Round 6 1x05 – Um Mundo Justo

“Todos são iguais”

Acho bem curioso como opiniões divergem em episódios como “Um Mundo Justo”, o quinto episódio de “Round 6”. Para mim, o grande forte da série não é o jogo em si, embora eu adore ver o jogo e a maneira como os episódios conseguem construir todo o suspense e a tensão necessária – o cabo de guerra do fim do episódio passado e início desse é uma das maiores provas disso. Ainda assim, eu consigo AMAR “Round 6” mesmo quando o episódio não tem nenhum jogo, como é o caso do segundo episódio (um dos meus favoritos) e esse – acho que o grande forte de “Round 6”, ainda mais do que os jogos, são os seus personagens, que são bem construídos e carismáticos a ponto de fazer com que torçamos por eles… eu quero saber o que vai acontecer com cada um deles, embora seja bastante seguro dizer que apenas um deles vai sobreviver no final.

Se algum sobreviver…

O episódio passado, depois de ter construído toda a tensão em cima do cabo de guerra, terminou em um momento crucial que nos empurrou depressa ao quinto episódio porque queríamos ver como terminava – quer dizer, sabíamos que o time de Gi-hun e Sang-woo venceria, mas ainda ficamos muito curiosos para assistir a essa vitória… e é a estratégia do 001 que lhes dá uma certa vantagem no início + a estratégia do 218 que consegue virar o jogo quando as coisas desandam… e eu não sabia, até assistir ao episódio, do quanto eu precisava daquela sequência do grupo retornando para o dormitório depois da vitória, encontrando o grupo liderado pelo nojento do 101 – AS EXPRESSÕES INCRÉDULAS DO GRUPO TODO VENDO ELES ENTRAREM VITORIOSOS. Bem, talvez esse não seja um jogo no qual você pode tirar conclusões precipitadas.

Durante aquela noite, todos se preparam para mais uma matança – e é incrível como Gi-hun, o 456, meio que impede que mais pessoas morram naquela noite. Quer dizer, entre os jogadores, porque o que houve de morte nesse episódio… mas já chegamos lá. O grupo de Gi-hun e Sang-woo faz uma barricada para se proteger e decide deixar uma dupla sempre de vigia, caso algo aconteça, mas uma rápida conversa do 456 com 101 deixa Deok-su intrigado e pensando se ele pode confiar no próprio time… além disso, de qual é a vantagem de sair matando os grupos mais fracos se são os mais fortes que serão seus competidores. Durante a noite, então, temos momentos que eu adoro no qual vemos conversas das duplas – eu não sei como as pessoas assistem a “Round 6”, mas eu realmente assisto a série para ver mais do que os jogos, e esse episódio me entregou isso!

Aquela noite longa e tensa no dormitório, cheio de expectativa e medo, é importante para que aquelas pessoas de uniforme verde e branco deixem de ser apenas números ou peões em um tabuleiro, como são vistos pelos organizadores do jogo, para que os vejamos como eles realmente são: pessoas. A conversa de Sang-woo com Ali Abdul é muito importante, por exemplo, e eu estou cada vez mais encantado pela fofura do Ali… e pela beleza do Sang-woo, diga-se de passagem. Também é importante ouvirmos aquela conversa de Gi-hun com Il-nam sobre o passado de Gi-hun e como aquela barricada o lembra de outra que fizeram na fábrica em que trabalhava durante uma greve. Ainda temos o Gi-hun cuidando do Il-nam quando ele começa a arder em febre, e uma quase inesperada “ajuda” de Sae-byeok, que não precisa falar muito para ser uma personagem interessantíssima.

Esse elenco é muito bom! E eu acho que esse é o forte de “Round 6”.

O episódio também fica sem jogos porque muitas coisas estão acontecendo nos bastidores dos jogos. Vemos mais de perto todo o esquema de tráfico de órgãos, especialmente quando Hwang Jun-ho se envolve nessa trama toda – afinal de contas, o número 29, por quem ele está se passando, era um dos funcionários do jogo que estava envolvido nisso tudo. Toda a sequência é angustiante e tensa, e vemos como essa questão do tráfico de órgãos é uma tramoia muito bem arquitetada e que vem funcionando, mas as coisas parecem prestes a sair totalmente de controle. O Jogador 111, Byeong-gi, que é o médico envolvido nisso tudo em troca de informações privilegiadas como qual será o próximo jogo, surta quando descobre que eles não sabem qual é o próximo jogo, e tudo vira um rebuliço quando ele os ameaça e foge até o cenário do segundo jogo.

Aqui, a ironia de “Round 6” está, provavelmente, em seu ápice. No meio de toda a confusão, o Jogador 111 é encurralado no “parque de diversões” do segundo jogo, enquanto um dos caras mascarados de vermelho tenta convencê-lo de que eles não podem ser descobertos – mas já é tarde demais para isso. O líder mascarado e de preto (teorias de quem ele pode ser começam a se tornar mais fortes nesse episódio) chega e é “interessante” como ele não tem contas a acertar com o Jogador… ele tem contas a acertar com o seu funcionário: ele sabe do tráfico de órgãos, por exemplo, e não se importa com isso, mas ele abomina o fato de que ele estava passando informações a um jogador, dizendo que isso “estragava a premissa básica do jogo, que era a de que todo mundo era igual”. A ironia daquele homem falando de justiça, de igualdade e tudo o mais…

Asqueroso… mas brilhante.

Hwang Jun-ho acabou assumindo o lugar justamente de uma das pessoas que é a responsável por levar os órgãos retirados até o comprador, e ele acha que descobriu sobre o paradeiro do seu irmão quando ouve os demais conversarem sobre o “zumbi”, um dos jogadores que despertou na mesa de cirurgia e que tinha só um rim – afinal de contas, In-ho também só tem um rim porque ele doou o outro para o irmão. Jun-ho, no entanto, acaba descobrindo que o jogador que eles chamam de “zumbi” era uma mulher, então o paradeiro do seu irmão continua sendo um mistério… pelo menos para ele. De qualquer maneira, ele está cada vez mais perto de descobrir a verdade – mas também cada vez mais perto de ser descoberto. O risco que Jun-ho está correndo faz com que cada cena dele seja repleta de tensão, e eu realmente quero que ele fique bem!

Acho que Jun-ho protagoniza uma das melhores cenas desse episódio quando finalmente chega a algumas respostas… não conclusivas, ainda, mas informações importantes. Ele chega até uma sala cheia de arquivos dos jogadores, onde ele descobre que aquela não é a primeira vez que o “jogo” acontece – é um esquema grandioso que já vem desde 1988. Ele busca, então, a pasta com as informações do jogo atual, de 2020, e olha ficha por ficha todos os 456 jogadores… e não encontra o nome e a foto do seu irmão, reforçando aquela ideia inicial de que Jun-ho não é um dos jogadores. Mas o inusitado aqui é que ele já foi um, e eu gostei bastante dessa revelação – Jun-ho acaba chegando a uma lista de vencedores, onde ele finalmente encontra o nome do irmão, como o vencedor de um dos jogos que aconteceu em 2015. Já podemos imaginar quem In-ho é agora

 

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