Confissões de uma Garota Excluída (2021)
“Por que é tão difícil ser uma pessoa normal que tem
amigos?”
AH, COMO EU
ADORO AS HISTÓRIAS DA THALITA REBOUÇAS! Baseado em “Confissões de uma Garota Excluída, Mal-Amada e (um pouco) Dramática”,
o novo filme da Netflix estrelado por Klara Castanho é mais uma visita a esse
mundo adolescente, sempre com o carisma e bom-humor das histórias da autora,
além de uma mensagem fofa. Dessa vez, conhecemos vários personagens marcantes, que protagonizam uma série literária
de Thalita Rebouças, que conta, também, com “Confissões
de um Garoto Tímido, Nerd e (ligeiramente) Apaixonado”, focado em Davi, e “Confissões de uma Garota Linda, Popular e
(secretamente) Infeliz”, focado na Valentina, e eu fiquei completamente
encantado – como sempre. O filme é alto-astral, cheio de vida e positividade, e
eu fico muito feliz por esse mercado de filmes teens que Thalita Rebouças construiu!
Em “Confissões de uma Garota Excluída”,
conhecemos Tetê – como o próprio nome do filme já diz, ela é excluída, tratada
como estranha e não tem lá a família mais centrada
para ajudá-la, porque eles fazem alguns comentários desligados, mas maldosos de
todo modo, no que Tetê chama de “bullying familiar”. Não tinha a necessidade de
eles reforçarem a suposta “estranheza” da garota, mas infelizmente eu devo
confessar que eu dei boas risadas com a família dela, nos momentos em que somos
capazes de ignorar os possíveis traumas que são reforçados pela família – é mais ou menos como a Chiquinha defendendo
o Seu Madruga, sabe? Tetê ganha a chance de “começar de novo” quando a família
perde tudo e precisa se mudar para a casa dos avós, e então ela vai para uma
nova escola: não que ela esteja animada…
ela sempre foi a excluída e chegar no meio do ano letivo não vai ajudá-la.
Eu adoro, no
entanto, os amigos que ela faz até que depressa para quem “sempre foi
excluída”: primeiro, ela conhece Davi (interpretado por Gabriel Lima), um
garoto nerd que é possivelmente tão excluído quanto ela, e que ela puxa assunto
porque tem alguma chance de eles se
tornarem amigos; depois, o maravilhoso Zeca (interpretado por Marcus
Bessa), e ele é meio que a estrela do
filme – quer dizer, pelo menos ele é o meu
personagem favorito, e eu fico EXTREMAMENTE FELIZ de termos um personagem gay entre os protagonistas! Zeca
protagoniza alguns dos melhores momentos ao lado de Tetê, e eu adoro que ele
não tem muitas papas na língua e já diz o que pensa quando questionado, mas
também é ele quem meio que ajuda Tetê a procurar uma solução para o seu
problema de suor, por exemplo, e quem a ajuda a tirar o buço e a sobrancelha
para uma festa!
Naturalmente,
Tetê também conhece algumas pessoas com quem não vai se dar nada bem na nova escola, em especial Valentina
(interpretada por nossa eterna Marian, Júlia Gomes), a garota popular que deve
transformar a vida de Tetê num inferno… quer
dizer, eu tive mais essa impressão no início do filme, mas Valentina é menos
ruim do que eu achei que ela seria – quer dizer, ela é, sim, maldosa, e ela
acaba com a Tetê durante a festa de sua melhor amiga, mas ela meio que tinha
motivos para detestar a Tetê já que ela estava sempre visivelmente dando em cima do namorado dela, o gato do Erick
(interpretado por Lucca Picon). Erick é o
interesse bonitão da protagonista que autoras como Thalita Rebouças e Meg Cabot
adoram criar e o fazem tão bem. Por fim, temos Laís (interpretada por
Fernanda Concon), a “melhor amiga” de Valentina.
O filme traz
os momentos clássicos de filmes adolescentes que eu, particularmente, adoro. Temos
uma festa dos jovens populares para a qual Tetê consegue convites, temos crushes da adolescência (Tetê fica
dividida entre Erick e Dudu, o irmão mais velho de Davi), mas o que mais me
marcou foram as cenas que valorizavam a amizade verdadeira e bonita de Tetê com
Davi e Zeca – eles formaram um trio incrível! Adorei as cenas dos três na
praia, no meio e no fim do filme, adorei a cena dos três se arrumando para a
festa, adorei a cena em que o trio faz um trabalho para a escola… o filme tem
um coração imenso, como geralmente acontece nas histórias de Thalita Rebouças,
e ele não precisa ser inovador para que seja bom: ele só precisa fazer bem aquilo a que se propõe. É como Lisbela diz
em “Lisbela e o Prisioneiro”: “O que importa não é o que acontece… mas como
e quando”.
As coisas
desandam para Tetê quando, durante a apresentação de um trabalho na escola,
Tetê acaba colocando para rodar um vídeo da festa de Laís no qual Valentina
fala mal de todos os seus colegas, e então toda a escola se volta contra
Valentina… mas Tetê também está em
problemas, já que filmar alguém sem sua permissão é gravíssimo e mostrar aquilo
na sala é pior ainda. Naturalmente, Tetê era inocente, e ela precisa provar
a sua inocência se quiser continuar na escola… ainda mais se quiser conseguir
uma bolsa de estudos para que possa continuar estudando ali enquanto os pais
alugam um apartamento no Flamengo e ameaçam trocá-la de escola mais uma vez,
para uma com uma mensalidade mais barata… então,
Tetê se converte em uma verdadeira detetive, investigando todos os vídeos da
festa de Laís até chegar a quem gravou a Valentina…
E, no fim,
era a mãe de Laís, interpretada pela Thalita Rebouças!
Toda a
conclusão é exagerada, mas divertida, contando com uma história de “vingança”
dramática que revela informações surpreendentes sobre o passado de Laís e que
fazem com que Valentina repense seus atos e perceba o quanto ela faz mal às
pessoas… quanto a pares românticos, no
fim parece que esse não era o foco do filme… quer dizer, Zeca conseguiu um
namorado, pelo que podemos ver na cena final na praia, e Tetê ficou com o Dudu
(até porque as coisas com Erick não deram certo, mesmo que eles tenham tido um
beijo, já que ela percebeu que, no fim, ele
só preocupava com ele mesmo), mas Davi terminou sozinho? O filme termina
com o elenco jovem reunido cantando na praia depois de se divertirem juntos, um
grupo formado de forma inusitada, mas que pode dar certo… gostei bastante do
filme, mais um sucesso para Thalita Rebouças!
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