Round 6 1x07 – VIPs
Traição ou sobrevivência?
A TENSÃO QUE
“ROUND 6” CONSEGUE GERAR É DIGNA DE
APLAUSOS. “Round 6” é uma série e
tanto – enquanto me aproximo do fim da temporada, entendo cada vez mais o
merecido sucesso e reconhecimento: a série é inteligente, bem-atuada, tem
críticas incríveis e ainda consegue criar o suspense com maestria, dentro e
fora do jogo… “VIPs” traz os VIPs
para assistir pessoalmente ao jogo que financiam e em que apostam, o que
intensifica a perversidade de suas ações, e enquanto acompanhamos Hwang Jun-ho
tentando conseguir provas contra o jogo para fazer sua denúncia, também
acompanhamos o desenrolar do penúltimo jogo – que termina com pouquíssimos
sobreviventes e a promessa de um duelo épico pelo prêmio no fim das contas.
Como imaginamos há muito tempo, o “confronto final” será entre Gi-hun, 456, e
Sang-woo, 218.
O episódio
começa com os corpos sendo recolhidos do jogo anterior, da bolinha de gude, e a
confirmação da morte de Ali Abdul (!), mas ainda nenhuma confirmação da morte
de Il-nam – o que me faz pensar que parece
óbvio que ele não está morto… não mostraram sua morte, não mostraram seu
corpo. Ele ainda vai retornar, e talvez
já tenha até retornado. Apenas 16 pessoas sobreviveram no jogo anterior, e
Deok-su, o asqueroso Jogador 101, fica surpreso ao retornar ao dormitório e
encontrar Mi-nyeo, a Jogadora 212, ainda viva depois de não ter sido escolhida
como dupla de ninguém… aparentemente, é alguma regra de brincadeiras infantis
para não deixar as crianças mais fracas escolhidas. É interessante que ela
esteja viva, porque eu adoro ver o 101 inconformado, e, afinal de contas, ela
ainda tem uma promessa a cumprir: ela
disse que o mataria se ele a traísse.
Durante
aquela noite, o Jogador 069 se mata no dormitório, depois de a esposa ter
morrido por sua causa no jogo anterior e ninguém se manifestar em prol da
desistência – sinceramente, parece tarde
demais para voltar atrás agora, como Sang-woo diz. Então, os 16 jogadores
restantes são levados para o quinto jogo, e precisam escolher um número entre 1
e 16, que é a ordem em que eles vão jogar… Gi-hun é o último a escolher, em uma
indecisão terrível, e quase fica com o número 1, o que teria lhe custado a
vida, mas acaba cedendo a um cara que lhe pede para ser o primeiro, e fica por
último – não era a escolha que eu faria,
sem conhecer o jogo, mas era certamente a melhor escolha. O quinto jogo é um
dos melhores jogos criados em “Round 6”:
num estilo meio “Passa ou Repassa”, eles precisam atravessar uma ponte,
escolhendo, dentre duas placas de vidro à frente, qual é a que vai conseguir
sustentar o peso deles e qual é feita
apenas de vidro normal.
O jogo é
TENSO, e é acompanhado por toda aquela narrativa nos “bastidores”, com a
chegada dos VIPs – homens ricos que estão ali para apostar na vida dos
jogadores e para assistir, ao vivo, à matança sanguinária. É perverso pensar
que esse espetáculo da morte faz
parte da história da humanidade há mais tempo do que podemos nos lembrar… ou o espetáculo de gladiadores não era
exatamente isso: assistir enquanto as pessoas lutavam por suas próprias vidas e
geralmente acabavam morrendo? Tudo é extravagante na parte do episódio que
se refere aos VIPs: as máscaras que eles usam para esconder sua identidade, a
sala na qual eles se sentam para beber enquanto assistem à prova, a maneira
como falam, como riem, como apostam, como fazem piadas… é justamente para ser
asqueroso. Destaco a cena daquela VIP tirando
a máscara, mas não mostrando ao espectador seu rosto.
Sinto que
ele é alguém que conhecemos bem: o Il-nam.
Hwang Jun-ho
está no meio dos VIPs, e eu acho particularmente tenso acompanhar a todas as cenas dele, porque ele parece sempre
perto demais de ser descoberto – ele se arrisca, mas faz o que é necessário
para conseguir o que busca. Trocando a sua fantasia de 029, que já não serve
mais, ele coloca uma roupa preta e uma máscara para se tornar um dos caras que
serve os VIPs, e então ele precisa ser frio enquanto presencia tudo aquilo de
perto, com um celular escondido na manga, filmando tudo… no fim, ele acaba
sendo interceptado por um VIP que quer tirar sua máscara, e Jun-ho
inteligentemente o convence a ir a um lugar “onde possam ficar a sós”, sabendo
o que o homem quer e sabendo o que ele vai fazer: com uma arma apontada para a cabeça dele e a câmera do celular ligada,
ele faz o homem falar sobre tudo o que sabe sobre o jogo.
Depois, ele
foge…
Mas não sei quão longe Jun-ho vai conseguir
ir.
O jogo da
ponte se desenvolve muito bem. Tem toda a tensão do tempo correndo, das pessoas
com medo de saltar, da pressão, das pessoas que estão dispostas a empurrar as
outras para salvar as próprias vidas… rapidamente vamos percebendo como é bom
que Gi-hun esteja por último, e como isso vai salvá-lo. Uma das sequências mais
interessantes é quando Deok-su, o insuportável 101, se recusa a continuar
seguindo em frente quando não tem certeza de qual dos dois vidros é o
temperado, e ele ameaça ficar ali até que alguém vá na sua frente ou até que o
tempo acabe e todos eles morram… a única pessoa que pode “vencê-lo”, aqui, é
Mi-nyeo, a Jogadora 212, e eu não gostava tanto dela, para dizer a verdade, mas
é recompensador assisti-la vencendo Deok-su daquela maneira. Sabendo que dificilmente vai sobreviver, ela
se sacrifica ao enganar Deok-su e levá-lo com ela para a morte.
Wow.
Por fim,
poucas pessoas continuam no jogo: os últimos quatro jogadores parecem estar
indo bem. À frente de Sang-woo, que está com o número 14, de Sae-byeok, que
está com o número 15, e de Gi-hun, com o número 16, temos um homem que
trabalhou durante anos em uma fábrica de vidros e que consegue identificar,
olhando atentamente para a maneira como a luz reflete em cada uma das placas à
sua frente, qual é o vidro seguro para se pular, o que leva os outros três
quase até o fim da travessia – até que os VIPs e o organizador percebam o que
está acontecendo e retirem essa única vantagem deles, apagando as luzes da
arena para que ele não possa saber… eles estão a um vidro da segurança, o tempo
acabando, e o jogador à frente de Sang-woo não pode fazer mais nada para
identificar o vidro temperado. Então,
Sang-woo dá um jeito.
Preciso
dizer: eu acho o Sang-woo um personagem fantástico. Ele tem atitudes
questionáveis, ele é frio e cruel, sim, e de uma maneira menos escancarada do
que o 101, por exemplo, o que o torna mais dissimulado e mais perigoso, mas ele
é, possivelmente, o personagem mais complexo e mais bem-escrito de “Round 6”. Suas atitudes são condizentes
com que assistimos desde o início –
ou, especialmente, desde a Dalgona, quando ele sabia qual era a melhor forma para ser escolhida e escolheu não
ajudar as pessoas em sua “equipe”. Desde lá ele está usando pessoas para se
manter vivo, mas, ao mesmo tempo, fazendo de tudo para eliminar a sua
competição – porque ele sabe que é o que terá que fazer, afinal. Eu não
consigo, então, detestá-lo, porque a verdade é que eu sempre gosto de
personagens inteligentes, mais do que
de personagens bonzinhos.
Sang-woo
sabe que apenas uma pessoa vai sobreviver a esse jogo no fim das contas (é o
penúltimo jogo e temos apenas 3 sobreviventes, é muito fácil perceber isso!), e
ele está determinado a ser essa pessoa, custe o que custar – acho que o que
mais revolta as pessoas que odeiam o Sang-woo é o fato de ele fazer o que faz
(matar o Ali no episódio anterior e o vidraceiro nesse) sem demonstrar remorso…
ele não está nem aí. Mesmo assim, eu
preciso dizer: o que mais Sang-woo poderia ter feito no fim daquela travessia?
O tempo estava se esgotando e, se ele não tomasse nenhuma atitude, os quatro
seriam alvejados e mortos: eles tinham apenas SEGUNDOS, então Sang-woo fez a
única coisa em que podia pensar e usou o cara à sua frente para saber qual era
o vidro seguro para saltar rumo à segurança. Sobreviveu e levou 067 e 456 com
ele.
Se eu tivesse que apostar, eu apostaria em
Sang-woo… ele é esperto e frio o suficiente para ganhar esse jogo – e, bem,
ele certamente foi a pessoa que mais
jogou desde o início, não? Curioso para ver como “Round 6” termina!
Mas não
aposto em final feliz… não seria condizente com a série.
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