Entrelazados 1x04 – CD Room
A amizade de “Laura” e Caterina.
Gostei
BASTANTE desse episódio – só temo que a série vá agora focar nesse romance de
Allegra com Marco e os ciúmes de Greta e, sinceramente, não é o que mais me
interessa em “Entrelazados”. Estou
gostando bem mais da trama da mãe exigente demais que não visualiza o sonho da
filha e de como isso está sendo trabalhado, porque me parece cada vez mais
evidente que as viagens no tempo de Allegra não estão acontecendo para que ela mude alguma coisa no passado, mas sim
para que ela entenda como tudo aconteceu. Me
pergunto como é que Caterina vai aprender, porque ela também precisaria estar
visualizando algumas coisas para que não repita exatamente os mesmos erros
pelos quais tanto julga Cocó. O episódio é interessante e novamente oscila
entre o presente e o passado, entregando algumas respostas e levantando algumas
perguntas.
No episódio
passado, Allegra salvou Caterina de um grave acidente armado por Greta, e agora
as duas estão começando uma amizade interessante… e é bonito ver essa relação
de mãe e filha, mesmo que ambas tenham a mesma idade. Allegra não tem muito
tempo de ficar no passado, inicialmente, porque ela é levada de volta ao
presente, desatando mais um nó de seu bracelete, mas ela descobre que nada mudou no presente – para mim, isso
era a prova de que o que impediu Caterina de ser a protagonista do musical não
foi, de fato, uma armação da Greta, mas uma decisão pessoal, mas agora nem
posso mais me gabar dessa teoria, porque esse episódio deixa isso bastante
explicado… mesmo assim, é gostoso ver como as dicas são jogadas antes das
“revelações”, como a Cocó defendendo a Allegra e falando a Caterina que ela
precisa “respeitar as decisões da filha”, e Caterina responde amarga: “Você me falando sobre respeitar decisões?”
Wow.
A viagem ao
futuro é basicamente para que Allegra perceba que as coisas ainda não mudaram e
que a mãe não vai ser a protagonista de “Sexta-Feira
Muito Louca” – pelo menos não por muito tempo. Ela e Félix pesquisam
matérias sobre a montagem musical e não chegam a muitos lugares, e então
Allegra retorna ao passado, para finalmente começar a entender a decisão da mãe. É interessante
ressaltar a chegada dela no passado dessa vez, novamente caindo no jardim de
sua bisavó, Lucía Sharp, e sendo ajudada por ela. Quando Lucía está ajudando
Allegra a se levantar, no entanto, ela vê a pulseira no seu braço e fica
bastante incomodada com aquilo, e
aquele momento nos deixa claro que, por um motivo ou por outro, ela sabe o que é aquele bracelete: ela
provavelmente já o usou para viajar no tempo ela mesma, e deve ter sido ela
quem o escondeu.
Curioso para
saber mais sobre a história de Lucía!
Mas o
episódio caminha em outra direção… Allegra, ou “Laura”, como é conhecida no
passado, sobe ao quarto de Caterina passando por Cocó com a desculpa de que
“veio para ensaiar”, e elas compartilham um momento legal com Caterina dizendo
que elas vão sair para assistir ao show de Marco e Diego naquela noite – Cocó
Sharp, no entanto, não quer permitir que
a filha se distraia… ela não vai ao show pelo mesmo motivo pelo qual está
proibida de namorar o Diego: porque, para Cocó, a única coisa que importa é o
teatro, e Caterina precisa viver para esse musical e para essa personagem 24 horas por dia. Ali, as duas têm uma
briga intensa parecida com as que elas têm no presente, e Caterina fala
claramente sobre como a vida dela e ela também pode tomar suas decisões, e Cocó
é bastante dura e irredutível – a pressão sobre Caterina é grande demais.
Durante o
show – porque é claro que Caterina e “Laura” vão, mesmo sem autorização –,
Caterina parece tão feliz cantando as músicas do namorado e se divertindo, e
tudo o que ela quer é viver aquele momento, e que Allegra deixe de lado “a Cocó
que existe dentro dela” e se divirta também, deixando de lado o musical durante
aquela noite… a proximidade das duas é evidente, e é legal ver Caterina
confiando em Allegra, tanto que ela chega a contar-lhe um segredo, falando
sobre o livro que está escrevendo, sobre a inscrição que fez para estudar isso
e se tornar uma escritora, e ela fala sobre isso com tanta paixão que é lindo
de se ver (!), e quando Allegra, confusa, pergunta o que será da turnê de “Sexta-Feira Muito Louca”, Caterina
responde, sentindo-se livre, que “eles terão que ir sem ela”. Agora, Allegra está entendendo que não ser a
protagonista do musical, no fim, é uma decisão da própria Caterina… ela quer
fazer o que ela gosta e só.
Como ela vai
lidar com isso agora?
Gosto da
trama, e eu acho que a Caterina de 1994 está certíssima… já a de 2021 não. Afinal de contas, ela está prestes a cometer
os mesmos erros de Cocó, os mesmos erros que acabaram com a relação delas.
Já parece bastante estabelecido que o que fez com que elas rompessem foi o fato
de Cocó esperar uma coisa de Caterina e impedi-la de seguir seu verdadeiro
sonho – impedi-la de fazer o que ela gosta. Caterina estava certa, em 1994, em
enfrentar a mãe e tomar suas próprias decisões, mas, ironicamente, não é
exatamente o que Allegra está fazendo em 2021? Ela quer ser uma atriz de
musical e quer fazer aquelas audições para a Eleven O’Clock, e que direito
Caterina tem de impedi-la? Se a briga dela e de Cocó é porque Cocó não soube
respeitar as suas decisões, será que Caterina não está fazendo exatamente o mesmo ao não respeitar as
decisões de Allegra e permitir que ela
siga o seu sonho?
No fim, quem
tem que mudar e entender é mais a Caterina que a Allegra.
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