Foundation 1x02 – Preparing to Live

O caminho a Terminus.

Completamente diferente do que eu esperava – com um ritmo mais lento do que o da estreia, mas com o mesmo primor técnico que nos fascina visualmente, “Preparing to Live” traz o próximo capítulo de “Foundation”, uma série que está nascendo inspirada pelos livros de Isaac Asimov, que, assim como na literatura, pode se tornar um grande marco da ficção científica, agora na TV. No episódio anterior, Hari Seldon usou a psico-história para fazer uma previsão que não agradou em nada o Império: Trantor e o Império cairão, e então a galáxia entrará em um longo período de trevas. Para diminuir esse período barbárico e impedir que as civilizações tenham que começar do zero, Hari Seldon sugeriu a criação de uma FUNDAÇÃO, que reunisse a sabedoria dos mundos para que, ao recomeçar, o conhecimento já estivesse lá, pronto para ser usado.

Agora, Hari Seldon está em uma nave com milhares de outras pessoas rumo ao planeta mais isolado da galáxia, Terminus, onde ele está sendo “alocado” para a construção da Fundação. Como o fim do episódio passado voltou a avançar 35 anos no tempo e nos provocou com o Cofre e Salvor Hardin, eu achei que, talvez, a série continuasse de lá, mas temos um episódio todo focado na nave, que mostra Gaal se aproximando de Raych, Hari Seldon falando sobre o seu projeto, e os humanos treinando como vão sobreviver uma vez que finalmente chegarem a Terminus. Gostei bastante da sequência de simulação, na qual eles precisam enfrentar um garra-de-bispo, embora isso provavelmente vá ser algo que vamos acompanhar uma vez que eles chegarem ao planeta… ao que tudo indica, no entanto, temos várias surpresas antes disso acontecer.

Uma das minhas cenas favoritas no episódio foi ver aquela reunião sobre a Fundação na qual eles começam a discutir o que eles vão salvar, e enquanto comentam números, Gaal questiona a mesa sobre se eles pretendem salvar o sistema decimal, o que alguns reagem com desdém como se fosse algo idiota de se perguntar: afinal de contas, é a maneira como eles contam. Mas se eles, e vários mundos ao seu redor, usam a base 10 para contar, todos os mundos que usam outras bases serão ignorados e apagados? Afinal de contas, quantos mundos usam a base 12, já que é divisível por mais números do que a base 10? Alguns ainda usam a base 27. O que eles salvam fala muito sobre quem eles são. E Gaal tem uma conclusão perfeita para a sua fala, questionando a todos como eles vão decidir o que salvar se eles não conseguem nem decidir como contar essas coisas?

É uma cena incrível!

Em paralelo, continuamos acompanhando Trantor e o Império, enquanto o Imperador, especialmente na figura do Brother Day, tenta conseguir informações sobre quem está por trás do ataque que destruiu a Ponte Estelar no último episódio. Corpos ainda estão em órbita em torno do planeta, um lembrete constante do seu fracasso, e o Império está apavorado, buscando um culpado – eles são assustadores, sim, mas eles estão visivelmente assustados… eles sabem que a queda prevista por Hari Seldon começou de alguma maneira. Enquanto isso, o Brother Dusk tem um plano próprio, que o torna meio imprudente, meio teimoso, chamado de “caduco” pelos “irmãos” mais novos, grande parte disso fruto justamente da sua angústia e transtorno: eles estão mesmo caindo? Será que falharam ao pensar que a Dinastia Genética era tão boa assim? Será que foram egocêntricos demais?

(Não que isso pareça uma dúvida de fato)

O episódio consegue trazer com maestria cenas que mostram o horror que o Império, aquele mesmo que bradava aos quatro ventos a respeito de sua benevolência e sua manutenção da paz, que devia ser “respeitada e apreciada”. Na busca incessante para conseguir qualquer culpado e para “acalmar” a população, eles se voltam contra Anacreon e Thespis, os povos que vieram visitar Trantor em busca de mediação no último episódio, e terminamos a parte do Império em uma sequência brutal e traumatizante na qual o Brother Day mata quase todos os visitantes de ambos os mundos que estavam em Trantor, e, simultaneamente, manda destruir os seus planetas natais – é uma tentativa típica de governos autoritários de “dar um exemplo”, de “mostrar força”, para esconder o que ouvimos o Brother Dawn dizer com todas as letras: eles estão assustados.

Por fim, o episódio chega a uma conclusão um tanto quanto surpreendente, que mostra um pouquinho mais de Hari Seldon em dois momentos específicos: primeiro, quando ele vai à lavanderia e perguntam se “ele está feliz”, e ele faz o papel de líder salvador que tenta valorizar todo mundo e acalmar os ânimos, o que, sendo verdade ou não, precisa ser dito nessa missão; depois, uma cena completamente diferente na qual ele “recorda” o passado de maneira errônea com Raych, e podemos ver que as coisas entre eles não andam bem, o clima tenso é palpável. Mais tarde, somos surpreendidos ao encontrarmos Raych matando Hari Seldon, e eu confesso que fiquei sem entender o que está acontecendo, e um pouco incrédulo que Hari Seldon tenha morrido antes mesmo de chegar a Terminus! Também estou curioso em relação ao destino de Gaal.

Que rumos a série tomará agora? Aonde estaremos no próximo episódio?

 

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