Eternos (Eternals, 2021)

“When you love something, you protect it”

O Universo Cinematográfico Marvel cresceu, na última década, além do que se podia imaginar quando ele começou com as adaptações de “O Incrível Hulk” e “Homem de Ferro” – agora, temos um universo tão vasto e cheio de possibilidade que sentimos que tudo é possível. “Eternos” ainda está no início da Fase 4 do UCM, e é um filme importantíssimo para definir algumas coisas do futuro (e do passado) da Marvel no cinema, apresentando novos conceitos para a criação do universo, por exemplo, e trazendo novidades que devemos ver nos filmes futuros… e que muito me interessa. Não é o meu filme favorito da Marvel nem nada, e acho que fica muito (!) aquém de “Shang-Chi”, por exemplo, mas acho que o massacre da crítica também é infundado, porque é um filme interessante, visualmente bonito (embora bastante escuro) e com um roteiro bem-conduzido, embora introdutório e explicativo.

Particularmente, eu adorei acompanhar as cenas dos Eternos através da História da humanidade – adorei a variedade de figurinos e de cenários, e as brincadeiras do roteiro com como eles interferiram na história humana, seja com tecnologias que eles apresentaram ou na criação de grandes histórias, como Thena inspirando Athenas e Ikaris inspirando Icarus. Vemos a chegada dos Eternos à Terra em 5.000 a.C., e aqui presenciamos a melhor sequência de ação de todo o filme: o ambiente é claro, o Deviante é um monstro interessante, os poderes dos Eternos bem explorados, os uniformes lindíssimos… depois, voltamos a vê-los por volta de 500 a.C., na Babilônia, e por volta de 1.500 d.C., quando supostamente eles mataram os últimos Deviantes, os “monstros” contra os quais eles foram enviados à Terra para lutar. Desde então, os Eternos se separaram e continuam vivendo entre nós, esperando o momento de voltar embora.

O roteiro rapidamente explica a ausência deles em todo o UCM até então, quando Whitman pergunta onde eles estavam na luta contra Thanos ou nos grandes horrores da História, mas Sersi explica que eles foram instruídos a não interferir nos conflitos humanos, a não ser que eles estivessem relacionados a Deviantes. Gosto bastante de Gemma Chan, e acho que ela liderou o filme muito bem – embora eu tenha ficado pensando em “Humans” o tempo todo. Na Londres dos dias atuais, depois de muitos séculos sem notícia alguma de lugar nenhum, Sersi e Sprite acabam sendo encontradas por um Deviante diferente de tudo o que enfrentaram durante os 7.000 anos em que estiveram na Terra: dessa vez, o Deviante estava atrás delas, e não dos humanos, e ele tinha um poder de regeneração igual ao de Ajak, o que as faz pensar que Ajak foi morta.

Eventualmente, Sersi, Sprite e Ikaris, que chega para ajudar na batalha, conseguem escapar do Deviante, mas a confirmação da morte de Ajak os coloca em uma missão importante: reunir os Eternos, eles têm trabalho para fazer. Assim, temos bem um filme de apresentação e de união da equipe, e foi interessante conhecer um pouco mais dos personagens e o que eles estavam fazendo na atualidade. Kingo é um ator de Bollywood (há gerações), e funciona como um alívio cômico eficiente para o filme; Phastos se casou, teve um filho e está tentando viver uma vida normal, e eu adorei a representatividade; eles também reencontram Druig, Thena, Gilgamesh e Makkari, e é bom ver a equipe reunida agora no presente, com uma nova missão… meus poderes favoritos foram os de Sersi, que rendeu cenas visualmente muito bonitas, Ikaris, Druig e Makkari. Uma boa equipe!

“Eternos” traz à tona a história dos CELESTIAIS, seres divinos que apareceram nos quadrinhos pela primeira vez em 1976, e que ganharam destaque novamente nas HQs dos Vingadores em 2018. Os Celestiais são os criadores de todo o universo, e o filme traz isso em um flashback bem didático e visualmente interessante em uma conversa de Sersi com Arishem. Aqui, entendemos quem são os Celestiais, quem são os Deviantes e por que eles foram enviados à Terra e, por fim, quem são os próprios Eternos – seres parecidos com robôs que foram criados pelos Celestiais desse modo para que eles “não pudessem evoluir” e, portanto, “fizessem apenas o que lhes é ordenado”. Assim, eles passaram sua vida andando de planeta em planeta, proporcionando o Despertar de um novo Celestial, antes de terem suas memórias apagadas e serem mandados para outra missão.

Sersi fica horrorizada com a descoberta e conversa com os demais, e eles precisam enfrentar a realidade de que talvez não sejam tão os heróis quanto acham que são – afinal de contas, eles estão seguindo o plano dos Celestiais a um destino que representa o fim do planeta Terra e de toda a vida que existe nele: a função dos Eternos, segundo os Celestiais, é garantir o desenvolvimento da raça humana e o aumento da população, até que o planeta chegue a um número de habitantes cuja energia é o suficiente para o Despertar de um novo Celestial: Tiamut. É como se a Terra fosse um “ovo” prestes a chocar e dar à luz a mais um deus. Ao saber disso, no entanto, alguns dos Eternos não querem continuar fazendo a vontade de Arishem, porque eles não podem sacrificar o planeta que se tornou o seu lar em todos esses anos, e todas as vidas inocentes nele.

Assim, Sersi lidera uma resistência contra o Despertar de Tiamut, e aqui a equipe se divide – é chocante descobrir que, no fim das contas, Ikaris sabia de tudo e não se importava, porque, de maneira cega, “jamais questionaria o seu trabalho para os Celestiais”. Enquanto a batalha e a dificuldade crescem, com a morte de mais um dos Eternos, Gilgamesh, cujos poderes são absorvidos por um dos Deviantes, o grupo se torna cada vez mais forte e mais unido para vencer os Deviantes e os Celestiais. É Phastos quem sugere uma “Unimente”, uma união de todos os Eternos com poder o suficiente para que Druig pudesse usar o seu próprio poder, ampliado, e colocar Tiamut para dormir. O filme, no fim, acaba sendo bem introdutório, mas traz à tona a trama dos Celestiais, apresenta bem os Eternos e nos deixa curiosos para o que a equipe ainda tem a apresentar!

Esperamos, agora, o retorno de Arishem, com o “julgamento” da humanidade.

 

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