“I’m gay”.
Take two.
É… parece
que eu vou chorar em cada um dos episódios de
“Love, Victor”.
“Day One,
Take Two” é lindíssimo e altamente relacionável, e a série continua fazendo
um trabalho lindíssimo – eu sempre disse que
“Love, Victor” é muito
pessoal
para mim, porque eu me vejo em muitas situações. Eu não tive um namoro na
escola, eu não me assumi naquela época, e confesso que em parte eu invejo
Victor e Benji por terem o que eles têm, mas tem muita coisa na série que faz
com que nós, gays, nos identifiquemos. O segundo episódio traz
o primeiro dia de aula desde que Victor
e Benji começaram a namorar, e Victor está determinado a contar para todo mundo
que eles estão juntos ao invés de esconder esse namoro, uma atitude linda, mas
que demanda coragem… e quando chega o momento e a voz de Isabel ecoa em sua
cabeça, Victor acaba não tendo certeza de que vai conseguir.
Eu acho que
a série está trabalhando muito bem a dinâmica entre Victor e Mia… as coisas não
estão realmente
bem entre eles,
porque existe uma mágoa, houve corações partidos, rola um certo climão, sim,
mas eu acho que eles vão superar isso, e isso é muito verdade – como eu sempre
digo, me vejo em Victor em vários momentos, e esse é um deles. Quando eu era
adolescente, eu também namorei uma garota, como o Victor namorou a Mia, e
embora ela não tenha me visto aos beijos com um garoto (eu terminei, fiz o que
Victor não fez), as coisas ficaram
estranhas
entre a gente por um tempo… mas nós dois precisávamos de tempo para entendermos
onde estávamos na nossa “relação”, e o que acontece é que, no fim, nós voltamos
a ser amigos, como éramos antes, e nos tornamos muito bons amigos por muitos
anos depois disso.
Então, sim,
pode acontecer! E eu acho que é isso o que espera Victor e Mia.
O que eu
estou achando um máximo, porque eu não estava preparado para gostar tanto de
Mia nessa temporada, mas estou achando, pelo menos até agora, a história muito
bem contada… no primeiro dia de aula, Victor acaba não tendo coragem de fazer o
que estava decidido a fazer, seja pela conversa com Mia, seja pela fala da mãe
ecoando em sua cabeça, e Benji não entende muito bem o que está acontecendo, e
aqui temos duas cenas bem dicotômicas – em uma delas, Benji não parece apoiar
tanto o Victor, mas passa despercebido, e eu acho que pode ser justificado pelo
choque de ser pego de surpresa quando
o Victor mente sobre o término com Mia e não conta na escola que é gay. Em
outra cena, Benji é um fofo, ouve Victor falar sobre a mãe, fala sobre como foi
difícil para o pai aceitar que ele era gay no início, e até conta uma história
bizarra…
“I’m sorry for not being as brave as you are. I’m trying. Just please
don’t give up on me”
Com o Victor
não contando a verdade na escola, o
pessoal de Creekwood é bem cruel, e começam a espalhar uma série de boatos bem
maldosos contra Mia, e eu a admiro DEMAIS por ter lidado com isso
não dizendo a verdade, porque eu não sei
se eu teria o sangue frio que ela teve, de aguentar ataques injustos, mas
respeitar o Victor porque não cabia a ela tirá-lo do armário.
Naquele momento, eu não pude deixar de
admirar muito a Mia, que pessoa espetacular que ela é. Victor, furioso com
os ataques, acaba entrando em uma briga, e ele não está certo, mas eu também o
entendo… naquele momento, foi mais fácil do que de fato dizer para todo mundo a
verdade, e isso acaba ficando na cabeça dele. É algo que ele está processando e
algo que ele vai conseguir fazer em breve – na verdade tão em breve que é no
dia seguinte, depois de várias cenas legais.
Victor tem
uma cena IMPORTANTÍSSIMA em casa com os pais. Importante, pesada, triste, mas
linda – de alguma maneira, tudo ao mesmo tempo. Quando Isabel fala sobre como os
adolescentes na escola podem ser cruéis, Victor responde:
“You’re the only one who’s being cruel!”, e ele acusa a mãe de ter
o aconselhado a não dizer na escola que era gay
só porque ela não quer que ele seja gay, e quando ela tenta dizer
que “ele está colocando palavras na sua boca”, ele pede que ela o corrija
então, que diga que o apoia, e rola uns segundos longos de silêncio
desconfortável, até que Armando (ele está um máximo, aquele comentário dele
sobre a sua pesquisa no Google foi tudo…
que
droga que eu entendi o que ele quis dizer!) diga que eles o apoiam, sim,
mas Victor já percebeu que o pai o apoia, e não é dele que ele quer ouvir isso…
é da mãe.
“Not you. Her”
QUE CENA,
MINHA NOSSA!
O episódio
ainda traz um pouco mais de Felix, e eu preciso dizer:
eu sou completamente apaixonado pelo Felix. Ele está com toda uma
trama paralela, sem dinheiro para pagar o aluguel, a mãe perdeu o emprego, e
ele tem uma cena incrível com Pilar quando ela o encontra
fazendo a tarefa de casa do lado de fora do prédio, e fala sobre
como às vezes vai ali para fora para fugir do clima da sua casa (com a
separação, a maneira como a mãe está tratando o Victor…), e pergunta
do que ele está fugindo, e é fofo que o
Felix acabe realmente se abrindo com ela.
Não
tem como não amar aquele diálogo lindo, e Pilar acaba lhe oferecendo o
dinheiro para que ele pague o aluguel, dizendo que é das gorjetas do seu
trabalho de verão e que ela estava guardando para um show que já está esgotado
de toda maneira e tudo o mais…
a verdade
é que o show não estava esgotado, mas ela achou mais importante ajudá-lo.
Ansioso para
descobrir para onde essa história vai, ainda não sei o que pensar… só que eu amo os dois e que a cena foi linda.
Por fim, o
episódio termina com uma cena que vimos uma parte no trailer, mas que é muito
mais emocionante na íntegra e com contexto – e eu chorei. Victor sobe em uma
cadeira, no corredor da escola, para dizer que não é culpa de Mia que eles
terminaram, na verdade não é culpa de ninguém, e que ele é gay e está com Benji
agora, e que não quer sentir vergonha disso, porque isso o faz muito feliz… é
um dos momentos mais lindos de
“Love,
Victor”, e eu fico orgulhoso do garoto que ele se tornou, de toda essa
coragem que ele conquistou! E é lindo ver as reações das pessoas o assistindo,
e detalhes como o sorriso de Pilar, o orgulho de Felix, o sorriso de Lake ao
ver o orgulho de Felix, até a Mia está contente, porque foi fofo… É UM AMOR DE
CENA, EXPLODI DE FELICIDADE.
“Love,
Victor” entrega mais um momento intenso e muito bem-conduzido, que
perfeição.
Destaque
para o Victor escrevendo ao Simon e falando sobre como ele o ensinou tudo o que
ele sabe sobre coragem e sobre como espera que algum dia também possa inspirar
pessoas a serem elas mesmas, como Simon fez, e a câmera foca em Rahim pela
primeira vez… EITA QUE ESSA TEMPORADA PROMETE!!!
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