Bad Buddy – Episode 4

“Você gosta da Ink?”

Nossa, eu estou de coração partido – e não me lembro de ter sofrido tanto em um BL quanto sofri nesse episódio! “Bad Buddy Series” continua sendo um BL incrível e com um potencial imenso de se tornar minha série favorita no gênero, e esse episódio, mesmo tendo partido o meu coração e ter me deixado como o Pran, com os olhos cheios de lágrimas no final, é uma das provas de por que esse BL é tão bom: porque tudo é muito intenso, muito real, sentimos toda a verdade da história e de seus personagens. Pat e Pran se conhecem de toda a vida, foram criados para se odiarem, mas nunca conseguiram fazer isso – Pran, na verdade, é apaixonado por Pat há muito tempo, e o quarto episódio deixa claro que ele tem consciência disso há mais tempo do que imaginamos; Pat, por sua vez, também tem sentimentos por Pran, mas eles ainda não são conscientes.

O episódio começa em uma dinâmica conhecida de “Bad Buddy Series”, com os grupos de Arquitetura e Engenharia se estranhando enquanto tentam trabalhar juntos na reconstrução do ponto de ônibus, e eu adoro a liderança de Pran e de Pat, e como eles têm as melhores e mais inteligentes ideias para fazer com que os grupos “trabalhem juntos” e que os consertos sejam feitos… rapidamente, no entanto, o episódio muda drasticamente com a chegada de uma mulher que vai cobrir a reforma do ponto de ônibus: Ink, alguém que estudou na mesma sala de Pran e de Pat. Foi naquele momento, nos primeiros 10 minutos de episódio, que meu coração começou a se partir, e “Bad Buddy” brinca com os nossos sentimentos dali até o fim do episódio de maneira cruel. Ink parece ser alguém em quem Pat tem um crush desde a época da escola, e a carinha do Pran olhando para ele…

Eu amo demais o Pran e tudo o que eu queria era protegê-lo.

Aquela carinha triste de Pran me parte o coração… mas é como o vemos durante quase todo o episódio, no presente e nos rápidos flashbacks que mostram como ele sofre porque Pat parece gostar de Ink desde os tempos da escola! Temos alguns momentos de fofura entre Pran e Pat perdidos no meio do sofrimento, como quando Pat o ajuda a procurar por seus fones de ouvido que ele derrubou, ou quando ele vem ao seu quarto, à noite, para oferecer outros por ter pisado nos seus sem querer, e então os dois se provocam, Pat pega um mangá para ler e Pat o expulsa dali dizendo que não o deixou entrar e que, além disso, ele está suado e fedendo por causa do treino de rúgbi e precisa ir para o seu quarto… a química fascinante que os dois compartilham torna cenas como essa sempre uma delícia de se acompanhar.

Mas a presença de Ink e a atitude de Pat me machucou o tempo todo, como machucou ao Pran… sua mudança de postura e expressão é evidente: o menino despenca, de coração partido, e tenta não transparecer isso – é uma diferença dos BLs tailandeses para os japoneses que eu acompanhei, porque um BL japonês teria tratado isso com humor e drama exagerado que me arrancaria risadas, mas a expressão de Pran é de pura dor silenciosa, mas transparente, e isso é tão real, tão palpável… a série ainda nos mostra um flashback de quando, ainda na escola, Pran passa comprar um suco para Pat para levar para ele na sala de música, mas chega lá e ele está conversando com Ink, os dois parecem estar flertando – há quanto tempo Pran está sofrendo por causa disso? E a chegada de Ink trouxe essas memórias todas de volta e renovou o sofrimento.

Pat deixa de ir a um evento do ponto de ônibus por causa de uma sessão de fotos que está fazendo para Ink, e Pran precisa ficar vendo posts no Instagram ou então os dois juntos em um bar no qual ele estava tocando – Pran até tenta sair de fininho, mas é visto por Ink, que o chama para sentar-se com eles e conversar, o que me fez pensar que Ink não gostava de Pat, mas a verdade é que os sentimentos de Ink não são o problema: o que importa é Pat e se ele gosta de Ink ou não. Pran está com os olhinhos magoados, uma carinha triste de dar pena, e ele consegue encontrar um jeito de escapar o mais rápido possível daquele bar. É engraçado como esse episódio de “Bad Buddy” teve uma vibe tão mais sofrida que os demais que até mesmo as cenas que são para ser extremamente fofas acabam sendo um tanto melancólicas no fim das contas…

Eu quase me iludi quando o Pat apareceu na porta do quarto de Pran mais tarde, por exemplo, trazendo um remédio para o braço que Pran machucou no treino de rúgbi, mostrando toda uma preocupação por ele e querendo entrar para passar o remédio, mas daí a maneira como o Pran olha para ele, completamente apaixonado, eu percebi como aquilo não era justo e como eu não queria que o Pran sofresse. Como eu queria chacoalhar Pat e mandar que ele acordasse e olhasse para o cara perfeito e apaixonado bem ali na sua frente! Mesma coisa com a sequência da cena, com o Pran ajudando o Pat a tirar a maquiagem que usou na sessão de fotos, e os dois se provocando e rindo, ou o Pat comentando sobre como as covinhas de Pran são fofas e se ele também ficaria “tão fofo quanto ele” se tivesse aquelas covinhas – Pat claramente está flertando, mas não sabe disso.

E quando ele pede para passar a noite lá?

O episódio é inteligente e competente em passar o que queria passar, porque a ideia dele era justamente nos fazer sofrer por esses dois – talvez sofrer um pouco antes que as coisas comecem a dar certo?! É o que eu espero… de todo modo, o que mais nos fez sofrer foi saber que o Pran está apaixonado por Pat e sabe disso, o que quer dizer que ele sofre mais; e perceber que o Pat está tão apaixonado por Pran quanto o Pran por ele, mas ele não consegue entender isso. Mas está… ele está sempre procurando o Pat, está sempre querendo saber como ele está, querendo cuidar dele quando ele está machucado, ou querendo protegê-lo durante o jogo de rúgbi, sabendo que os amigos não vão pegar leve com ele… Pat está caidinho por Pran, mas ele vai precisar parar e pensar sobre isso, e talvez o fim do episódio comece a dar dicas de como ele pode fazê-lo.

Primeiro, Ink conversa com Pran no fim do jogo, lhe dá uma pulseira exatamente como a que deu a Pat na escola (!), e então Pran pergunta a ela se ela gosta de Pat, e ela diz que não, que ele é só seu amigo. O sorriso aliviado de Pran é uma das coisas mais fofas e, ao mesmo tempo, mais tristes do episódio! Pat assiste a tudo com certo ciúme – mas de quem ele está sentindo ciúmes, afinal? Claramente ele pensa que sente ciúmes de Ink, e talvez ele demore para entender que tem mais medo de perder Pran do que Ink. Naquela noite, ele volta a pedir para dormir no quarto de Pran, dizendo que esqueceu a sua chave e quem pode trazer uma cópia não está atendendo o telefone, e Pran inicialmente o expulsa, mas quando olha pelo olho mágico e vê que Pat continua no corredor, o que quer dizer que ele está dizendo a verdade, ele o deixa entrar.

Era para ser uma sequência fofa para os dois – e acabou sendo um golpe doloroso que me deixou chorando ao fim do episódio! A dinâmica dos dois é sempre perfeita, eles funcionam incrivelmente bem e por isso “Bad Buddy Series” é tão boa, e aqui eu tenho mais provas do quanto Pat está rendido por Pran: a maneira como, depois de perguntar se pode dormir sem camisa, Pat ganha uma camiseta de Pran para usar, e Pran avisa que “ele ainda não a lavou”, e Pat a cheira e diz que “cheira bem”. Ele é obcecado pelo cheiro de Pran, essa é a verdade, porque ele já comentou isso no episódio anterior, na loja de instrumentos musicais, comentou no início desse episódio, no ponto de ônibus, comenta agora, na cena da camiseta, e mais tarde, na cena do cobertor, dizendo que tem o mesmo cheiro bom da camiseta… esse fascínio pelo cheiro do Pran tem um nome:

AMOR.

Mas as coisas desandam terrivelmente para Pran… entre conversas fofas, os dois acabam comentando sobre Ink e ambos perguntando um ao outro se o outro gosta dela, e eles decidem responder ao mesmo tempo – o que foi a coisa mais brutal possível, porque quando Pran diz “não”, Pat diz “sim”, e depois diz que está aliviado por saber que Pran não gosta dela. “Bad Buddy Series” se atenta a detalhes e Nanon se entrega de corpo e alma à atuação imprimindo a Pran toda a sinceridade do sentimento do coração partido e conseguimos literalmente ver os olhos de Pran se encherem de lágrimas, enquanto ele tenta continuar respondendo ao Pat para que ele não perceba como, por dentro, ele está se partindo… não é justo que ele tenha que sofrer tanto, sério. A maneira como Pat pergunta se, no lugar de Ink, ele gostaria dele, e Pran pergunta “o que teria para gostar”, mas ele sabe…

Ele sabe perfeitamente o que teria para gostar.

Sofri, chorei. Mas foi um episódio incrível, e estou ansioso pelo futuro da série. “Bad Buddy Series” será meu BL favorito?

 

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