“Os Trapalhões na Montanha Encantada”
Assistir aos
“Trapalhões” é uma experiência
encantadora – o quarteto formado por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias fez parte de
nossa infância e durante anos assistimos aos seus filmes na
“Sessão da Tarde”. Os filmes são leves,
divertidos, e repletos de nostalgia.
“Os
Trapalhões na Terra dos Monstros”, de 1989, é um dos meus filmes favoritos
do grupo, com direito a comédia, uma história bonitinha, participações
especiais também
carregadas de
memória afetiva, e uma pegada cheia de
aventura que sempre me faz pensar em
“A
Montanha Encantada”, de Maria José Dupré. Na verdade,
“Terra dos Monstros” me remete a várias outras obras, seja pela
história ou pelos cenários, que têm tudo a ver com as produções de aventura
e/ou ficção científica das décadas de 1960 a 1980, como
“Doctor Who”,
“Star Trek”
e até mesmo
“A Máquina do Tempo”.
Os Fenícios
vs os Barks me faz pensar nos Morlocks vs os Eloi de “A Máquina do Tempo”.
Uma das
coisas mais legais do filme é o fato de ele ser protagonizado, além dos
Trapalhões, por outros rostinhos conhecidos da época, como a Angélica e o
Conrado, que nos rendem momentos musicais ao som de
“Nosso Amor é Festa” e
“Beijo
de Aranha”, embora me surpreenda o fato de o filme
não ter usado “Vou de Táxi”,
que a Angélica tinha lançado no ano anterior,
justamente no filme em que o personagem do Didi é um taxista! Na
história do filme, Angélica é a filha de um empresário ganancioso e indiferente
com o meio ambiente, e ela quer chamar a atenção de todos para uma causa
ambiental – por isso, em um programa do Gugu, ela tem a chance de realizar um
“sonho maluco”, que é o de gravar um videoclipe com o Dominó (AH, EU AMO O
DOMINÓ!) na Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro…
mas as coisas acabam não saindo conforme o planejado.
[Dominó
canta “Paraíso”, mas ficou faltando
uma versão completa de “P da Vida”]
Quando
Angélica e Conrado fogem para a Pedra da Gávea sem a autorização do “Dr.
Fofinho” e desaparecem dentro dela, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias são enviados
para encontrá-la, e os seis logo se veem às voltas com um grupo de
“monstrinhos” muito fofos e carismáticos, chamados de Grunks, que preparam sopa
de aranha (?) para eles, e rendem alguns dos melhores momentos do filme…
“Os Trapalhões” sempre foi sobre isso,
sobre um humor despretensioso, leve, descontraído, até
pastelão na maioria das vezes, mas eles
sempre nos arrancavam risadas sinceras, e reassistir a esse filme
atualmente dá um calorzinho gostoso no coração. Não tem como não rir com o
“Grunk Risadinha”, por exemplo, que tem uma risada gostosa de ouvir, ou mesmo
com as conversas de Didi com o “Geleca”, um Grunk muito antigo (e que dorme
bastante) que funciona como um “conselheiro” durante o filme.
O filme cria
todo um universo dentro da misteriosa Pedra da Gávea, um mundo habitado por
pelo menos três grupos diferentes: primeiro, conhecemos os Grunks, as estranhas
e fofas criaturinhas que “recebem” os visitantes no início do filme; depois,
quando o grupo está procurando uma forma de sair da caverna e descobrem que há
uma passagem “na caverna dos Barks”, Didi sai para procurar esse outro grupo,
aparentemente perigoso, e acaba esbarrando nos Fenícios,
humanos como eles, um povo que se originou de viajantes que ficaram
presos lá dentro aproximadamente 2800 anos atrás. É ali que surge o típico
interesse romântico de Didi, dessa vez
Cira, e o grupo de visitantes precisa fazer com que os Grunks e os Fenícios se
entendam e se unam para que, juntos, eles possam derrotar os Barks e deixarem
de viver o tempo todo com medo…
De quebra,
Angélica, Conrado e os Trapalhões podem escapar.
Na reta
final do filme, Didi e os demais precisam enfrentar Barks (e Fenícios que foram
enfeitiçados pelos Barks) para
garantir sua fuga da Pedra da Gávea, antes que a passagem se feche por mais uns
dois mil anos ou qualquer coisa assim, e Didi precisa tomar uma decisão: ele
vai embora com os amigos ou ele vai ficar para trás com Cira?
Spoiler alert: ele escolhe ficar, mas
acaba reaparecendo no fim do filme, acompanhado de Cira
e de muito dinheiro.
“Os
Trapalhões na Terra dos Monstros” é aventuresco da melhor maneira possível
(!), e fala sobre a importância da união e do respeito a todos os seres vivos,
nos conquistando pelo carisma de seus protagonistas, pela história bem contada,
pelas músicas nostálgicas e por nos proporcionar esse momento de
descontração que é exatamente o que
buscamos ao assistir a um filme dos
"Trapalhões”.
Para reviews de outros FILMES, clique aqui.
Por favor, continua fazendo resenha dos filmes dos Trapalhões. Tem tantos ótimos.
ResponderExcluirJá era para ter tantos mais postados! Quando eu reassisti e escrevi sobre esse, meu plano era postar pelo menos um por mês... faz 2 anos e eu não postei mais nenhum, vou tentar assistir mais o mais rápido possível! :)
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirObrigado. Eu adoraria ver uma resenha dos filmes "O Mistério de Robin Hood" e "Os Trapalhões e a Árvore da Juventude".
ExcluirVou tentar assistir "Os Trapalhões e a Árvore da Juventude" nesse fim de semana :)
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