Chegou a hora?
“O Pequeno Samurai” está se
desenvolvendo muito bem – sendo a maior história do
“Sítio do Picapau Amarelo” em 2004, é muito bom ver que ela
continua crescendo, apresentando novos personagens e núcleos, enquanto conta
uma história maior, sem ficar necessariamente em torno de uma coisa apenas… um
bom teste para o ano seguinte, quando o programa assumiria o formato novela. A
grande trama de
“O Pequeno Samurai” é
a batalha do bem contra o mal, e Pedrinho, o escolhido, terá que enfrentar o
Kappa, guerreiro do Exército das Sombras quando chegar o momento… quando uma
estranha chuva começa a cair e o sol continua brilhando no céu, um arco-íris
aparece e, então, todos sabem que é chegada a hora da grande prova do
escolhido: PEDRINHO PRECISA CONQUISTAR A ESPADA DO SOL NASCENTE. Naquele
momento, no entanto, ele tem outras prioridades…
Pedrinho é
um menino corajoso e honrado, e quando o Seu Elias aparece desesperado dizendo
que o Coronel Teodorico e a Joaninha estão presos na caverna da Cuca (coisa da
Emília, eu os deixaria lá para sempre), Pedrinho promete que vai salvá-los e,
por isso, não pode ir até o fim do arco-íris em busca da Espada do Sol Nascente
quando é chegada a hora:
“Escuta aqui,
Eiji: a minha prova agora é salvar os dois da garra da Cuca. Entendeu?” Como
o Pedrinho está decidido a ir à caverna da Cuca (a jacaroa já colocou os dois
no caldeirão e está colocando um monte de temperos), Eiji, o tendo como mestre,
diz que vai acompanhá-lo, e acha bonita a sua decisão:
ele é uma alma boa que prefere ajudar os inocentes, e por isso é o
escolhido. Então, Pedrinho invade corajosamente a caverna da Cuca para
salvar os dois ingratos, e ele é muito bem-sucedido.
Enquanto
isso, Takeshi-san parte para o início do arco-íris, o ponto da árvore encantada
por Dori, e tenta roubar o anzol dourado, sem sucesso, porque acaba apanhando
da árvore… Akio-san, Dori e Emília partem para o início do arco-íris, achando
que encontrarão Pedrinho e o pequeno samurai lá, mas encontram apenas
Takeshi-san, desmaiado, depois de ter apanhado um monte da árvore – o anzol
continua devidamente protegido, mas Takeshi-san está despertando, e o grupo precisa
colocá-lo para correr… com a ausência de Pedrinho e Eiji, Emília usa o próprio
arco-íris para que ela, Akio-san e Dori possam chegar ao
fim do arco-íris, que vai dar lá no arraial, onde o pessoal está
desesperado em busca do tal pote de ouro, mas ninguém consegue nada.
Pedrinho e Eiji também não estão lá, porque
Pedrinho tinha uma missão para cumprir.
Depois de
salvar o Coronel Teodorico e a Dona Joaninha, Pedrinho e Eiji rumam para o
início do arco-íris, na mata, dando o primeiro passo para a grande prova do
escolhido, mas a árvore os segura e então o pouco tempo que eles tinham se
torna menor ainda e eles não têm como Pedrinho cumprir sua missão – não dessa
vez…
ele terá que esperar por outro
arco-íris. Quando a árvore não parece disposta a soltar nem o Pedrinho nem
o Eiji, um novo samurai faz a sua estreia para salvá-los, cortando fora um
galho da árvore encantada…
um galho com o
qual Pedrinho decide fazer uma nova espada, que será uma árvore mágica. O
novo samurai é Musashi, que Eiji descreve como “o santo da espada”, um samurai
invencível em mais de 60 duelos… um homem misterioso, silencioso e bonito que
ajuda os meninos e, pouco depois, desaparece.
Falando em
novos personagens,
“O Pequeno Samurai”
toma um rumo inesperado que não tem nada a ver com o folclore japonês quando
apresenta um grupo de bandoleiros liderados por João Tário em um acampamento
pelas redondezas… são bandidos interesseiros que estão ali para saquear o
arraial e o Sítio de Dona Benta – eles começam roubando a Vaca Mocha, por
exemplo (tadinho do Zé Carijó!), mas acabam ouvindo falar sobre o pote de ouro
sobre o qual o arraial não para de comentar, então eles têm um motivo novo para
estar ali… é difícil saber, ainda, que rumos esses personagens tomarão, mas
eles parecem tão destoantes do restante da história que, nesse primeiro
momento, eu os ignorei.
E temo que eles
tragam a “O Pequeno Samurai” uma parte mais cômica e escrachada que não estava
faltando – eu estava gostando do tom mais sério e mais sombrio.
Frustrado
por não ter conseguido pôr as mãos no pote de ouro e na Espada do Sol Nascente,
Takeshi-san aproveita que está no arraial quando o arco-íris desaparece e leva
a Emília sequestrada –
bem, depois da
Narizinho e do Pedrinho, era mesmo a vez da Emília… só fiquei um tanto
incomodado com o pessoal do Sítio se perguntando “para onde será que ele tinha
levado a Emília”.
Quer dizer, não é
óbvio? Tanto Narizinho quanto Pedrinho já estiveram lá antes! De qualquer
modo, Emília chama os besouros para dar um recado a Narizinho, como se fosse um
grande mistério onde Emília estava, e agora ela precisa de resgate… embora ela
demonstre certa confiança de que não há nada que Takeshi-san possa fazer contra
ela, porque ela é de pano e, portanto, não sente dor e, qualquer coisa, a Tia
Nastácia pode sempre costurá-la e consertá-la.
Ela não
esperava, no entanto, que Takeshi-san tivesse
mesmo um plano, e ele diz que VAI ENTERRÁ-LA VIVA. Agora, Emília
fica assustada! Enquanto Takeshi-san grita aos quatro ventos que
não tem ninguém que possa ajudá-la, Musashi
aparece para ajudá-la, e enquanto Emília chora, assustada, Musashi e Takeshi
entram em uma batalha ferrenha, que Takeshi-san acaba vencendo por jogar baixo…
com um corte sangrando e desmaiado, Musashi fica caído enquanto Takeshi-san
celebra sua vitória, e ainda decide
roubar
a armadura de Musashi, que é o que lhe dá invencibilidade, e embora ele não
consiga tirar a armadura do samurai em um primeiro momento, nós sabemos que ele
vai conseguir isso eventualmente – e o que vai acontecer quando Takeshi, o
Kappa, estiver vestindo a armadura da invencibilidade do samurai que venceu 60
duelos?
Musashi acaba preso ao lado de Emília…
E agora?
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de Luz
Por mais que o Teodorico e a Joaninha sejam duas pestes, a Emília poderia ter matado eles. E ainda fez o Pedrinho perder o arco-íris. Eu não suporto a Emília podendo fazer tudo o que ela quer, sem consequências.
ResponderExcluirEu achei bem aleatório botarem uma quadrilha de bandoleiros gaúchos no meio da história de samurai e folclore japonês. E olha que eu amo tramas paralelas (me encantei pelas histórias do Sítio por isso), mas essa trama, especificamente, foi aleatória demais.
ResponderExcluirFoi mesmo, e é a pior parte de "O Pequeno Samurai". Mas talvez tenha algo a ver com algo que comentei nesse ou em outro texto, a respeito de como talvez tenha havido uma "reformulação" da história, que começou bastante sinistra. Consigo ver movimentos dos bastidores pedindo que eles "aliviassem" um pouco, e então criaram meio que de última hora, com outro tom mesmo e tal, para a história ficar menos macabra... enfim, é uma possibilidade.
ExcluirEu fico pensando quanto por cento do tempo de tela de "O Pequeno Samurai" foi gasto com o João Tário falando "isso é coisa de mulherzinha" e "macho que é macho não faz isso".
ExcluirFoi gasto (lê-se: foi perdido)
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ExcluirNé? A quantidade de vezes que ele repete essas duas frases é absurda. Tipo: Tá, a gente já entendeu que ele é machista e subestima a lagarta por ela ser mulher. Não precisa fazer o cara parecer um papagaio. Se quer papagaio, traz de volta o Louro João.
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