Jungle Cruise (2021)
“I don’t
have to know someone to care”
UMA
DELICIOSA AVENTURA PELA FLORESTA AMAZÔNICA. Protagonizado por Dwayne Johnson,
Emily Blunt e Jack Whitehall, “Jungle
Cruise” conta a história de uma cientista perseguindo uma antiga lenda que
fala sobre uma árvore, a Lágrimas de Cristal, cujas flores podem curar qualquer
doença no mundo e até acabar com maldições: se é real ou não, ninguém sabe, mas
ela acredita que sim e, nesse caso, essas pétalas poderiam revolucionar a medicina! É assim que a Dra. Lily Houghton acaba em
Porto Velho, buscando alguém que possa levá-lo pelo Rio Amazonas até onde
acredita que encontrará as Lágrimas de Cristal e as pétalas milagrosas, e acaba
com Frank, o capitão trambiqueiro de um barco que não parece ser lá muito
confiável. O elenco afiado entrega um filme divertido, e com um clima constante
de aventura, contando, ainda, com algumas surpresas interessantes.
O filme
começa com uma narração que nos leva à história da lenda: em 1556, Don Aguirre
e outros conquistadores espanhóis vieram à América do Sul em busca das Lágrimas
de Cristal, mas a missão acabou dando errado e todos morreram, sendo mais tarde
ressuscitados pelos membros da tribo Puka Michuna, graças às milagrosas pétalas
da árvore – ao invés de ir embora, no entanto, Don Aguirre se voltou contra a
tribo, que se recusou a levá-lo até a árvore sagrada, e quando Aguirre ataca o
líder da tribo e destrói todo o lugar, ele e os demais acabm amaldiçoados:
agora eles não poderão mais morrer, mas tampouco poderão se afastar muito do
rio – estão para sempre confinados àquele
lugar. Depois, o filme pula para 1916, quando a Dra. Lily, usando o irmão
mais novo, tenta conseguir uma ajuda da Sociedade Real de Londres para uma
expedição.
Como a
Sociedade Real não está muito interessada em patrocinar uma expedição na qual
não acredita, Lily precisa fazer as coisas da sua maneira e, por exemplo,
roubar a importante "ponta de flecha” que, diz a lenda, é um item
importante para se encontrar a árvore – e é muito gostoso acompanhar a
sequência da habilidosa Lily. Certamente ela forma uma boa dupla com Frank!
Tudo no filme é exagerado, das situações aos lugares que conhecemos, mas se
trata de um filme de fantasia que coincidentemente se passa na Floresta
Amazônica, e eu aprendi a me divertir e curtir cada momento… os trambiques de
Frank, a relação bem-construída de Frank e Lily, e McGregor, o irmão de Lily,
que nos rende momentos engraçados e fofos, e se mostra um personagem
incrivelmente carismático! É uma delícia acompanhar esse trio em sua viagem
pelo Rio Amazonas…
Destaco o
personagem de McGregor, que é um dos poucos personagens gays que a Disney
acrescentou aos seus filmes (é uma vergonha que estejamos em 2021 e a Disney
ainda seja tão conservadora nesse sentido) e que, embora seja interpretado por
um homem hétero (uma decisão bastante criticada na época do anúncio), nos
entrega momentos muito bonitos. Além de ser um constante alívio cômico, mas sem
ser ridicularizado por sua homossexualidade em momento algum, McGregor tem uma
cena séria, emocionante e de coração aberto com Frank, quando ele conta sua
história, conta sobre como foi julgado por amar quem amava, e como a irmã
sempre esteve com ele. Sei lá, eu acho que é por eu ser gay também, mas essa
cena serve tanto para que eu me coloque no lugar de McGregor quanto para que eu
desenvolva um carinho imenso por Lily, só por ter sido um porto seguro para o
irmão.
Essas pessoas são tão importantes na nossa
vida!
Durante
grande parte do filme, Frank parece tentar dissuadir Lily de sua busca, porque,
supostamente, não acredita em nada daquilo e ninguém que tentou encontrar a
árvore, nesses anos todos, conseguiu, mas Lily acredita que ela tem coisas que
ninguém nunca teve antes, como a ponta da flecha, e que vai conseguir o que
quer. Achei muito interessante as reviravoltas que o filme dá, quando a busca
pelas Lágrimas de Cristal se torna ainda
mais intensa. Acontece que, além de Lily, que quer encontrar as pétalas
milagrosas para apresentá-la às pessoas e ajudar a todos, fazendo a medicina
avançar, outras pessoas também estão em busca dessa árvore, mas por motivos
completamente diferentes e egoístas: o Príncipe Joachim. Entre alucinantes
perseguições de submarino e ameaças, Joachim age imprudentemente e convoca uma
ajuda contra Lily…
Assim, Don Aguirre e os conquistadores da
lenda são despertados – é um visual assombroso e interessante o dos
conquistadores, que aparecem parcialmente consumidos pela selva depois de terem
tentado escapar e terem sido aprisionados: o próprio Don Aguirre parece ser
formado por cobras, enquanto seus companheiros são formados por abelhas ou lama
e sapos. Os conquistadores também estão em busca das Lágrimas de Cristal porque
acreditam que as pétalas da árvore poderão salvá-los de sua maldição, e é aqui
que o filme ganha uma vibe mais
mística que, particularmente, eu gosto bastante! E a grande surpresa fica para
o momento em que Frank, Lily e McGregor são atacados em uma “tribo” pelos
conquistadores centenários e, para resgatar a ponta de flecha que Don Aguirre
rouba de Lily, Frank parece se sacrificar e despencar à morte…
Quer dizer,
nós sabíamos que Frank não ia morrer, pelo menos não faltando tanto tempo ainda
para o fim do filme, mas foi interessante encontrá-lo, um pouco depois,
incrivelmente bem, mesmo que estivesse, sei lá, com uma espada atravessada pelo seu coração – nem sangrando ele
estava! Então, Frank precisa contar a Lily a verdade: ele tem quase 400 anos de
idade e era um dos conquistadores espanhóis que vieram à América do Sul em 1556
no barco de Don Aguirre! Diferente dos demais, no entanto, ele tentou defender
a tribo dos Puka Michuna de seus companheiros e, por isso, a selva “pegou leve”
com ele, mesmo que ele também tenha sido amaldiçoado e proibido de deixar o
rio… foi aí que ele se tornou um capitão. Agora, depois de todos esses anos,
tudo o que ele quer é poder morrer em paz… e
talvez as Lágrimas de Cristal o ajudem nisso…
Afinal de contas, elas podem acabar com
maldições!
O ato final
do filme é um verdadeiro espetáculo de aventura, no melhor estilo “Indiana Jones”, “Os Goonies” ou “A Lenda do
Tesouro Perdido”: adorei acompanhar a maneira como Frank e Lily se
aproximam das Lágrimas de Cristal, como eles começam a desvendar algumas
pistas, como eles descobrem uma cidade
perdida sobre o Rio Amazonas (um espetáculo visual, por sinal, até gostaria
de explorar em mais detalhes aquele lugar!), e como eles chegam até o lugar
onde a árvore milagrosa parece morta… e, apenas juntos, Frank e Lily conseguem
trazê-la de volta à vida e pegarem uma única pétala, que vira o centro de um
caos – todos querem a pétala para si, por um motivo ou por outro. No fim, Frank
se sacrifica para permitir que Lily vá embora levando a pétala consigo, e ele
acaba sendo capturado com os demais conquistadores, de volta presos na selva em
um sono eterno.
No fim, Lily
acaba fazendo o mesmo, e sacrifica a única pétala que conseguiu para poder não
apenas retirar Frank da pedra, mas também para torná-lo novamente humano e
mortal, como ele sempre quis – o que não quer dizer que ele vai morrer
imediatamente, porque ele pode viver “uma nova vida” com Lily, na Inglaterra,
mas agora ele sente dor, ele sangra… quase como uma resposta ao bom coração de
ambos, a árvore dá uma última pétala a Lily, para que ela possa fazer com ela o
que bem entende – pesquisas que vão, sei lá, “ser um avanço para a medicina”. O
filme é, certamente, uma aventura e tanto! Com cenários belíssimos e momentos
divertidos e de aquecer nossos corações, “Jungle
Cruise” nos entrega uma deliciosa e leve aventura pela floresta e pelo rio,
envolvendo lendas antigas, cidades e templos perdidos e maldições ancestrais.
Eu adorei a
experiência!
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