Love, Victor 2x03 – There’s no Gay in Team

Homofobia no time de basquete.

Desapontado, mas não surpreso. Victor se assumiu gay para toda a escola no episódio passado, em um momento muito bacana que exigiu muita coragem dele, e agora ele precisa lidar com as consequências disso, e embora tenha sido muito difícil de se acompanhar a reação de algumas pessoas no time de basquete, a verdade é que não ficamos surpresos – o episódio faz algumas leituras interessantíssimas e realistas que é o que “Love, Victor” está, desde o começo, conseguindo fazer com maestria. “There’s no Gay in Team” é mais um episódio potencialmente doloroso, que não nos deixa sorrindo e felizes no final, mas que nos deixa pensativos, e nos faz reconhecer algumas situações da vida real. Também destaco o desenvolvimento da história de Felix, porque ele está realmente adorável (como ele sempre foi), e amei ver o Armando procurando ajuda.

Não é que ter um filho LGBTQIA+ o faça precisar frequentar um “grupo de apoio” nem nada disso – é só que Armando não sabe o que fazer, e ele precisa de pessoas que saibam mais que ele para que possam ajudá-lo, e eu o amei por estar buscando essa ajuda… a cena do grupo é breve, conta com um momento engraçado (“Who in your family is gay?”), e uma participação especial inesperada: Jack, o pai de Simon. A conversa de Jack e Armando no bar, naquela noite, foi muito bem-escrita, e eu confesso que eu fiquei triste por Armando, quando ele diz que toda vez que abre a boca tem medo de dizer algo que vá fazer seu filho odiá-lo, mas isso tudo só faz com que amemos mais ainda o Armando, porque ele ama o Victor e eles sempre foram muito próximos, e ele não quer que isso mude… ele certamente está fazendo muito mais do que Isabel…

Em paralelo, acompanhamos um pouquinho mais de Felix e seu drama familiar: a mãe não está mais trabalhando e ele pegou dinheiro emprestado de Pilar para pagar o aluguel, e agora ele está fazendo as tarefas de várias pessoas para tentar juntar dinheiro, e eu já disse e repito: me dói ver o Felix sofrer. Enquanto isso, Mia convidou Lake e Felix para uma festa de faculdade, e Lake está tentando convencer Felix a largar aquilo tudo e ir logo para a festa, e a verdade é que, naquele momento, Lake tinha todo o direito de pedir isso a ele e de ficar brava porque ele não a estava dando atenção, porque ele não tinha se aberto com ela como fizera com Pilar – ela não sabia da verdade sobre a sua situação e, consequentemente, o motivo de ele precisar estar vendendo tarefas de casa… felizmente, ao contrário do que achei que aconteceria, Felix conta logo a verdade.

E eu devo dizer que a cena foi FOFÍSSIMA. Lake diz que está indo à festa sozinha e que é melhor ele ir para casa, então ele conta que não pode ir para casa porque cortaram a sua internet, e então ele acaba dizendo a verdade, e então vemos aquela informação se assentar, e Lake solta um: “Okay. Hit me with a worksheet”. A Lake se dispondo a ajudar Felix com as tarefas foi um amor, mostrando que o problema não é falta de parceria nem nada, era apenas que ela não sabia da verdade, e agora que sabe, o entende e o apoia – porque ela não é mais um “eu”, ela é um “nós”. Eu acho esse casal muito fofo, e estou curioso para entender os rumos que a história deles tomará na segunda temporada de “Love, Victor”, porque Pilar está claramente se apaixonando por Felix, e a Pilar está tão fofa nessa temporada que eu também não queria vê-la sofrendo…

Enfim.

Falando sobre a festa da faculdade, Mia acaba indo sozinha à festa, e como Tyler não chega e ela acha que levou um bolo ou qualquer coisa assim, ela começa a beber perigosamente, e por um momento tememos por ela… felizmente, ela encontra Derek, o ex-namorado de Benji, da temporada passada, e ele manda uma mensagem para Benji: “Uh-oh. It’s my ex. Texting about your ex”. Então, Victor vai à festa para ajudar Mi e para levá-la para casa, e eles têm uma cena linda na casa de Mia, mostrando aquilo que comentei no texto passado: que eles podem ser amigos, e provavelmente o serão. A conversa é sincera, Victor pede desculpas por tudo, e Mia é um máximo, porque ela está feliz por ele, orgulhosa, só “não queria que a coisa mais importante da vida dele a fizesse se sentir mal” ou qualquer coisa assim, mas ela quer que ele seja ele mesmo… o que é mais do que se pode dizer do time de basquete.

“I wish I didn’t lose my best friend”

“You didn’t lose me”

Certamente o mais difícil de se assistir nesse terceiro episódio foi a homofobia do time de basquete… o treinador tenta amenizar a situação ao conversar com Victor, mas acaba sendo quase tão babaca quanto os idiotas do time que pediram que Victor não usasse mais o mesmo vestiário que eles… a situação toda é tão absurda, tão ridícula, tão revoltante e, o que mais nos angustia, tão real. Victor sofreu o episódio todo com isso, e as pessoas que foram legais com ele foram o Andrew, surpreendentemente, e o Benji, que tem uma fala inteligente sobre como as pessoas costumam achar que é mais fácil se assumir gay hoje em dia, quando na verdade não é bem assim – ainda temos que enfrentar esse tipo de coisa que o Victor enfrentou nesse episódio. Foi doloroso, sofri por ver Victor abrir mão de algo que ele ama, como o basquete, mas ele fez o que precisava ser feito… ele não podia ficar num lugar onde as pessoas não o aceitavam como ele é.

É como Andrew diz: ele continua sendo o mesmo Victor de antes. Pra que, então, tratá-lo diferente?

 

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