Round 6 1x06 – Gganbu
Um jogo psicológico.
QUE EPISÓDIO
TENSO! Diferente do jogo anterior, o jogo de “Gganbu” é um jogo
psicológico para a maioria dos jogadores – “Round 6” continua perversa e com um tom de ironia brilhante ao
contar a história desses jogadores fazendo de tudo para sobreviver e levar um
prêmio em dinheiro para casa. “Gganbu”
é um episódio diferente de qualquer outro na série por se passar quase que
inteiramente dentro de um jogo, mesmo sendo um episódio de mais de uma hora de
duração, e ainda assim ser um episódio como alguns dos meus favoritos na
temporada: em que o destaque são os
personagens. O episódio é muito mais do que um jogo de bolinha de gude, que
fica em segundo plano, enquanto observamos o jogo psicológico que se instala
entre as duplas, enquanto cada um utiliza
quaisquer estratégias que julgar necessárias para vencer no final.
Vemos Jun-ho
rapidamente no início do episódio, se escondendo depois de ter descoberto que o
jogo acontece há muitos anos,
enquanto o líder recebe um telefonema falando sobre os VIPs que estão para
chegar – mas esses personagens são logo abandonados para dar espaço ao jogo.
Quando os 39 jogadores restantes são chamados para a próxima arena, eles passam
por uma exposição que conta com o Jogador 111, o médico, morto ao lado de
alguns funcionários vestidos de vermelho, para mostrar a todos que “todos são
iguais no jogo”. É brutal, mas eles não param mais do que alguns segundos para
olhar ou pensar sobre aquilo: eles precisam se dividir em duplas rapidamente
para a próxima partida… e é toda uma sequência extremamente tensa enquanto as
duplas vão se formando! Eles sentem que precisam escolher em quem vão depositar
sua confiança.
Naturalmente,
o jogo à frente é muito diferente do que eles preveem – porque tudo nesse jogo
é construído para ser perversamente irônico. Assim, as pessoas escolheram
amigos ou outros jogadores que julgavam fortes, e agora os membros das duplas terão que se desafiar entre si, o que quer dizer
que apenas uma pessoa de cada dupla sobreviverá… cada jogador recebe um
saquinho com 10 bolinhas de gude para jogar como
escolherem (e descobrimos que o jogo mais tradicional de bola de gude na
Coreia é bastante diferente daquele a que estamos habituados): o que importa é
que, ao fim, vence o jogador que tiver conquistado as 10 bolinhas de gude da
sua dupla, e eles não podem usar a violência para decidir a vitória… eles terão que jogar. Então, o jogo
envolve sorte e manipulação – pode vencer quem tem menos ética e quem sentir
menos remorso em fazer o necessário.
Foi
interessantíssimo acompanhar as diferentes dinâmicas das duplas – e pensar que,
ironicamente (e eu adoro a maneira como “Round
6” é irônica), Deok-su, o Jogador 101, é a única dupla que acompanhamos que
realmente joga pelas bolinhas de gude
de forma, dentro do possível, “honesta”. Todas as outras duplas contam com
trapaça, enganação ou entrega da partida. Gostei particularmente de acompanhar
Sae-byeok, a 067, e Ji-Yeong, 240, porque elas deixam para jogar no último
minuto, enquanto aproveitam o tempo que têm para conversar e para contar coisas
que nunca contaram a outras pessoas…
foi algo bastante íntimo e bastante intenso, e acho que algo que ambas
precisavam. No fim, como imaginamos que aconteceria, Ji-Yeong entrega o jogo a
Sae-byeok, porque “ela tem algo pelo qual viver”. Toda a sequência é forte e emocionante.
Sang-woo,
por sua vez, não escolhe Gi-hun para ser sua dupla – e eu acho que ele fez tudo
de caso pensado. Por mais bonito que ele seja (e eu acabo me distraindo porque
o Park Hae-soo, o ator interpretando o Sang-woo, é MUITO BONITO, minha nossa!),
já percebemos, há algum tempo, que Sang-woo não
é uma pessoa de confiança… e que ele fará qualquer coisa para sobreviver.
Eu não acho que ele vai ter algum problema em trair Gi-hun quando for
necessário, de verdade, mas eu acho que, nesse episódio, ele escolheu Ali Abdul
como sua dupla estrategicamente: ele era forte e jovem, caso fosse um jogo de
força, mas ele também era alguém inocente e fácil de manipular, sendo um jogo
como foi… e mais fácil de trair do que
Gi-hun, talvez. Por um motivo ou por outro, Sang-woo acaba com Ali em um
jogo de sorte que ele está perdendo…
Então, ele faz o que é necessário para virar
o jogo. Como espectador, parte de mim ficou, sim, muito bravo com o
Sang-woo, porque ele foi um belo deum filho da p*ta e o responsável por uma das
mortes mais tristes… Ali era um dos
personagens mais queridos da série. Por outro lado, e me crucifiquem se
quiserem, eu não sei como eu me comportaria estando na sua situação… talvez eu
fizesse o mesmo. E, mesmo amando o Ali (!), ele não tinha chance nenhuma e esse
jogo de bola de gude provou isso: ele era
inocente demais, fácil de enganar, o que quer dizer que ele jamais seria capaz
de ganhar o jogo. Então, Sang-woo o manipula e o engana, apelando para a
chantagem emocional e, depois, para a inocência de Ali e a confiança que Ali
construiu nele (Sang-woo sabia disso,
por isso sabia que daria certo), sugerindo uma “solução” na qual ambos sairiam
vivos.
No fim, Sang-woo só rouba suas bolinhas de
gude e ouve sua morte.
Foi horrível
assistir à morte de Ali… provavelmente a mais dolorosa até o momento.
Por fim,
acompanhamos o jogo entre Gi-hun, o 456, e Il-nam, o 001 – o fato de Gi-hun ter
escolhido ficar com o 001 como dupla, sabendo que ninguém mais o escolheria, mostra um bom coração de Gi-hun, e é
interessante como o episódio dá voltas e brinca com as atitudes de Gi-hun… e,
novamente, eu não sei se posso julgá-lo, pensando na condição em que ele está!
Inicialmente, 001 está muito fascinado com o cenário construído para o jogo,
que reproduz um bairro parecido com o que ele morava quando criança, e Gi-hun
acha que Il-nam não vai nem ao menos
jogar com ele… é desesperador vê-lo implorar para que Il-nam jogue e,
quando ele começa a jogar, ele começa a ganhar rapidamente até que Gi-hun oficialmente perca a partida… mas Gi-hun
se aproveita, então, da confusão toda de Il-nam devido à sua velhice para virar
o jogo, mentindo continuamente.
Gi-hun
poderia ter ganhado desse jeito, e eu não sou capaz de julgá-lo, infelizmente.
Talvez porque Il-nam não tenha futuro no jogo como um todo, talvez porque Lee
Jung-jae, o ator que interpreta Gi-hun, tenha nos conduzido pelos sentimentos
do personagem tão perfeitamente, mostrando todo o remorso a cada mentira… mas
era uma questão de sobrevivência. A trama dá uma guinada interessante e
quase inesperada quando Gi-hun acredita ter vencido e Il-nam aparece com mais
uma bolinha de gude, mas agora ele não
quer jogar, e volta a andar pelo bairro. No fim, Il-nam resolve desafiá-lo
a uma única aposta: tudo o que ele tem
por tudo o que Gi-hun tem, e quando Gi-hun protesta que “isso não faz
sentido”, Il-nam pergunta se, então, faz sentido “enganá-lo para pegar todas
suas bolinhas de gude”… interessante como
ele sabia o tempo todo e se deixou enganar.
São
resoluções bastante distintas na partida. Deok-su, 101, vence em um golpe de
sorte que, infelizmente, é justo em termos de jogo; Sae-byeok, 067, vence
porque sua parceira achou que ela merecia vencer e é uma sequência emocionante
em que a 240 dá a vida pela nova vida; Sang-woo, 218, vence ao se aproveitar da
inocência de Ali, e é questionável o quanto de remorso ele sente por fazê-lo… se existe algum, não é tão grande
quanto o seu egoísmo e vontade de vencer; e, por fim, Gi-hun, 456, vence porque
Il-nam lhe dá a última bolinha de gude em uma cena emocionante em que os dois
arrasaram… um excelente episódio, e que me deixou encucado: vimos todas as mortes importantes da série
até aqui, menos a morte de Il-nam, certo? O que isso significa? Sinto que o
Jogador 001 ainda tem surpresas a apresentar e talvez não esteja morto de fato…
É muito estranho não termos visto sua morte!
E a jogadora
212? Achei que ela morreria, mas tampouco vimos sua morte… isso quer dizer que
ela sobreviveu? E, se sim, quão justo isso é, tendo em vista que ela não jogou o último jogo? Isso
certamente geraria um CAOS no dormitório…
Talvez seja exatamente o que os
organizadores estão buscando.
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