Entrelazados 1x05 – Tres Gardenias
A decisão de Caterina.
Tem bastante
egoísmo envolvido, não? A Sharp mais sensata é, sem dúvida, Lucía, mas também é
difícil de saber como ela era antes de suas próprias viagens no tempo, por
exemplo… as demais Sharp todas erram de um jeito ou de outro, e isso é algo que
eu acho interessante de “Entrelazados”,
porque dá profundidade às personagens que não são perfeitas ou inteiramente
boas, mas tampouco são más, nenhuma
delas. Caterina, por exemplo, é um caso bastante interessante porque, como
comentei no episódio passado, torcemos por ela em 1994 e condenamos algumas de
suas atitudes em 2021. Allegra, por sua vez, parece estar errando em ambos os tempos, porque ela não
entende que o mundo não gira ao seu redor e que as coisas não precisam ser como
ela acredita que é certo – nem tudo
tem a ver com e suas atitudes no passado foram condenáveis nesse episódio!
O episódio
começa com Allegra retornando para o futuro e tendo que fugir de Marco no meio
de um beijo – felizmente, Félix consegue provar que não tinha sido ele quem
enviou para Caterina o vídeo da audição de Allegra e os dois fazem as pazes,
mas eu continuo bravo com a Allegra por ter duvidado de Félix depois de anos de
amizade e depois de ele ter, sei lá, se
passado por ela para que ela pudesse ir para a audição! O Félix merece mais
respeito e eu vou defendê-lo, porque ele é meu personagem favorito – sou #TeamFélix, até porque esse
“romance” de Allegra com Marco falhou em me conquistar. Eu simplesmente não consigo me importar com eles, e o tempo todo
estou temendo que a série se torne sobre isso… acho que, depois da descoberta
surpreendente do fim desse episódio, pode muito bem ser que o próximo seja mais
sobre o Marco!
Allegra
retorna ao passado com as intenções totalmente erradas dessa vez – e é
decepcionante. Sabemos que Allegra é egoísta e que sua missão, desde o começo,
é “mudar o passado” para que ela tenha, no presente, uma mãe diferente da que
tem: uma que não vai impedi-la de ser
parte do teatro musical. Eu entendo essa motivação inicial, não vou negar,
mas o fato de Allegra insistir nisso mesmo depois de descobrir o que a escrita
significava para a mãe é horrível… ela está disposta a arruinar o original de
Caterina para que ela não possa se inscrever para uma oficina de escrita
criativa e, assim, não abandone a Eleven O’Clock, e eu passei muita raiva. Custei a acreditar que depois de alegar que
“estava se conectando com a mãe”, ela foi lá e estragou algo que claramente era
tão importante para Caterina… e achou que estava fazendo o certo.
Felizmente,
a incrível Lucía tinha uma cópia do livro de Caterina para que ela pudesse ir
na entrevista, mas Allegra foi mais além e contou tudo para Cocó – foi
desesperador e triste ver Cocó ligar para o cara que conduzia a entrevista com
Caterina e ouvi-lo dizer à garota que ela “não estava pronta para a sua
oficina”. Pelo menos eu devo dizer que eu fiquei muito feliz por duas coisas:
a) por Caterina escutar enquanto Cocó agradecia Allegra por “tê-la avisado a
tempo de impedir uma catástrofe”, porque agora eu acho que a Allegra merece
mesmo sofrer de remorso por causa disso; e b) o fato de Caterina ainda assim
tomar a decisão de deixar a Eleven O’Clock. Que DELÍCIA foi assistir a cena da
Caterina enfrentando a mãe na frente de todos e indo embora! Fico me
perguntando o que deu errado em 1994 sem a participação de Allegra, porque tudo
indica que o livro nunca foi publicado.
Posso dizer
que eu AMEI o Félix dizendo “Eu avisei”?
Por
sinal, adoro o Félix, queria protegê-lo de sofrimento a todo custo.
Volto a
falar sobre como as coisas acontecem em “Entrelazados”
e como todos têm o que aprender… já falei bastante na última review sobre como
a Caterina do presente tem que aprender que o que faz com Allegra é muito
parecido com o que Cocó fazia com ela e ela detestava; quanto a Cocó, eu acho
que ela melhorou muito com os anos e com a perda da proximidade com a filha, a
meu ver; Allegra, por sua vez, precisa parar de olhar para o próprio umbigo:
ela quer tanto que a mãe mude e deixe que ela faça parte da Eleven O’Clock que
ela está reproduzindo as atitudes abusivas de Cocó e, pior do que isso, está
fazendo com a mãe o mesmo que a mãe faz com ela e ela detesta – impedir a outra
de fazer o que gosta e o que quer fazer, porque acha que “não é o certo para
ela”. Allegra precisa se dar conta da ironia sádica de suas atitudes.
Mas, hey!
Sem a troca de corpos, é claro, isso é bem
“Sexta-Feira Muito Louca” mesmo, não?
Uma das
partes mais interessantes do episódio foi a interação de Allegra com Lucía
depois de Lucía perceber que ela é uma Sharp. É uma pena que a cena tenha
ficado curta com a chegada de Caterina, mas foi legal ouvir Allegra contar que
era filha de Caterina e ouvir Lucía
contar que ela mesma já viajou no tempo e foi ela quem escondeu o bracelete na
parede da casa – ficamos, agora, com vontade de saber como foi a experiência de
Lucía através do tempo. No presente, em uma cena bonita, Cocó, Caterina e
Allegra se reúnem no aniversário de morte de Lucía para a visitar no cemitério,
levar flores e cantar… é uma cena emocionante e que termina com um cliffhanger surpreendente: uma das
gardênias voa, Allegra a segue e acaba chegando a um túmulo que data de 1994… e
tem o nome de Marco. Agora, ela
provavelmente vai tentar impedir a morte dele.
Vamos ver
que rumo toma… só espero que não se perca de vista a história que importa, que
é a da família Sharp.
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