Lost 2x01 – Man of Science, Man of Faith

“See you in another life, brotha”

EU ESTAVA ESPERANDO TANTO POR ESSE MOMENTO: A CHEGADA DE DESMOND! “Man of Science, Man of Faith”, a estreia da segunda temporada de “Lost”, é um dos melhores episódios da série, e é tão bom estar de volta a isso tudo enquanto percebemos o universo se expandir – a sequência inicial do episódio, fazendo mistério para mostrar o rosto de Desmond pela primeira vez, é uma das sequências mais brilhantes de “Lost”, mostrando vários elementos importantes, como o símbolo e o uniforme da Iniciativa Dharma, enquanto tentamos entender tudo o que estão nos dizendo… e já podemos ver Desmond digitando algo no computador e reagindo quando a dinamite dos sobreviventes explode lá em cima, abrindo a escotilha – em breve, ele terá “visitas”. A temporada retorna com tudo e traz um roteiro espetacular que nos fascina e nos intriga.

Gosto muito de como esse episódio é uma sequência direta do Season Finale da primeira temporada, e como se mantém o espírito de “Lost”, mas ainda consegue dar um ar de novidade e de “nova temporada” (que eu acho que é importantíssimo em séries) graças ao novo cenário e novos personagens que ainda serão explorados – tudo está prestes a ser muito diferente do que o que eles conheciam nos seus primeiros dias na ilha. O episódio é focado na escotilha, do lado de dentro e de fora, e não vemos ainda o que aconteceu com o pessoal que saiu da ilha de balsa em busca de ajuda, mas chegamos a ver Walt aparecendo, todo molhado, para Shannon, como se estivesse tentando avisá-la de algo, mas ela não chega a entender o que ele está dizendo… se entendesse, talvez o que ele está dizendo tenha a ver com o que encontremos dentro da escotilha.

Os flashbacks do episódio retornam a Jack Shephard, e novamente não é dos meus flashbacks favoritos, mas eu adoro como, ainda assim, ele consegue explorar “coincidências” que sempre nos chamam a atenção – retornamos ao momento em que Jack conheceu Sarah, a paciente que viria a se tornar sua esposa, e percebemos que a série está tentando nos contar mais coisas em pequenos detalhes como a outra vítima do acidente de que Sarah fez parte, que é tratado apenas como “Sr. Rutherford” (o sobrenome de Shannon), e que foi declarado morto às 8:15, em mais uma referência aos famosos números de “Lost”, que estarão mais presentes do que nunca durante essa segunda temporada. Afinal de contas, eles apareceram do lado de fora da escotilha, Hurley tentou avisar Locke para que ele não detonasse a dinamite, mas já era tarde demais.

“Lost” sempre soube trabalhar muito bem com seus flashbacks – algo que outras séries tentaram sem igual sucesso ao longo dos anos. É muito interessante ver um paralelo entre o Jack que vemos na Ilha e o Jack que existia antes do acidente, e vê-lo tentar ser um pouquinho melhor na ilha do que ele foi no passado, quando ele faz com os sobreviventes do 815 o que não fez com Sarah em sua primeira conversa com ela: dar esperanças, ainda que as chances fossem baixíssimas. Em parte, o flashback do episódio é sobre isso, porque acompanhamos Jack como um irritante “homem da ciência”, mas lentamente se transformando no que talvez venhamos a chamar de “homem de fé”, já que “milagres” foram citados durante o episódio e Jack teve que confrontar um quando acreditou que Sarah jamais voltaria a andar, mas ela estava mexendo os dedos dos pés…

Na ilha, acompanhamos toda a tensão do “entra” ou “não entra” na escotilha, e todo o embate entre Jack e Locke, que está cada vez mais acentuado – Jack diz que eles podem explorar a escotilha, se quiserem, no dia seguinte, mas com a escada quebrada ela não serve ao propósito pelo qual ele a abriu: não tem como descer todo mundo em segurança naquela noite para se protegerem dos Outros, que supostamente estão vindo ao acampamento. Locke, naturalmente, está mais preocupado em explorar a escotilha do que com qualquer outra coisa, por isso ele não vai esperar até o dia seguinte: Jack pode fazê-lo, se quiser, mas ele não vai. Por isso, ele pega uma corda e vai para a escotilha no meio da noite, e é seguido por Kate, que está tão curiosa quanto ele… e os dois começam uma descida arriscada, tensa e cheia de mistérios, que termina com uma luz misteriosa.

E o aparente sumiço de Kate.

No fim, por causa de Kate, Jack acaba abandonando tudo o que dissera sobre “ficar juntos e em segurança e esperar para explorar o desconhecido no dia seguinte” e vai para a escotilha, onde ele está prestes a encontrar um rosto inesperadamente conhecido: Desmond. Desmond faz a sua “estreia completa” em um flashback de Jack antes de aparecer de verdade na ilha, o que eu acho sensacional – e devo dizer que meu coração deu uma disparada quando ouvi a voz de Desmond conversando com Jack naquele estádio, seu inconfundível sotaque inglês, sua célebre frase “See you in another life, brotha”. Lembro-me de que, na época de “Lost”, eu gostava demais de Desmond, e foi muito bom rever esse episódio e como sua história começou: sua primeira cena parece uma cena despretensiosa com Jack em um estádio, onde os dois estavam correndo, parece apenas um rosto de um flashback

Mas ele reaparece na ilha – e então a frase “See you in another life, brotha” parece, talvez, ganhar um sentido completamente novo. Adoro toda a sequência do Jack descendo pela escotilha, explorando o lugar misterioso enquanto música toca ao redor dele, e quase tocando no famigerado computador, antes que Locke o advirta que “é melhor não fazer isso”. Então, Desmond “aparece” (ainda escondido atrás de uma parede), com uma arma apontada para Locke para que Jack não continue se mexendo, mas Jack é imprudente e ansioso e só quer saber onde está a Kate. Eventualmente, no entanto, o “brotha” do homem que está apontando uma arma para Locke chama a atenção de Jack e ele o reconhece, e aquele “You?” no fim do episódio FOI DE ARREPIAR. Estou muito ansioso para essa revisita à segunda temporada de “Lost” – a estreia já foi perfeita.

Agora, vamos explorar a história de Desmond e da escotilha!

E como ele chegou à ilha.

 

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