1994.
“Entrelazados” é a mais nova produção
argentina no gênero musical adolescente. Com o fim das produções para a TV,
parece que não veremos mais produções longas como “Violetta”, “Soy Luna” e “Bia”, e “Entrelazados”, lançado no Disney+ no último dia 12, vem em formato
série, com apenas 10 episódios – algo que me chamou a atenção. O número de
capítulos e a temática de viagem no tempo é que me chamou a atenção, mas a
estreia de “Entrelazados” ainda não
conseguiu me conquistar como eu esperava – não é uma série ruim, e entrega os
elementos que estamos habituados nessas produções, mas faltou algum carisma que
não sei bem identificar. De todo modo, vale conferir a sequência e descobrir
mais sobre a relação de Caterina e Cocó, e como isso interfere, atualmente, na
Caterina impedindo a filha, Allegra, de realizar o seu sonho no teatro.
Allegra me
parece uma boa protagonista, e Félix me parece aquele tipo de melhor amigo por
quem eu rapidamente me apaixono. Como Allegra deseja ir até o Eleven O’Clock e
fazer audições para uma produção do musical de “Sexta-Feira Muito Louca”, mas a mãe se recusa a permitir, ela
falsifica a assinatura da mãe, coloca o amigo para se passar por ela, deixa uns
áudios gravados para que ele ganhe tempo e vai… mas a audição acaba sendo um desastre muito rapidamente. Gosto de
todo o cenário de bastidores de musical, e embora seja uma produção de “Sexta-Feira Muito Louca”, eu pensei em “A Chorus Line”, ou ainda mais em “Fame”, por causa do elenco jovem. É
gostoso assistir às audições, enquanto Allegra tenta conseguir o papel da
protagonista que já foi de sua família em uma produção de 1994, mas Caterina
acaba descobrindo tudo e invade a audição para levá-la embora…
Toda a
motivação para a série vem da relação conturbada entre Caterina e a mãe, Cocó.
Alguma coisa aconteceu entre elas no passado, algo sobre o que Caterina se
recusa a conversar com a filha, mas é o suficiente para que Allegra não possa
ouvir música ou ter um pôster da avó na parede do quarto, por exemplo. Depois
de Caterina a tirar da audição (mas Allegra tem tempo o suficiente de chamar a atenção por causa de seu
talento, de sua família e, é claro, de sua atitude determinada para estar ali,
mesmo que seja falsificando a assinatura da mãe), as duas discutem no carro e
Caterina se distrai do trânsito enquanto proíbe Allegra de voltar a falar sobre
a Cocó… e então elas sofrem um acidente.
Com a mãe no hospital, Allegra precisa lidar com a própria culpa, e chega a
ligar para a avó para que ela venha ver Caterina – Cocó não parece ser muito
boa em demonstrar sentimentos.
Durante
aquela noite, as coisas começam a mudar para Allegra… quando, frustrada, ela
joga uma bailarina em miniatura contra a parede, ela acaba descobrindo uma
caixa com um bracelete verde que brilha misteriosamente – diferente de “Club 57”, que tenta trazer uma
explicação para a viagem no tempo através da Franken TV e dos experimentos de
Manuel, “Entrelazados” optou por algo
mais místico… mais ou menos como
“Sexta-Feira Muito Louca”. “Sexta-Feira
Muito Louca” não tem a ver com viagem no tempo, mas a troca de corpos entre
mãe e filha também acontece de maneira mística e a base da história é a mesma
de “Entrelazados”: a relação de mãe e
filha. Levada para 1994 misteriosamente, Allegra desperta no quarto de
Caterina, e então se torna espectadora da história de sua mãe e sua avó, e isso
talvez a leve a entender algumas coisas.
Allegra não
tem nenhum surto do tipo Marty McFly chegando a 1955, não pega jornal ou
qualquer coisa para verificar a data, e parece entender bastante depressa o que
está acontecendo, mas estou disposto a relevar isso… é interessante ver Allegra
observando a tudo, mas estamos curiosos pelo momento em que ela vai começar a se tornar parte da história – e as
consequências que, inevitavelmente, isso pode gerar. Infelizmente, pouco me
chamou a atenção o possível nascimento de um romance entre Allegra e Marco
Resco, tampouco aquela típica história de rivalidade num estilo Gabriella e
Sharpay ou Eva e Vero, sei lá. De qualquer maneira, vamos ver como “Entrelazados” desenvolve essas
histórias e como a série brinca com seus protagonistas, com as histórias
paralelas e com as consequências da viagem no tempo… pode ser bem interessante.
O primeiro
episódio termina com um ensaio de “Sexta-Feira
Muito Louca” em 1994, com Cocó sendo bastante dura com Caterina – ela
parece confiar na filha, fala sobre como ela precisa conseguir o papel, mas, ao
mesmo tempo, a pressão é bastante grande e isso parece pesar sobre Caterina, até
Allegra chega a perceber isso. Uma das melhores cenas do episódio é a de
Caterina ensaiando sozinha no palco enquanto Allegra espia, e então Allegra
começa a dançar com ela, os mesmos passos, porque busca o mesmo papel na nova
montagem de “Sexta-Feira Muito Louca”,
em 2021. Então, Caterina torce o pé e cai, e Allegra corre para o palco para
saber se ela está bem, e, empolgada, quase a abraça de felicidade porque,
afinal de contas, ela é sua mãe e está
bem, enquanto no presente está no hospital. Caterina, por sua vez, só acha
aquela garota estranha…
Afinal de contas, quem é ela?!
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