[Season Finale] American Horror Story: Death Valley 10x10 – The Future Perfect
“The
experiment is finally over”
Eu ainda não
entendo porque tanta gente não gostou de “Death
Valley” (embora a crítica no Rotten Tomatoes tenha 81% de aprovação por
enquanto), mas a verdade é que eu pouco me importo: EU ADOREI, e queria que
tivesse sido uma temporada completa. Há anos eu espero por uma temporada de “American Horror Story” focada em
alienígenas, e “Death Valley” tinha
uma ideia bacana que podia facilmente ter sido bem desenvolvida em uma
temporada completa, mas eu também gostei de como terminou. Não sei se as
pessoas não gostam de alienígenas, teorias da conspiração ou se o problema é
mesmo a condução do roteiro, mas, se for o último caso, o erro está em você por
esperar algo complexo, inteligente e bem desenvolvido de “American Horror Story”, que não entrega isso há anos. O que
critico, sim, é o fato de “Death Valley”
e “Red Tide” não terem nenhuma conexão, e reitero uma crítica
que fiz há algumas semanas:
A ideia de “Double Feature” é bastante preguiçosa e sem sentido.
O episódio
começa em 1972, durante a Guerra do Vietnã e a resistência ao presidente Nixon,
quando Val fala dos experimentos dos alienígenas e da previsão de que o
primeiro híbrido perfeito vai nascer por volta de 2021. Depois, voltamos a
1969, onde “Death Valley” brinca um
pouquinho com outra teoria da conspiração: os
reptilianos. Enquanto Dwight Eisenhower está em seu leito de morte, ele
fala à esposa sobre como o povo de
Valiant Thor não é o único na Terra além dos humanos, sobre como existe
mais uma espécie que se parece com os humanos e está vivendo entre eles há
muito tempo. Mamie não lhe dá atenção, pelo menos não naquele momento, porque
tudo o que ela quer pensar é em entrar para a história e, é claro, não morrer…
por isso, ela diz a Val que não quer que ele deixe acontecer a ela o que acabou
de acontecer ao marido nunca.
A “morte” de
Mamie vem em 1979: eles forjam sua morte e é interessante ver Mamie ouvindo a
notícia da própria morte no rádio do carro enquanto ela é conduzida para a Área
51, o lugar que será sua casa de agora em diante… assim, a narrativa do passado
e a narrativa do presente se conectam em todo o tom conspiracionista da
história no passado, enquanto Mamie conhece Calico, ainda em 1979. É com a
chegada de Mamie à Área 51 que o episódio faz a passagem do tempo a 2021 sem
nenhuma quebra dessa vez, porque retornamos a 2021 logo depois da morte de Troy
e Cal, com o nascimento do híbrido que os atacou, enquanto alarmes tocam por todos
os lados, homens armados e vestidos de preto invadem o lugar, e Mamie, com a
mesma aparência (e o mesmo vestido) que tinha em 1979, se perguntando o que está acontecendo agora.
É uma grande
operação, uma caça ao perigoso novo híbrido, e Theta fica confusa com o bebê,
porque diz que eles não viam uma anomalia assim há pelo menos dois ciclos,
então quer entender como o híbrido pode
ter regredido tanto, mas existe um ditado na Terra que diz que “é sempre
mais escuro antes de amanhecer”. Jamie e Kendall, depois de descobrirem todo o
estrago e morte na “lua”, são levadas para a sala de cirurgia, onde uma delas
está prestes a dar à luz ao híbrido perfeito que eles esperam há 60 anos… e então o bebê nasce: “This child is
creation. The perfect specimen. Our future. This planet is
finally our home. The experiment is finally over”. Então, os
alienígenas cortam fora a cabeça de Kendall e a transformam em uma “máquina de
reprodução perfeita”… é seu corpo que vai dar à luz a todos os híbridos que
popularão o planeta.
Mamie
Eisenhower fica horrorizada ao descobrir o que está acontecendo e, pior, o que
Val está planejando, mas é risível como ela foi pateticamente ingênua nesse tempo todo, porque não sei
o que ela estava esperando, na verdade… era óbvio que os alienígenas iam
descartar os humanos assim que não precisassem mais deles… de agora em diante, o planeta é do povo de Val e dos reptilianos.
Então, Mamie resolve fazer alguma coisa em relação a isso, resolve confrontar
Val, resolve ir visitar o híbrido que acabou de nascer, e tenta conseguir a
ajuda de Theta em uma rebelião que ela está pensando em começar: seu plano é
destruir o híbrido perfeito e a “máquina de reprodução”, acreditando que, no
tempo que os alienígenas precisarão para recomeçar os experimentos e chegar a
um resultado, a humanidade pode “despertar” e “fazer alguma coisa”.
Mamie é
patética até o fim de sua vida… ela realmente acredita que Theta está ao seu
lado em uma rebelião contra os alienígenas, e chama Calico para participar, mas
ela acaba sendo enganada em uma cena da qual gostei bastante. O texto de Theta
é bem batido e bem didático, é verdade, mas tudo o que ela dissera a Mamie é
verdade, no fim das contas, e quantas produções não tentam falar sobre a
maneira como os humanos não se preocupam com o planeta, por exemplo? A cena da
Mamie tentando matar o híbrido e sendo enganada por Theta é bem boa, e então
ela acaba morrendo, enfim… Calico, por sua vez, por medo ou por qualquer coisa,
resolve continuar ao lado dos alienígenas, tendo a “oportunidade” de acompanhar
de perto o nascimento e crescimento dos híbridos que dominarão o planeta de
agora em diante, no lugar dos humanos…
Eu adoro a
bizarrice de histórias de alienígenas, e acho que “Death Valley” se saiu muito bem contando sua história. Ao
contrário de muita gente, eu teria separado essa história de “Red Tide” e feito uma temporada
inteiramente sobre alienígenas… como comentei no início do texto, o “conceito”
de “Double Feature” acaba ficando preguiçoso ao ser, literalmente, “duas
histórias”, sem que nenhum tipo de conexão seja estabelecido entre elas. Fiquei
com a impressão de uma série antológica que está em sua última temporada e
ainda tem mais de uma história para contar, então usa estratégias duvidosas
para incluir a ambas, mas não é a realidade de “American Horror Story” no fim das contas: a série já está renovada para outras temporadas, eu acho que tanto “Red
Tide” quanto “Death Valley” podiam ter sido levadas mais a sério, em temporadas
independentes.
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