[Season Finale] Foundation 1x10 – The Leap
“Sometimes
you leap. And sometimes someone catches you”
Uma
finalização digna da grandiosidade da primeira temporada de “Foundation”. Com liberdades tomadas em
relação à obra original (depois dos acontecimentos desse episódio, eu nunca
quis tanto que as Leis da Robótica de
Asimov fossem levadas a sério na série!), “Foundation”
não é uma adaptação direta dos livros de Isaac Asimov, mas certamente foi uma
das grandes surpresas desse ano e pode se tornar um marco da ficção científica
se bem explorada nas temporadas seguintes. Com uma fotografia belíssima e uma
produção como a de cinema, “Foundation”
nos conquistou com sua história e personagens, embora eu ache que é de consenso
geral que foi muito mais interessante acompanhar o Império do que a Fundação
propriamente dita – isso só me faz pensar na escolha do título para a série,
mas, no restante, não é um problema…
Os Imperadores roubaram a cena mesmo e estou
curioso pelo que vem a seguir!
No último
episódio, descobrimos mais sobre os motivos que faziam Cleon XIV ser diferente
de todos os Cleons que vieram antes dele: ele tinha sido alterado geneticamente
como parte de um plano de revolucionários que planejavam se infiltrar no
Palácio Imperial e acabar com a Dinastia Genética, e agora ficamos esperando o
desfecho dessa trama apreensivos. Volto a elogiar o trabalho dos atores que
deram vida aos Imperadores, especialmente Cassian Bilton, que deu vida a um
Brother Dawn carismático e apaixonante, e Lee Pace, que deu ao Brother Day
tantas facetas que ele é um personagem complexo por quem, igualmente, temos
sentimentos complexos. Os dois arrasam em todas as sequências que compartilham
nesse episódio final, e eu espero sinceramente que “Foundation” continue explorando essa parte da trama, mesmo agora,
138 anos depois.
Cleon XII, o
atual Brother Dusk, estava certíssimo do que aconteceria com Dawn, e podíamos
ver o ódio em seus olhos, mas Day fora, de um modo ou de outro, alterado por
sua experiência na Espiral e, não só, mas também no desafio de Halyma. Assim,
quando Dawn fala com ele, temos uma cena fortíssima na qual ele fala sobre como
quis tanto o chamar de “pai”, mas não pôde, porque ele não é seu pai, e que
eles “nem são pessoas de verdade”, e então pergunta se ele nunca teve vontade
de sair dali, de viver uma vida de verdade, ao invés de seguir um roteiro que
foi escrito para ele há centenas de anos… talvez não tivesse surtido nenhum
efeito há algum tempo, mas surte efeito naquele momento. Quando Day fala com
Azura, por exemplo, ele é o Imperador cruel e de fala mansa de sempre, mas
existe sentimento sincero por Dawn quando ele o defende.
Assim,
assistimos ansiosos pela cena do “julgamento”. Day começa, para o desespero de
Dusk, a falar sobre a sua experiência na Donzela, sobre como ele foi desafiado
e lhe falaram sobre o eminente fracasso de “uma alma que é incapaz de mudar”, e
fala sobre como foi sobre isso que Hari Seldon falou ao prever a queda do
Império. Por isso, começamos a sentir para
onde isso está indo, e eu me permiti, inocentemente, é claro, um momento de
alívio no qual parecia que o Brother Dawn ficaria bem. Me arrepiou ouvir o Day
falar que “algo que não está disposto a se curvar vai acabar quebrando” e que
“chegou a hora de a Dinastia se curvar um pouco”. A cena fica intensa, Dusk
fica furioso, parte para cima de Day, enquanto Day se defende dizendo que eles
podem aprender com isso tudo, podem se beneficiar disso, e eu adorei ver o Day
empurrando o Dusk de volta.
Mas toda a
cena chega a um final tão dramático e tão injusto que eu fiquei de coração
partido – a cena me fez mal, no fim das contas. Eu queria curtir o avanço do
Brother Day, eu queria ver o Brother Dusk ser contrariado, mas vemos Dawn
chorando e abraçando Demerzel, implorando para que ela não deixe que o matem, e
ela diz que “eles não farão isso”, e eu quase acreditei nela… mas ela mesma o faz. Demerzel matando
Dawn, em uma cena rapidíssima, me pegou desprevenido, e então ela diz que é
leal à Dinastia Genética acima de tudo, e as coisas ficam daquela maneira – em
questão de segundos, Dusk venceu e nós perdemos um dos personagens mais
queridos que “Foundation” nos
apresentou, e aquilo foi angustiante e profundamente triste. Naquele momento,
embora a série não seja só sobre isso,
eu realmente me perguntei o que aconteceria…
Quer dizer… eu queria tanto ver mais do
Cleon XIV.
Mas as
possibilidades para a próxima temporada ainda são interessantes… Day sente verdadeiramente a morte do irmão e
filho, como ele o chamou, e carrega o seu corpo nos braços para despedir-se
dele, e é uma cena inesperada e surpreendentemente emocionante. A grande
revelação vem do fato de que o plano dos revolucionários é mais antigo do que se espera, o que quer dizer que as
modificações genéticas não se limitam apenas a Cleon XIV, mas datam de muito
antes – já estão presentes nas fontes de
que fazem novos clones. Isso quer dizer que os possíveis suplentes deles também são adulterados, até o próprio
Day, embora ele não demonstre tantas diferenças e com tanta intensidade quanto
Cleon XIV apresentava – mas o que isso quer dizer para o futuro da Dinastia
Genética? Brilhante atuação do Lee Pace sendo Cleon XIII quebrando o vidro do
Cleon I.
QUE CENA!
Em paralelo,
acompanhamos um pouco da Fundação em Terminus – para mim, algo que sempre fica em segundo plano frente a
toda a trama do Império. O fantasma de Hari Seldon, saído de dentro do “Cofre”
no episódio passado, está ali para falar um pouco sobre o plano da Fundação,
sobre a necessidade de selecionar não apenas conhecimento, mas pessoas, e para “libertar” aquele lugar
do domínio do Império: Terminus vai ser um lugar onde a rivalidade incentivada
pelo Império entre tespianos e anacreonianos há tanto tempo chegará ao fim,
onde eles precisarão se unir para criar uma civilização livre do Império – e é
o que eles fazem, por fim. Simulando a morte de todo o sistema, mas sabendo que
eventualmente eles terão uma guerra com o Império, Terminus começa a crescer
deixando de lado o ódio: afinal de
contas, é necessário mais poder para construir do que para destruir…
E é hora de construir.
Salvor
Hardin também ganha algumas novas informações com que trabalhar, como a
descoberta de que, no fim das contas, não era Hari Seldon quem lhe mandava as
visões que ela teve durante toda sua vida, e quando ela vê Gaal criança
correndo por Terminus em uma visão, ela se dá conta de quem são as visões: de Gaal e Raych – é quase como se ela
fosse filha deles, e as coisas fazem
sentido, pensando que Salvor sempre teve essa “intuição” fortíssima, e
descobrimos sobre a intuição de Gaal também em episódios recentes. Agora,
Salvor acredita que precisa deixar Terminus e que sua missão é outra: ela precisa encontrar Gaal. O episódio
termina em uma sequência que acontece 138
anos depois, e encontramos Gaal despertando e chegando ao seu planeta
natal, agora completamente alagado, e então ela descobre alguém que também caiu
ali há anos e está em uma câmara criogênica há mais de um século: Salvor Hardin.
“My name is
Salvor Hardin… I’m your daughter”
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