[2/3] Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (Spider-Man: No Way Home, 2021)
“Hello, Peter”
Depois de descobrir
que Peter nem tentara falar com alguém do
MIT antes de recorrer à magia, Stephen Strange o manda de volta para casa (Peter
não pensara, e a reação confusa dele à sugestão de Stephen é tão divertida…
acho que o Peter de Tom tem um carisma imenso nessas atitudes bem adolescentes,
porque, no fundo, ele é muito inocente),
e Peter está justamente tentando fazer isso (brilhante a sequência da ponte,
amei o Tom todo arrumadinho de terno e gravata, e alternando entre essa roupa e
a Aranha de Ferro) quando o primeiro
visitante de outro mundo aparece: “Hello,
Peter”. Diretamente de “Homem-Aranha
2”, de 2004, o primeiro visitante é o Dr. Otto Octavius, o Dr. Octopus, e
mesmo já tendo visto alguns daqueles momentos no trailer, é impressionante assistir à sequência
completa – uma das melhores sequências de ação dos últimos filmes do
Homem-Aranha.
Também é
perfeito como Tom Holland captou a essência do personagem, como ele é um
Homem-Aranha brincalhão e debochado, algo muito característico do personagem
nas HQs, e a cena com o Dr. Octopus deixa isso muito claro, quando o Homem-Aranha
consegue começar a controlar os tentáculos do vilão, por exemplo, e como ele se
diverte com isso, também arrancando muitas risadas da plateia… a cena ainda
consegue nos provocar com o Dr. Octopus comentando, por exemplo, que “ele não é
o Peter Parker”, quando o vê sem máscara… ele é, sim, o Peter Parker, mas não é
o Peter Parker que o Dr. Octopus conhece.
O Dr. Octopus é capturado pelo Doutor Estranho e preso na masmorra do Sanctum
Sanctorum, assim como o Lagarto, o Dr. Connors de “O Espetacular Homem-Aranha”, de 2012. E o Duende Verde do filme de
2002 também faz uma primeira assustadora e brilhante aparição.
De volta ao
Sanctum Sanctorum, o Doutor Estranho explica a Peter Parker o que está
acontecendo: o feitiço instável abriu uma fenda no contínuo de espaço-tempo,
permitindo que pessoas atravessassem entre universos e, de algum modo, todos
que sabem que Peter Parker é o Homem-Aranha estão sendo atraídos para esse
universo – o que inclui vilões de filmes
anteriores a Tom Holland. Cinco vilões antigos (seis formariam um Sexteto
Sinistro, mas ainda não foi a escolha criativa do filme) estão chegando ao
Universo Cinematográfico da Marvel, cada um vindo de um dos outros filmes do
herói: temos Norman Osborn, o Duende Verde de 2002; temos o Dr. Otto Octavius,
o Doctor Octopus de 2004; temos Flint Marko, o Homem-Areia de 2007; temos Dr.
Curtis Connors, o Lagarto de 2012; e, por fim, temos Max Dillion, o Electro de
2014.
E Peter precisa capturar cada um deles para mandá-los
de volta aos seus universos.
A dinâmica
do filme já estava uma delícia, e ainda tínhamos surpresas deliciosas que
tornavam a experiência ainda mais
especial a cada momento. Com um uniforme preto (bastante bonito, por
sinal), Peter Parker enfrenta o Electro em um lugar isolado no mato, onde ele
está drenando eletricidade de torres de energia, com uma ajuda remota de Ned e
MJ e uma interessante ajuda de Flint Marko, que eventualmente se volta contra
ele quando ele usa um dispositivo que o Doutor Estranho lhe deu e manda Electro
para outro lugar. É uma reunião interessante
e vilões, e é um máximo ver o Homem-Aranha enfrentando cada um deles, enquanto
todos tentam entender como ele pode ser “Peter Parker” – inclusive, temos
diálogos divertidos e inteligentes entre os vilões presos no Sanctum Sanctorum
também. Todo o elenco estava afiadíssimo
nesse filme!
Por fim, o
último a ser capturado é o Duende Verde, e é de arrepiar vê-lo alternar entre o
perverso Duende Verde e o aparentemente inofensivo Norman Osborn – é como
Norman que ele aparece para a Tia May, buscando deliberadamente por Peter
Parker, que o leva não como prisioneiro ao Sanctum Sanctorum, mas Stephen o
prende na última das gaiolas e começa a se preparar para enviá-los de volta ao
universo deles e terminar com isso de uma vez por todas… Peter, no entanto,
acaba o impedindo de fazê-lo: uma conversa com a Tia May e outra com os vilões
o deixa pensativo quando ele percebe que o destino de vários deles é morrer em seu universo enfrentando o
Homem-Aranha, e ele quer encontrar uma maneira de ajudá-los; de mandá-los
de volta “curados” para que eles possam ter uma segunda chance… o que Stephen acha um absurdo.
Aqui, temos
uma das minhas sequências favoritas no filme: Stephen Strange versus Homem-Aranha na Dimensão
Espelhada. A Dimensão Espelhada é um conceito dos filmes do “Doutor Estranho” que é brilhantemente
usado em “Sem Volta Para Casa”,
entregando o melhor dos dois personagens em uma sequência de tirar o fôlego e
com efeitos impecáveis… Peter Parker, por sinal, demonstra bastante confiança,
poder e inteligência: primeiro conseguindo retornar sozinho ao seu corpo (eu ri
muito do Peter “nadando” no ar) quando Strange o separa dele, e depois
percebendo que a Dimensão Espelhada, por mais confusa que parece, é baseada em
conceitos matemáticos dos quais ele entende, então ele consegue deixar Stephen Strange preso lá dentro e escapar com o
cubo que pode mandar os vilões de volta para os seus universos… antes de
fazê-lo, no entanto, ele precisa tentar ajudá-los.
A ideia de “Sem Volta Para Casa” é interessante:
Peter Parker se alia aos vilões de
filmes antigos para tentar ajudá-los e dar-lhes uma segunda chance, e ganhamos
uma sequência usando tecnologia Stark na casa de Happy enquanto alguns
personagens parecem bem dispostos a colaborar (o próprio Dr. Octopus é o
primeiro a ser “curado”), e outros têm dúvida se aquilo é mesmo o que querem…
Electro não quer perder seus poderes, e talvez queira continuar naquele mundo para sempre, mas é o Duende Verde que toma
conta de Norman Osborn que acaba com toda
a missão de Peter Parker. A angustiante sequência de ação que se inicia no
apartamento de Happy, do Homem-Aranha contra tantos vilões, tem uma conclusão
inesperada e arrasadora: eu realmente não
estava esperando a morte da Tia May, e passei o tempo todo com esperança de que
não fosse isso.
Mas a Tia
May morre… não sei o que será de Peter Parker de agora em diante sem a Tia May,
que era um dos seus porto-seguros, mas Tom Holland se entrega em uma cena
tocante enquanto conversa com a Tia May e pede que ela continue ali com ele, e
Tia May também entrega tudo ao, mesmo à beira da morte, dizer a Peter que ele
fez o correto em tentar ajudar os visitantes, porque ele tem grandes poderes
agora e “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”. É a frase icônica
que marca o personagem do Homem-Aranha, normalmente dita pelo Tio Ben, mas
nunca conhecemos o Tio Ben de Tom Holland e, ao que tudo indica, ele nunca
tinha ouvido isso antes, então, de certa maneira, Tia May assume, para o Peter
de Tom, a importância simbólica que o Tio Ben tinha para outros Peters do
Multiverso… é de arrepiar.
Uma conclusão
poderosa e dolorosa para o segundo ato do filme!
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