20 anos da estreia do “Sítio do Picapau Amarelo (2001)”

“O sol nascente é tão belo… Sítio do Picapau Amarelo”

Hoje completa 20 anos que a segunda versão da Rede Globo para o “Sítio do Picapau Amarelo” chegava à TV – no Dia das Crianças de 2001, ganhávamos um presente maravilhoso, que era a oportunidade de conhecer o Sítio de Dona Benta, os personagens que viviam naquele lugar, fazer viagens de pirlimpimpim… e sonhar! Eu sempre amei o “Sítio do Picapau Amarelo”, e talvez essa seja uma paixão que herdei dos meus pais, que eram apaixonados pela versão de 1977 a 1986, e que assistiram comigo à versão de 2001 a 2007 – quando as propagandas começaram, lembro-me dos meus pais começarem a me contar uma série de histórias das quais se lembravam de assistir na infância deles; também me lembro claramente da felicidade que senti ao ler “Reinações de Narizinho” pela primeira vez, ou quando comprei a coleção completa em um sebo.

“Sítio do Picapau Amarelo” fez parte da minha história.

A versão de 2001 a 2007 contou com 7 temporadas e vários estilos diferentes. Infelizmente, o contrato que tinha sido originalmente pensado para 10 anos acabou sendo encurtado graças a audiências que não alcançavam a expectativa da Rede Globo e que não aumentaram com as contínuas mudanças realizadas de temporada a temporada. Mesmo assim, eu acho que cada temporada, à sua maneira, conseguiu trazer a magia da obra à vida e encantar toda uma geração. Eu gosto muito de todas as temporadas desse “Sítio”, embora eu tenha assistido mais entre 2004 e 2006, que foram os anos que eu estudei à tarde e podia ficar em casa assistindo TV de manhã. Inclusive, você já vai encontrar no Parada Temporal textos comentando as temporadas 2001 até 2004 e, na semana que vem, os textos da temporada 2005 devem começar!

O “Sítio do Picapau Amarelo” estreou com “Reino das Águas Claras”, adaptando a primeira parte do livro “Reinações de Narizinho” e nos apresentando a Narizinho, o Príncipe Escamado e o momento em que Emília toma uma pílula falante do Doutor Caramujo e começa a falar, por exemplo. A primeira temporada (você pode ler o texto de apresentação aqui, e todos os textos da temporada aqui), que contou com 180 capítulos entre 2001 e 2002, adaptou a maior parte dos livros originais de Monteiro Lobato em histórias, em sua maioria, de 5 capítulos – uma semana no ar. Tivemos algumas histórias memoráveis como “O Saci”, “Reinações de Narizinho”, “Viagem ao Céu”, “Memórias de Emília” e “O Poço do Visconde”. Essa primeira temporada do “Sítio do Picapau Amarelo”, com algumas influências de modernidade, diferente do que algumas pessoas pensam, não perdeu a essência do universo e a magia do “Sítio”.

ERA INCRÍVEL!

No final de 2002, a segunda temporada do programa (você pode ler o texto de apresentação aqui, e todos os textos da temporada aqui) precisou inovar com histórias originais, já que praticamente todo o material-base já tinha sido usado na primeira temporada – uma atitude que até hoje não entendo, os livros podiam ter sido divididos e aproveitados em mais temporadas. Assim, 2002 ganhou histórias como “O Menino Bruxo” e “O Cangaceiro Lobisomem”. Em 2003 (texto de apresentação aqui; todos os textos da temporada aqui), o programa sofre suas primeiras alterações no cenário e figurinos, que ficam um pouco mais rústicos, e traz algumas excelentes histórias, como “A Lenda do Rei Arthur”, “Rapunzel do Sertão”, “Os Bandeirantes” e uma história famosíssima dessa versão do “Sítio”: “O Gran Circo Mefistofélico”.

Em 2004 (confira o texto de apresentação aqui, e todos os textos da temporada aqui), o “Sítio do Picapau Amarelo” passou por sua primeira grande mudança que foi a troca dos atores que interpretavam o Pedrinho e a Narizinho, e eu acho que o João Vitor, em especial, faz um belo trabalho interpretando o Pedrinho! A quarta temporada traz duas histórias que eu amo demais: “A Dama dos Pés de Cabra”, que é uma das minhas favoritas na história do programa, e “O Pequeno Samurai”, que é uma das histórias mais bem escritas do ano. Em 2005 (textos em breve!), novas mudanças chegam ao “Sítio” quando ele assume o formato novela e, com “O Preço do Verdadeiro Amor”, de 194 capítulos, conquista crianças e adolescentes com uma história muito bem-contada. Eu adoro 2005, especialmente pelo desenvolvimento sério dado à trama e aos personagens.

(Mas não vou me estender porque falarei muito sobre 2005 nos próximos meses!)

A sexta temporada do programa, que estreou em 2006, mantinha o formato novela, agora com “Entre o Amor e a Promessa”, mas fazia mudanças radicais do estilo usado até então no programa. Com a saída de Cininha de Paula da direção, o “Sítio” ganha um tom mais rural e eu sempre elogio demais o visual da temporada 2006, porque eu acho tudo muito lindo e muito acolhedor! Embora seja formato novela também, é bastante diferente do estilo 2005, que tinha um estilo mais “Malhação”. Por fim, 2007 apresentou a sétima e última temporada dessa versão do “Sítio do Picapau Amarelo”, contando com 164 capítulos divididos, novamente, em histórias (6, no total), que se baseavam, de certo modo nos livros de Monteiro Lobato novamente. As mudanças foram muitas para 2007, incluindo todo o elenco e cenário, mas isso não salvou o programa.

Não importa qual foi a temporada, ou mesmo a versão, que você acompanhou: muitos de nós compartilhamos um amor imenso pelo “Sítio do Picapau Amarelo” e hoje, no dia 12 de outubro de 2021, eu não podia deixar de homenagear esse universo que fez parte de tantas infâncias, e converso diretamente com a geração que acompanhou o “Sítio” entre 2001 e 2007: 20 anos dessa estreia, e parece que foi ontem, não? Te convido, agora, a aceitar um bolinho de chuva da Tia Nastácia e um abraço e um colo carinhoso de vó enquanto ouve as célebres histórias de Dona Benta, apronta ao lado da falante “boneca de pano que é gente”, ou aprende com o sábio sabugo de milho inteligente e prestativo; te convido a se sentir como a sonhadora e inteligente Narizinho, ou como o destemido e confiável Pedrinho, e, novamente, fazer parte desse universo mágico do “Sítio do Picapau Amarelo”.

 

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