Foundation 1x09 – The First Crisis
“Ask a historian: ‘What was mankind's greatest
invention?’ Fire? The wheel? The sword? I would argue it's history
itself. History isn't fact. It's
narrative, one carefully curated and shaped. Under the pen strokes of the right
scribe, a villain becomes a hero, a lie becomes the truth”
QUE
EPISÓDIO!!! Estamos quase no fim da primeira temporada de “Foundation”, e a série se apresentou consistente até aqui, e com
muito potencial de crescimento – em alguns anos, pode se tornar uma grande
referência da ficção científica na TV! Continuo achando que a trama dos
Imperadores é a melhor de todas (estava com saudades do Cleon XIV depois de ele
estar ausente no episódio passado, mas ele entrega uma das melhores histórias
da série até aqui nesse episódio!), mas “The
First Crisis” também consegue entregar alguns momentos interessantes para
Terminus (com toda a trama de Salvor Hardin e a crise que a Fundação tem enfrentado
desde a chegada dos anacreonianos), além de uma conclusão impactante e curiosa
que nos deixa presos para saber o que vem a seguir… que delícia poder
acompanhar esse início de “Foundation”.
Cleon XIV, o
Brother Dawn atual, é apaixonante. Cassian Bilton dá vida a um personagem
complexo e carismático, completamente diferente dos Cleons que vieram antes
dele, e agora finalmente entendemos por quê. Há alguns episódios, descobrimos
como Cleon XIV é diferente – como ele
é canhoto e daltônico, por exemplo, e se diferencia dos irmãos em pequenos
detalhes que, se descobertos, significarão sua morte… por isso, ele foi
facilmente convencido a fugir do Palácio, a tentar viver sua própria vida fora
de tudo o que sempre foi imposto sobre ele e esperado dele. Toda a história do
Brother Dawn durante esse episódio é uma montanha-russa de emoções, e vamos da
alegria, do alívio ao desespero graças ao suspense crescente, e aplaudimos a
condução impecável do roteiro, embora nos faça sofrer… é certamente uma
história marcante.
Dawn está
pensando em fugir no dia seguinte, quando o Brother Dusk o convida para ver
“uma adição que fizera ao mural do Palácio”, e é um teste engenhoso no qual
Dawn cai direitinho. Com uma mansidão de se desconfiar, Cleon XII mostra uma
nova pintura ao clone mais novo, pergunta se ele vê os três animais que
capturou naquela sua primeira caçada do outro dia, e Dawn segue o ritmo da
conversa, sem perceber, até que seja tarde demais, que foi descoberto. Quando
ele olha, sozinho, para o mural usando o aparelho que Azura lhe dera para
ajudá-lo a ver cores, ele percebe que o
desenho mostra os seis animais caçados, e não apenas três, mas em cores que ele
não reconhece sozinho. Então, Dusk não só sabe que ele mentiu sobre os
animais, mas que ele é daltônico – provavelmente, ele sabe de todas as pequenas
diferenças de Cleon XIV.
Então, Dawn
sabe que é hora de fugir e que ele não pode esperar nem um minuto mais. O
desespero toma conta dele, e eu não podia deixar de pensar no quando eu estava
torcendo para que tudo desse certo para ele – mas sem muitas esperanças de que
de fato dessem. Ele escapa seguindo as instruções de Azura para a fuga que
deveria acontecer no dia seguinte, chega até um lugar pobre de Trantor e
continua sua caminhada pela Cicatriz, em busca do Setor Desniano, Nível 33,
onde acredita poder encontrar Azura. Toda a trajetória dele pela Cicatriz é
linda, porque a situação tem uma atmosfera de urgência, mas, ao mesmo tempo, de
fascinação: ele está encantado com tudo, e é muito bonito ver o seu sorriso,
vê-lo andando por um lugar vivo que
parecia estar “esperando por ele”. Assim que ele chega na casa de Azura, no
entanto, percebemos que algo está errado…
E estava.
Não temos nem muito tempo para alimentar a nossa desconfiança de Azura porque
rapidamente percebemos que não se podia
confiar nela. A postura de Azura muda totalmente enquanto ela segura uma
arma e ameaça Cleon XIV, e eu confesso que fiquei desesperado – tudo em que eu conseguia pensar era em como ele
conseguiria escapar agora que estava sozinho.
Ele foge, sozinho e sem ter para onde ir, e acaba sendo atacado no meio da rua
e capturado por outro Brother Dawn –
um que mora na Cicatriz?! Interessante elogiar o trabalho de Cassian Bilton
aqui, a meu ver, porque o “novo” Cleon tem o mesmo figurino e caracterização do
Brother Dawn que conhecemos e amamos, mas sua postura e expressão são
completamente diferentes, e isso separa os personagens enquanto o “novo” Cleon
rouba os nano-robôs de Cleon XIV.
Sofri muito com o XIV chorando por ter sido
enganado… queria muito protegê-lo de tudo aquilo. O “Cleon da Cicatriz”
planeja ir até o Palácio, assumir o seu lugar, e a parte interessante do plot twist é que tudo foi é parte de um
plano antigo para que eles se infiltrem no Palácio e acabem com a Dinastia Genética
– e quando digo “antigo” quero dizer muito
antigo. Não é algo que surgiu agora com Azura se aproximando de Cleon XIV,
mas algo que veio desde o nascimento de Cleon XIV, deliberadamente alterado
geneticamente para que fosse diferente, para que ele quisesse “escapar” do Palácio e eles pudessem levá-lo até a
Cicatriz: muito mais eficaz do que
sequestrá-lo. Assim, Cleon XIV descobre que até o fato de ele ser
“diferente” é uma manipulação. Tudo é triste e sofrido e nos perguntamos como
será ter esse Cleon falso no Palácio…
Mas não
precisamos nos preocupar com isso, porque o episódio nos apresenta um segundo plot twist interessante quando parece
que não há mais nada que Cleon XIV pode fazer, e o Brother Dusk, o Cleon XII,
aparece matando o clone ilegal e capturando Azura: no fim, ele também sabia de tudo, e deixou Cleon XIV ser enganado para
que o levasse a eles. Isso não quer dizer, é claro, que Cleon XIV esteja em
segurança, embora ele tente racionalizar com Dusk – “Forget logic. Try empathy” –, mas a verdade é que ele tem uma
humanidade que os outros Cleons nunca tiveram, e não se pode esperar empatia e
clemência de Cleon XII. Mesmo assim, Dawn tem uma última carta na manga, que é
dizer que a decisão do que acontecerá a ele cabe ao Brother Day, e embora Dusk
acredite que os dois concordarão, será que a experiência do Cleon XIII na
Donzela no episódio passado o mudou de alguma forma?
A resposta fica para o Season Finale.
Por fim,
acompanhamos um pouco de Terminus, mas pouco da Fundação propriamente dita,
porque Salvor Hardin ainda está lidando com Phara e toda a guerra que se
estabeleceu ali entre o povo de Anacreon, Téspis e de Terminus. Gostei bastante
de como a trama de Salvor se conecta à de Hari Seldon e Gaal, e de como ela
chega a Terminus depois de o campo nulo ter se estendido talvez para todo o
planeta, e percebemos que está chegando a hora de descobrirmos mais sobre o
misterioso “Cofre”. A sequência é interessante e, mais do que isso, visualmente
belíssima. Adorei ver o Cofre mudar, dispensando sua camada externa, antes de
se abaixar sobre a terra e se abrir, formando uma espécie de portal… o episódio
termina com o pessoal de Terminus despertando, uma última batalha de Salvor e
Phara e um retorno inesperado para todos ali:
O próprio Hari Seldon saindo de dentro do
portal.
Episódio
espetacular, sem dúvida!
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