Homofobia
no time de basquete.
Desapontado, mas não surpreso. Victor se
assumiu gay para toda a escola no episódio passado, em um momento muito bacana
que exigiu muita coragem dele, e agora ele precisa lidar com as consequências
disso, e embora tenha sido muito difícil de se acompanhar a reação de algumas
pessoas no time de basquete, a verdade é que não ficamos surpresos – o episódio
faz algumas leituras interessantíssimas e realistas que é o que
“Love, Victor” está, desde o começo,
conseguindo fazer com maestria.
“There’s
no Gay in Team” é mais um episódio potencialmente doloroso, que não nos
deixa sorrindo e felizes no final, mas que nos deixa pensativos, e nos faz
reconhecer algumas situações da vida real. Também destaco o desenvolvimento da
história de Felix, porque ele está realmente
adorável (como ele sempre foi), e amei ver o Armando procurando
ajuda.
Não é que
ter um filho LGBTQIA+ o faça precisar frequentar um “grupo de apoio” nem nada
disso – é só que Armando não sabe o que fazer, e ele precisa de pessoas que
saibam mais que ele para que possam ajudá-lo, e eu o amei por estar buscando
essa ajuda… a cena do grupo é breve, conta com um momento engraçado (
“Who in your family is gay?”), e uma
participação especial inesperada: Jack, o pai de Simon. A conversa de Jack e
Armando no bar, naquela noite, foi muito bem-escrita, e eu confesso que eu
fiquei triste por Armando, quando ele diz que toda vez que abre a boca tem medo
de dizer algo que vá fazer seu filho odiá-lo, mas isso tudo só faz com que
amemos mais ainda o Armando, porque ele ama o Victor e eles sempre foram muito
próximos, e ele não quer que isso mude… ele certamente está
fazendo muito mais do que Isabel…
Em paralelo,
acompanhamos um pouquinho mais de Felix e seu drama familiar: a mãe não está
mais trabalhando e ele pegou dinheiro emprestado de Pilar para pagar o aluguel,
e agora ele está fazendo as tarefas de várias pessoas para tentar juntar
dinheiro, e eu já disse e repito:
me dói
ver o Felix sofrer. Enquanto isso, Mia convidou Lake e Felix para
uma festa de faculdade, e Lake está
tentando convencer Felix a largar aquilo tudo e ir logo para a festa, e a verdade
é que, naquele momento, Lake tinha todo o direito de pedir isso a ele e de
ficar brava porque ele não a estava dando atenção, porque ele não tinha se
aberto com ela como fizera com Pilar – ela não sabia da verdade sobre a sua
situação e, consequentemente, o motivo de ele precisar estar vendendo tarefas
de casa… felizmente, ao contrário do que achei que aconteceria, Felix conta
logo a verdade.
E eu devo
dizer que a cena foi FOFÍSSIMA. Lake diz que está indo à festa sozinha e que é
melhor ele ir para casa, então ele conta que não pode ir para casa porque
cortaram a sua internet, e então ele
acaba dizendo a verdade, e então vemos aquela informação se assentar, e Lake
solta um:
“Okay. Hit me with a worksheet”.
A Lake se dispondo a ajudar Felix com as tarefas foi um amor, mostrando que o
problema não é falta de parceria nem nada, era apenas que ela não sabia da
verdade, e agora que sabe, o entende e o apoia – porque ela não é mais um “eu”,
ela é um “nós”. Eu acho esse casal muito fofo, e estou curioso para entender os
rumos que a história deles tomará na segunda temporada de
“Love, Victor”, porque Pilar está claramente se apaixonando por
Felix, e a Pilar está tão fofa nessa temporada que eu também não queria vê-la
sofrendo…
Enfim.
Falando
sobre a festa da faculdade, Mia acaba indo sozinha à festa, e como Tyler não
chega e ela acha que levou um bolo ou qualquer coisa assim, ela começa a beber
perigosamente, e por um momento tememos por ela… felizmente, ela encontra
Derek, o ex-namorado de Benji, da temporada passada, e ele manda uma mensagem
para Benji:
“Uh-oh. It’s my ex. Texting
about your ex”. Então, Victor vai à festa para ajudar Mi e para levá-la
para casa, e eles têm uma cena linda na casa de Mia, mostrando aquilo que
comentei no texto passado:
que eles podem
ser amigos, e provavelmente o serão. A conversa é sincera, Victor pede
desculpas por tudo, e Mia é um máximo, porque ela está feliz por ele,
orgulhosa, só “não queria que a coisa mais importante da vida dele a fizesse se
sentir mal” ou qualquer coisa assim, mas ela quer que ele seja ele mesmo… o que
é mais do que se pode dizer do time de basquete.
“I wish I didn’t lose my best friend”
“You didn’t lose me”
Certamente o
mais difícil de se assistir nesse terceiro episódio foi a homofobia do time de
basquete… o treinador tenta amenizar a situação ao conversar com Victor, mas
acaba sendo quase tão babaca quanto os idiotas do time que
pediram que Victor não usasse mais o mesmo vestiário que eles… a
situação toda é tão absurda, tão ridícula, tão revoltante e, o que mais nos
angustia,
tão real. Victor sofreu o
episódio todo com isso, e as pessoas que foram legais com ele foram o Andrew,
surpreendentemente, e o Benji, que tem uma fala inteligente sobre como as
pessoas costumam achar que
é mais fácil
se assumir gay hoje em dia, quando na verdade não é bem assim – ainda temos
que enfrentar esse tipo de coisa que o Victor enfrentou nesse episódio. Foi
doloroso, sofri por ver Victor abrir mão de algo que ele ama, como o basquete, mas
ele fez o que precisava ser feito…
ele
não podia ficar num lugar onde as pessoas não o aceitavam como ele é.
É como
Andrew diz: ele continua sendo o mesmo
Victor de antes. Pra que, então, tratá-lo diferente?
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