mochila Azul” conseguiu fazer com que sentíssemos toda a dor dessa possível
perda, e todo o alívio com o seu retorno, em uma das histórias mais
bem-escritas da novela – desesperador e angustiante, sim, mas perfeitamente
escrito, atuado…
me tocou profundamente.
A emoção de Matías e de Octávio ao reverem a filha, a emoção de todo o povoado,
que celebra um milagre, mas que se esquece de agradecer ao Raúl, porque é só
por ele que isso tudo é possível… achei fofo o Raúl dizendo a Amy que “sabia
que ela ia voltar”, antes de os dois se abraçarem. Agora, o povoado continua
reunido para
celebrar, enquanto nos
preparamos para as emoções do
último
capítulo de
“Amy, a Menina da Mochila
Azul” – um capítulo que nos levará à Caverna dos Espíritos atrás de Cláudio
e do tesouro, enfim.
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Azul”, clique
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