Os outros
sobreviventes…
QUE EPISÓDIO
É ESSE?! Lembro-me claramente de, na época em que assisti “Lost” pela primeira vez, não gostar muito desse episódio, e tudo o
que eu consigo pensar agora é: onde eu
estava com a cabeça?! “The Other 48
Days”, exibido originalmente em 16 de novembro de 2005, é, agora, um dos
meus episódios favoritos em “Lost”. É
verdade que as coisas são mais corridas do que foram para os sobreviventes da
parte da frente do avião, mas porque não
temos uma temporada inteira para contar a história dos sobreviventes da cauda,
e o episódio consegue fazer um belíssimo trabalho apresentando os personagens,
algumas de suas motivações e tudo o que aqueles 23 sobreviventes sofreram para
moldar a personalidade que conhecemos deles quando Jin, Sawyer e Michael acabam
caindo do lado deles na ilha depois
do infeliz fracasso da balsa.
Sem “Previously”, o episódio começa no Dia 1
do outro lado da ilha – quando a
parte de trás do avião cai no mar, e parece que esse início já foi mais
desesperador, porque é angustiante ver as pessoas morrendo afogadas. Aqui,
alguns personagens já são marcados por suas atitudes, como Ana Lucia “assumindo
a liderança”, de alguma maneira, salvando a vida de uma garota que quase morre
afogada ou indo até a floresta para salvar Bernard, cuja poltrona ficou presa em cima de uma árvore; também vemos o
Sr. Eko, que é o responsável por tirar as pessoas da água, vivas ou mortas.
Diferente dos demais sobreviventes, o pessoal da cauda já teve que lidar com a
“visita” dos Outros na primeira noite,
e eles foram atacados constante e brutalmente, com pessoas mortas, pessoas
levadas e as crianças sequestradas – e isso meio que nos explica porque eles
foram tão endurecidos.
A
experiência do lado de lá da Ilha é diferente, embora tenha suas semelhanças.
Eles também precisam lidar com um suposto infiltrado dos Outros, o que explica
por que Ana Lucia tinha aquele buraco cavado, o mesmo usado para prender
Sawyer, Michael e Jin no início da temporada, e é muito interessante ver todo o
desenvolvimento da trama com Nathan – e o mais legal, a meu ver, é perceber
como o roteiro nos engana direitinho.
É muito fácil acreditar que Nathan é um dos Outros infiltrado entre os
sobreviventes como Ethan era, do outro lado, mas, no fim das contas, acaba não sendo ele. Em uma reviravolta
interessante (que roteiro impecável para fazer isso mesmo no tempo corrido de
um episódio para 48 dias!), descobrimos que o infiltrado dos Outros é o
Goodwin, uma das pessoas em quem Ana Lucia mais confiava inicialmente…
O confronto dos dois é intenso e brutal.
Amei.
Talvez algo
que eu gostaria de ter explorado mais nesse episódio é a Estação Flecha –
afinal de contas, tivemos vários episódios para explorar a Estação Cisne do
outro lado da ilha, e é interessante perceber o quanto elas são diferentes, embora ambas pertençam à Dharma… as funções de
ambas certamente são completamente diferentes, e eu adoraria ter visto, sei lá,
mais um vídeo de orientação. Mesmo
assim, também é gostoso o tom de mistério
que “Lost” dá a tudo, com os objetos
que são encontrados dentro da estação, por exemplo, a palavra “Quarentena”
escrita do lado de dentro da porta, assim como na escotilha, e certamente
voltaremos a esse lugar, mais cedo ou mais tarde. Destaque também para o sinal
que eles conseguem captar no 41º dia com o rádio que encontram na Estação e o
Bernard conversando com o Boone.
ADORO ESSAS
PONTAS SE FECHANDO!!!
Por fim,
chegamos aos últimos dias dos demais sobreviventes na ilha, aqueles que já
acompanhamos principalmente do ponto de vista de Jin e, depois, Michael e
Sawyer, e embora esses trechos não tenham muita informação nova a nos dar, é
brilhante a maneira como o episódio os aborda, como a edição ficou bonita e
como as cenas ganham outro significado
graças a tudo o que conhecemos agora. Não quer dizer que caímos de amor por Ana
Lucia ainda nem nada, mas é diferente olhar para isso tudo sabendo tudo o que
eles sofreram durante esses primeiros 45 dias. E esse episódio foi uma maneira
incrível de introduzir de vez os personagens à trama de “Lost” – “The Other 48 Days”
termina exatamente no mesmo lugar do anterior só que, dessa vez, vemos o tiro
do ponto de vista de Ana Lucia… o tiro
que matou Shannon e anunciou a chegada de novos sobreviventes.
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