Diários de Intercâmbio (2021)
“Pra crescer, você tem que experimentar coisas novas”
GENTE, QUE
FILME MARAVILHOSO! “Diários de
Intercâmbio” é o mais novo filme da Larissa Manoela disponível na Netflix,
e é diversão do início ao fim. É um filme descontraído e despretensioso que nos
proporciona excelentes momentos e que exagera nas situações mais bizarras e
cômicas para entregar uma comédia de qualidade. Eu confesso que o título do
filme não me chamou a atenção, provavelmente porque, como a Taila, eu estava
pensando que “intercâmbio é para adolescente filho de gente rica”, mas como a
Taila bem diz: a Bárbara não é nem uma
coisa nem outra. O filme, felizmente, tem uma pegada diferente do que eu
imaginava, e é extremamente divertido, e conta com o carisma inegável da
Larissa Manoela, o dom perfeito para a comédia que a Thati Lopes tem e, ainda,
a beleza e o talento do Bruno Montaleone. Um ótimo trio liderando esse filme!
Eu adorei a
maneira como a ideia de “intercâmbio” foi incorporada ao filme, porque
realmente não é algo que faça parte da realidade da maioria dos brasileiros…
Bárbara, a personagem de Larissa Manoela, é uma mulher que trabalha vendendo
assinaturas de uma revista de viagens no aeroporto do Galeão, e ela sonha conhecer o mundo – e, se ela conseguir
atingir uma certa meta, ela vai ganhar uma viagem, mas ela acaba não
conseguindo por causa de uma única
assinatura. Assim, ela tem que encontrar uma maneira nova de viajar. A
dinâmica de Bárbara e Taila é perfeita, e as duas nos arrancam divertidas
risadas já nesse início de filme, até que Bárbara finalmente consiga realizar o
seu sonho se inscrevendo em um programa de au
pair, para ficar na casa de uma família, ajudar a cuidar de uma criança e
ter um curso de inglês pago para ela.
O filme meio
que caminha por diferentes tons que, surpreendentemente, funcionam muito bem.
Ele tem uma pegada mais dramática quando entramos em toda a história de Lucas e
Zoraia, por exemplo, e a história da deportação, mas também é um delicioso
romance quando Bárbara começa a se envolver com Lucas, e traz ótimos momentos
de comédia com a Taila morando na casa de uma família que não regula lá muito bem. Ainda chegamos a um clímax bizarro que é
digno das comédias mais descabidas e exageradas, tudo com um texto bem-escrito
que nos fez comprar cada uma daquelas ideias. Tudo isso enquanto Bárbara percebia que a sua “viagem dos sonhos” não
saía exatamente como ela esperava, e se perguntava se um dia ela ia conseguir
realizar o seu sonho de se tornar uma comissária de bordo, por exemplo, e
conhecer o mundo.
Bárbara
acaba ficando na casa de uma mulher exigente e cheia de regras e precisa cuidar
do pequeno Josh, enquanto frequenta aulas de inglês e mal tem tempo de curtir
um tempo com o namorado mais velho que conheceu no Brasil, no aeroporto, Brad.
Taila, por sua vez, fica na casa de uma família de caçadores cuja filha
desapareceu há alguns anos, e ela tem momentos perfeitos, como quando pede
comida sem bacon, ou as incontáveis vezes em que fala sobre o nióbio que,
aparentemente, os Estados Unidos querem roubar do Brasil! Também destaco a
Taila sem falar inglês, ou aquele momento maravilhoso em que a família com a
qual ela vai ficar, sabendo que ela não sabe falar inglês, traz um cara para
ajudar na comunicação, e ela, sem saber que ele é brasileiro e fala português,
o cumprimenta o chamando de “gostoso”. Bem, não posso culpá-la.
Quando
Bárbara, exausta, não vai a um jogo de hóquei com Brad e pede que Taila vá no
seu lugar e os dois acabam se beijando, os caminhos de Bárbara e Taila meio que
se separam… e é interessante como cada uma conduz um estilo de filme
completamente diferente. A parte de Taila é completamente escrachada, exagerada,
quase nonsense, mas, de certa
maneira, também é uma crítica interessante… em alguns momentos parece que
estamos assistindo uma esquete da “Porta
dos Fundos”? Sim. Mas eu adoro as esquetes da “Porta dos Fundos” com a Thati Lopes, ENTÃO EU ADOREI. Ela é
sequestrada, amarrada, tenta conversar em inglês com o seu celular para pedir
que ele ligue para a polícia, grita com a verdadeira filha do casal que
retorna, depois de 5 anos sequestrada, pedindo que ela não faça nada com o Brad
depois de ouvi-la falar “bread”.
É
sensacional.
A parte de
Bárbara do filme, por outro lado, se leva mais a sério, e tem ótimos momentos.
Adoro ver a Bárbara lutando por seus sonhos, e, como eu sou uma pessoa bem
romântica, eu adorei ver todo o desenvolvimento do romance de Bárbara e Lucas,
que começa quando eles se conhecem na pista de esqui. Os dois compartilham
momentos lindíssimos e apaixonantes, turistam por Nova York, passando pela
Times Square e pelo Central Park, e frequentam uma “aula” no curso de
comissária de bordo que Bárbara quer fazer… enquanto um se envolve na vida do
outro, Bárbara também conhece um pouquinho mais da vida e da família de Lucas,
e conhece sua mãe, Zoraia, interpretada pela maravilhosa Emanuelle Araújo, que
traz músicas brasileiras nostálgicas, como a maravilhosa “Arerê” – Emanuelle e Bruno cantando “Arerê” é uma das melhores coisas do filme!
E ele
estava o cúmulo da fofura e lindeza nessa cena.
Além de
Taila e de Bárbara, o filme ainda consegue, então, desenvolver uma história
para Lucas, que acaba perdendo o emprego e precisa conseguir entrar em uma
faculdade para ter seu visto renovado e poder continuar nos Estados Unidos, que
é sua casa desde que ele tinha oito anos de idade… e Bárbara faz de tudo para
ajudar, o que envolve, inclusive, escondê-lo na casa em que ela está morando
quando Zoraia é deportada de volta para o Brasil… e quando ela sugere que a
entrevista para a faculdade aconteça ali na casa enquanto Sheryll está fora,
assistimos a um crescente de confusões enquanto a casa não para de receber pessoas – Taila que chega desesperada fugindo
de Kat, que está tentando matá-la; Brad, que está ali para pedir desculpas e
para fazer com que Bárbara o perdoe; a própria Sheryll, que esqueceu um
remédio; um grupo de manifestantes por causa da deportação de Zoraia; e o
entrevistador da faculdade.
Wow.
Provavelmente
algumas pessoas vão reclamar da quantidade de absurdos ou de clichês no fim do
filme, mas, para mim, esse é justamente um dos motivos pelos quais eu o amei
tanto: porque o roteiro se diverte, não se leva a sério e certamente nos
arranca maravilhosas risadas, além de ter uma surpresa bacana no final (que
permite que Lucas continue nos Estados Unidos), e uma bonita mensagem a
respeito de ter coragem de se arriscar para aprender coisas novas… “Diários de Intercâmbio” é um dos
filmes mais gostosos que eu assisti nesse ano e, com um elenco incrível, nos
entrega um pouquinho de tudo: drama, romance, diversão… além, é claro, de
explorar um pouquinho do visual dos Estados Unidos e nos deixar com uma vontadezinha
de se arriscar em uma aventura como a de Bárbara, mas temendo, é claro, se deparar com o mesmo que Taila.
Adorei esse
filme!
Para reviews de outros FILMES, clique aqui.
P.S.: Momentos de Taila… Taila tentando entender o que estava
acontecendo durante o julgamento no final do filme: “Beyoncé?”
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