Turma da Mônica Jovem (2ª Série, Edição Nº 52) – A Volta da Yuka
O caminho para uma nova fase…
A MELHOR
EDIÇÃO DA SEGUNDA SÉRIE DA “TURMA DA
MÔNICA JOVEM”. “A Volta da Yuka”
é uma edição incrível, e a maneira perfeita de fazer um reboot na “Turma da Mônica
Jovem” e tentar corrigir algumas coisas das quais os fãs vinham reclamando
há muito tempo, como os traços e a qualidade das histórias. Para tornar esse reboot possível, nada melhor do que nos
levar de volta para quando isso tudo
começou. Em 2008, a “Turma Jovem”
era apresentada com a incrível “4
Dimensões Mágicas”, que é até hoje uma das minhas sagas favoritas na
revista, em parte pelo apelo nostálgico, mas não apenas por isso… aqui, estamos
de volta a esse universo, agora com algumas novidades, quando Yuka retorna e os
“quatro guerreiros” são convocados para ajudar. A edição é cheia de referências
e ação, e eu teria adorado acompanhá-la por mais algumas edições…
A publicação podia ter começado isso mais
cedo e feito umas 3 edições de “encerramento”.
Eu adorei
como a edição é cheia de ação, cenários diferentes e uma boa história cheia de
detalhes – é até surpreendente que ela esteja inteira contada em 120 páginas. “A Volta de Yuka” começa com o Ângelo
protegendo um pergaminho, e toda a sequência é bem mística, num estilo meio
“Doutor Estranho”, e entrega tudo o que o estilo mangá pede, com muita aventura
e ação. É um brilhante início e mostra Arkanum, um poderoso feiticeiro de
Mavidele, roubando um pergaminho que pode trazer Yuka de volta. Quando Ângelo
não consegue protegê-lo, os quatro espíritos das DIMENSÕES MÁGICAS aparecem no
Bairro do Limoeiro para avisar Mônica, Cebola, Cascão e Magali e para pedir a
sua ajuda, como da primeira vez, há muito tempo. E eles entregam a eles cinco
artefatos místicos que podem ajudar: o Grimório de Paracelsus, o Bracelete
Supremo, a Gema do Infinitus, a Pena da Alma Navaja e o Báculo de Osíris.
Então, mesmo
confusos por causa de “todo o tempo que se passou”, os quatro guerreiros sabem
que é sua obrigação ajudar, que prometeram que voltariam se as Dimensões
Mágicas precisassem de ajuda e aqui estão eles, de volta em Edom. O grupo
encontra Arkanum transformado em pedra em uma expressão de dor, e é Magali, com
os seus poderes de feiticeira, que consegue entender um pouco do que aconteceu
ao tocar a estátua do feiticeiro – ela descobre que ele virou pedra quando Yuka
despertou e percebeu que estava sem os
seus poderes. Agora, Yuka está andando pelas Dimensões Mágicas para reunir
os quatro elementos místicos e voltar para Edom, onde poderá absorver toda a
magia de Arkanum e “se tornar o ser mais imponente do universo”. Ou pelo menos
é isso o que os espíritos e os guerreiros acham que ela quer.
Assim, os
guerreiros são enviados para recuperar os elementos antes de Yuka, mas os espíritos avisam que não será tão fácil
quanto eles imaginam, porque eles foram escondidos em quatro novas dimensões mágicas (!), o que quer dizer que a edição
nos traz quatro lugares TOTALMENTE NOVOS, e não os mesmos que tínhamos visto da
primeira vez. Então, o Globo Celeste Dimensional é entregue a eles para
ajudá-los a saber algumas coisas e a disfarçar-se de acordo com a dimensão para
a qual vão, e o grupo viaja para a primeira nova dimensão mágica: Falude. Falude é um lugar parecido com
Mavidele ou com o nosso Japão Feudal (daí o nome), e o visual é INCRÍVEL. Ali,
o Cubo Fantástico está escondido em algum lugar do Palácio Imperial, e eles
perdem o primeiro artefato quando Yuka aparece vestida de ninja e o rouba com
facilidade.
A segunda
dimensão mágica que eles visitam é Repus
(vem de “super”), um lugar repleto de super-heróis
– ou melhor, superequipes, no estilo Super Sentai. EU ADOREI O VISUAL DESSE
LUGAR, adorei o clima de lá, adorei as piadas, adorei os quatro fazendo pose – eu sou fã de tokusatsu, né, então eu acho incrível
essas referências. E é por isso que eu digo que eu adoraria que essa história
fosse uma saga, porque daí poderíamos passar mais tempo em cada uma dessas
dimensões. Ali, Mônica, Cebola, Magali e Cascão formam o Esquadrão EITA (!), mas
Yuka parece estar sempre um passo à frente deles, então ela usa um ofuda no
Cebola para distraí-los enquanto usa um kraker para pegar a Joia Genial e,
assim, os quatro guerreiros perdem o
segundo artefato mágico. Realmente parece que Yuka está se saindo muito
melhor dessa vez do que da outra.
A terceira
dimensão é um lugar peculiar: Pturaac
(vem de “captura”) é descrito como “um local habitado por criaturas mágicas
capturadas pelo sentimento de carinho do seu mestre”, uma referência a “Pokemon” – aqui, no entanto, os
chamamos de Morfomons. Nessa dimensão, Yuka está atrás do Disco de Saturno, e
novamente ela consegue o que quer, mas algo muda
enquanto os jovens estão nessa dimensão… temos, aqui, o fato de os morfomons só
poderem ser capturados pelo “sentimento de carinho” do seu mestre, e Yuka
estava duelando usando morfomons seus, o que quer dizer que, de alguma maneira,
ela usou “sentimentos bons”. Quando Yuka foge, Mônica, cheia de julgamentos,
vai atrás dela, mas aparentemente algo está mesmo
diferente dessa vez, porque Yuka impede que Mônica caia de um telhado, por
exemplo, e diz que “não quer atacar ninguém, só quer ser livre”.
Então, os
jovens seguem Yuka para a quarta e última dimensão dessa edição, “Gansegit” (vem de “gigantes”), uma
realidade em que “monstros gigantes atacam a cidade toda semana”, mas embora
eles tenham coisas como baleias voadoras cuspidoras de fogo, eles não têm
equipes de heróis nem nada – Cascão chega a comentar a falta de sentido em ter
uma realidade só com heróis e outra só com monstros. Yuka aparece nessa última
realidade e acalma a baleia, cantando uma música de ninar milenar para ela, e,
assim, consegue o Cilindro de Netuno, o último dos quatro artefatos místicos
que estava buscando. Assim, os jovens parecem ter falhado em sua missão, e
enquanto eles conversam sobre a sua frustração, como da primeira vez foi mais
fácil e como eles são os mocinhos e “deveriam vencer”, Mônica joga algo
bastante interessante:
“Turma… e se não somos os mocinhos desta
vez?”
Desta vez, a
história é de Yuka e a vitória é dela. É uma conclusão extremamente
interessante para a edição e para essa segunda fase da “Turma da Mônica Jovem”, com direito a uma nova visão jogada sobre
a personagem de Yuka, que parece muito mais humana agora – chegamos a vê-la chorar.
É uma virada interessante do roteiro que não se resume a um plot twist, mas ao fato de termos
acompanhado toda uma história “invertida”, de algum modo. A edição é
inteligente e muito bem-conduzida, e nos prepara para essa excelente conclusão
em que Mônica se dá conta de que, diferente do que imaginaram, a jornada de
Yuka não é de “ódio e vingança”, mas de “amor e redenção”. Então, Yuka os ajuda
a entender algumas coisas e foi muito legal ouvir a sua versão dos fatos e a
história sobre os seus poderes (que se foram para sempre) e seu amor por
Arkanum.
Então,
“inesperadamente”, Yuka se sacrifica por seu amor a Arkanum e, para poder
despetrificá-lo, ela acaba “pagando um preço caro por isso”. YUKA ESTÁ MORTA. É
uma sequência intensa, emotiva e bonita, e a turma sente pela morte de Yuka,
mas eles ganham a visita do Penadinho e da própria Morte, que lhes dá 5 minutos
antes de levar a alma de Yuka, então Magali tem esse tempo para descobrir o
significado por trás dos cinco artefatos místicos que lhes foram dados lá no
início da história, e usá-los em um encantamento que entrega a Yuka o elixir da vida e, portanto, a revive
para que ela possa viver o seu amor ao lado de Arkanum. É uma conclusão
realmente muito boa, e eu adoro como temos aquela “despedida em grande estilo”,
com direito a todos dando viva aos quatro guerreiros das Dimensões Mágicas, que
conseguiram mais uma vez.
Eu fiquei
até emotivo!
Então, chega
a hora de recomeçar, com uma mensagem bem bacana:
“Às vezes,
é necessário dizer adeus para finalizar algumas etapas em nossa vida. Dizer
adeus é fechar capítulos, virar páginas, concluir sagas, encerrar ciclos. […] É
a possibilidade de começar uma nova fase”
Assim, a “Turma da Mônica Jovem” encerra a sua
segunda série com uma edição magnífica, que foi divertida, criativa, cheia de
referências e ação e nos levou de volta aos tempos em que isso tudo começou… mas também estamos preparados para começar essa nova fase, e é, inclusive,
muito bom ver Mônica, Cebola, Cascão e Magali atravessando aquele portal das
Dimensões Mágicas de volta ao Bairro do Limoeiro em suas novas versões – traços bonitos, mais elaborados, todos os
personagens muito mais bonitos do que
nas últimas edições… estão todos realmente MUITO BONITOS. Eles retornam ao
Bairro do Limoeiro fazendo comentários sobre como “sentem que tudo está
diferente”, sobre como “toda experiência é transformadora e nunca saímos iguais
ao que voltamos”. Agora, sabemos que os traços foram reformulados… vamos ver
como serão os novos roteiros.
Estou
empolgado!
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