American Horror Story: Red Tide 10x04 – Blood Buffet
Os efeitos da pílula…
Eu não sei
dizer se esse episódio era de fato necessário,
porque ele não traz nada de muito novo
para a série (e é uma temporada em que, teoricamente, estamos correndo contra
um tempo já que os 10 episódios são divididos em “Red Tide” e “Death Valley”),
mas eu preciso dizer que GOSTEI BASTANTE. “Blood
Buffet” retorna 5 anos na história de Provincetown para mostrar a chegada
da química à região, quando ela comprou uma casa, se instalou e começou a
produzir a droga que causou todos os efeitos que estamos acompanhando desde o
início dessa temporada. O episódio mostra os personagens que já conhecemos, como
Belle Noir e Austin Sommers, e como eles se tornaram as pessoas que conhecemos
agora – além, é claro, de acompanharmos em detalhes o primeiro caso de uma
pessoa sem talento que não foi
beneficiada com a pílula…
O
“Nosferatu” (eu o chamo assim).
Acho que a
parte mais interessante do episódio esteve nas cenas da Química com Mickey, nas
quais ela explica mais sobre a droga e como ela funciona – no início da
temporada, elogiei extensivamente a maneira como as pessoas ganham as
característica “vampirescas”, e o episódio explora uma pseudociência que torna
tudo bem interessante: aparentemente, a Química trabalhava para o governo em um
programa para inibir a parte criativa
dos cérebros dos soldados, porque eles
queriam soldados que “não pensassem muito”, mas, para aprender a travar
essa parte, ela também precisava aprender a destravá-la… agora, depois de
muitos anos de estudos e testes em primatas, a Química está determinada a
testar a pílula em humanos e ver o que ela pode fazer com eles – e se ela terá
os mesmos efeitos que teve nos primatas dos testes.
Mickey se
recusa a tomar a pílula inicialmente – sabemos que, no presente, ele acabou se
rendendo a elas e tinha talento o suficiente para não se tornar um dos pálidos
carecas nas ruas, atacando e caçando sangue. Então, Mickey faz um acordo com a
Química, para levar até ela possíveis usuários para a sua droga, e ela
acompanha cada caso e toma notas. O primeiro desses casos é de um cantor
medíocre que sonha em ser grande, mas
que acaba descobrindo que ele não tem talento.
A noção de que as pessoas sem talento
enlouquecem e se tornam agressivas porque são expostas à verdade justamente de
sua mediocridade é perversa, mas faz
todo sentido. Assim, vemos o cara se transformar na primeira criatura pálida da
cidade, com direito a uma “história” sobre como ele conseguiu as ombreiras dos
anos 1980 e tudo. Foi muito bem-feito!
Além dele,
também acompanhamos Belle Noir antes da pílula, uma escritora com talento, mas
pouca visibilidade, e é muito interessante a composição da personagem feita por
Frances Conroy, porque ela tinha um tom totalmente
diferente antes de tomar a pílula pela primeira vez. Foi interessante
acompanhá-la fazendo leituras de seu livro autopublicado, tentando vendê-lo,
tendo que lidar com um marido nojento que não a apoia em nada – e ela não
hesita em tomar a droga quando Mickey chega até ela e a leva até a Química: ela sabe que ela tem talento. E, de
fato, ela o tem, porque ela se transforma na grande Belle Noir que conhecemos,
e é claro que sua primeira vítima é seu marido. A história da personagem avança
o tempo do flashback, vemos um
pouquinho mais de Leslie e o dia em que ela resolveu “mudar o seu visual” para
representar quem ela é agora…
Por fim,
chegamos a Austin Sommers, e embora parte da internet esteja alvoroçada com “o
Evan Peters vestido de drag queen”,
eu particularmente acho que foi a parte menos
interessante do episódio, porque me parece que faltou desenvolvimento. Foi
tão bem-feito o desenvolvimento de Mickey e o desenvolvimento de Belle Noir, mas
o de Austin Sommers contou com uns 10 minutos de episódio, aproximadamente, e
consiste nele fazendo um péssimo show vestido de drag porque precisa de dinheiro para pagar aluguel e comer, depois
que o cara que ia trazer uma de suas peças à vida “desapareceu”. Belle Noir,
então, é quem se aproxima dele e quem lhe oferece a pílula preta que abre a sua
mente, o transformando no grande dramaturgo que ele virá a ser… de modo geral,
esse foi um episódio excelente. Agora, retornamos para o presente!
O que os Gardner estão aprontando?
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