4 – 8 – 15 – 16 – 23 – 42
FINALMENTE
OS NÚMEROS E O
FLASHBACK DE HURLEY.
Desde que recomecei
“Lost” eu estou
esperando por esse momento… os famosos números 4, 8, 15, 16, 23 e 42, que
ficaram na mente de todo fã de
“Lost”,
já fizeram aparições durante a temporada até aqui, de maneira modesta – quando
o Sayid fala que a mensagem da francesa está se repetindo há 16 anos, por
exemplo, ou quando o vidente passa 4 meses tentando convencer Claire de que ela
precisa criar seu filho, ou mesmo o número do Voo, que é 815, mas é em
“Numbers”, exibido em 02 de março de
2005, que eles fazem sua estreia oficial e nessa sequência – de agora em
diante, perceberemos cada vez mais referências, e isso ainda se tornará uma
grande parte de
“Lost”, o que eu acho
um máximo! Adoro ficar procurando por eles na série. Na segunda temporada, por
exemplo, ouviremos/veremos esses números bastante!
O episódio
finalmente nos traz
flashbacks de
Hurley Reyes, e então entendemos por que a série esperou até quase o fim da
temporada para isso. Além de o roteiro não querer introduzir os números com
tanta antecedência na temporada, era importante que conhecêssemos o que o
próprio Hurley chama de “o Hurley legal e divertido”, porque o
flashback nos apresenta outra faceta do
personagem, coisas que não sabemos e nunca imaginamos a seu respeito… e os
flashbacks continuam timidamente fazendo
conexões entre os personagens; no último episódio, vimos Hurley aparecer na TV
de uma casa que Jin visita a mando do Sr. Paik, e agora um diálogo nos revela
que Hurley é o principal acionista de uma
fábrica
de caixas – e, olha só, será que
“Lost”
tem um personagem que trabalhava em uma entediante fábrica de caixas antes da
queda do avião?
Hurley
ganhou na loteria, jogando os números 4, 8, 15, 16, 23 e 42, e qualquer um pode
pensar que ele é
muito sortudo por se
tornar um multimilionário. E talvez ele mesmo tenha pensado isso, até
perceber que
tudo ao seu redor começa a
dar errado depois de ele ganhar na loteria. Quando ele está dando uma
entrevista sobre o que pretende fazer com o dinheiro, por exemplo, seu avô tem
um ataque cardíaco e morre… outras situações bizarras o perseguem, como a casa
que ele compra de presente para a mãe pegando fogo (inclusive, destaque para a
fumaça saindo da janela!), ou a própria mãe torcendo o tornozelo quando ele a
leva para ver seu presente. Eventualmente, então, ele percebe que os números
precisam ser
amaldiçoados, porque é
muita coincidência que tanta desgraça esteja acontecendo ao seu redor ao mesmo
tempo.
E ele busca respostas.
Dentro e
fora da ilha.
Vemos Hurley
ir atrás de Lenny, o homem de quem ele ouviu os números pela primeira vez.
Leonard, no entanto, está internado em uma clínica psiquiátrica, repetindo os
números infinitamente, de modo assustador, e ele fica apavorado quando Hurley
diz que “usou os números para ganhar na loteria”, e então ele diz que ele não
podia ter feito isso e que “ele abriu a caixa”. É essa visita a Leonard que o
impulsiona à Austrália, porque ele fala sobre Sam Toomey, o cara de quem os
números vieram. Hurley descobre que Sam morreu há 4 (!) anos, mas ele tinha uma
história muito parecida com a sua: ele interceptou um sinal que repetia os
números 4, 8, 15, 16, 23 e 42 sem parar, então ele acabou usando esses números
para ganhar dinheiro também… não era a loteria, mas ainda assim!
E, depois, coisas estranhas começaram a
acontecer ao seu redor…
Até que ele
não aguentou mais e se matou.
Na ilha,
Hurley parece confrontado com a possibilidade de
finalmente conseguir alguma resposta, e ele vai atrás dela. Os
números aparecem escritos nas anotações que Sayid trouxera de Danielle
Rousseau, e Hurley não se importa com nenhum aviso que qualquer um tente lhe
dar: ele precisa falar com a francesa e descobrir o que ela sabe sobre os números…
o que ela pode lhe dizer. O episódio
é muito bacana e é uma jornada interessante para Hurley, que age
desesperadamente em busca de respostas, enquanto Sayid, Jack e Charlie o
seguem, para impedir que algo ruim lhe aconteça… e o grupo é colocado em
várias situações de perigo, seja com
armadilhas ou com pontes duvidosas que despencam, mas felizmente ninguém se
machuca seriamente por causa do azar de Hurley – talvez a maldição dos números
não o tenham acompanhado até a ilha.
Até
parece.
O episódio
traz vários momentos bem legais para o Hurley, e eu adoro o momento em que ele
encontra Rousseau sozinho, e conversa com ela – aquele momento tinha que ser só
deles. A conversa não traz
grandes
respostas, porque Rousseau tampouco sabe o que os números significam, mas
ela fala sobre como o seu barco interceptou um sinal que repetia esses números
(o mesmo sinal que Sam ouvira), e como eles desviaram a rota para investigar e,
mesmo depois de chegarem à ilha, ficaram procurando por respostas “até que a
doença chegasse”. Rousseau é a primeira pessoa na vida de Hurley que concorda
com ele sobre a maldição dos números – ela nunca pensara neles como
amaldiçoados até então, mas ela concorda que foram eles que a levaram até ali
e, aparentemente, também foram esses números que levaram o Hurley à ilha.
Então, a maldição existe.
Existindo ou
não, é tão bom para Hurley que alguém o entenda. A maneira como ele a abraça!
Os números
voltarão e aparecerão bem em breve… a última cena do episódio (genial) é o foco
em um detalhe da escotilha: os números 4, 8, 15, 16, 23 e 42 gravados na
entrada. Falando em escotilha, preciso falar brevemente sobre Locke:
o cara é inteligente e assustador. Eu
não consigo
não gostar do Locke pela
sua inteligência, mas ao mesmo tempo não posso
gostar dele, porque ele é macabro. A maneira como ele manipula as
pessoas, como ele puxa todo mundo para si, faz com que confiem nele… ele está
fazendo isso há semanas, “recrutando”, e esse episódio foi a vez de Claire, que
ele chama para ajudá-lo em um trabalho, que eventualmente se revela um bercinho
de presente para o bebê que deve nascer a qualquer momento.
Inclusive, toda a coisa do Locke, Claire e
um bercinho no meio da floresta é assustadoramente parecido com o pesadelo dela.
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