Round 6 1x08 – O Líder

Antes do último jogo…

Temos um inusitado episódio curtinho de “Round 6”, mas tão intenso e revoltante quanto qualquer outro, e a série se aproxima de seu final mostrando claramente a que veio e por que fez o sucesso que fez. A série é excelente! Apenas três jogadores sobreviveram à travessia de uma torre a outra pulando em placas de vidro: Sang-woo, Sae-byeok e Gi-hun, e agora os nervos estão exaltados até a próxima prova. Gi-hun, o Jogador 456, não concorda com a maneira como Sang-woo, o Jogador 218, fez as coisas, e eles têm uma discussão bastante pertinente e interessante no início do episódio, no qual ambos se agridem verbalmente e Sang-woo se defende, mas sem mostrar remorso, porque não tem algum, dizendo que fez o que fez porque precisava sair dali vivo e não podia esperar que o homem à sua frente decidisse em qual vidro ia pular…

Comentei no episódio passado e continuo dizendo: Sang-woo é, provavelmente, o personagem mais bem-escrito de “Round 6”. Ele tem uma construção excelente ao longo desses oito episódios, vindo de um quase protagonista a um antagonista perigoso e frio que foi tão bem desenvolvido que não parece forçado – todas suas atitudes conduziram a isso de maneira convincente. Sang-woo é um personagem enigmático e, nesse ponto da série, detestado por 95% do público, e eu o detesto pela frieza ao matar Ali ou, nesse episódio, a Sae-byeok, mas, ao mesmo tempo, eu não consigo julgá-lo por ter empurrado o vidraceiro na prova anterior… naquele caso, eu ainda acho que ele não tinha outra opção, porque era isso ou ficar ali esperando até que o tempo acabasse e todos eles acabassem morrendo… ele deu um jeito de finalizar a prova.

Ou vence ou morre. E ele escolheu vencer.

O que não quer dizer que Sang-woo esteja correto – mas ele está vivendo o jogo, e o entendeu melhor que ninguém. Ele foi a pessoa que mais jogou desde o início, sabendo que apenas uma pessoa sairá viva e vencedora, e eu o vejo como a única pessoa capaz de ganhar o jogo – embora acredite que “Round 6” ainda vai ou a) matar todos os personagens no fim, ou b) encontrar uma maneira de fazer com que Gi-hun saia vencedor. A verdade, no entanto, é que Sang-woo é o único dos jogadores restantes capaz de fazer qualquer coisa, como o jogo exige, pela vitória. Se Gi-hun não está disposto a cometer atrocidades para levar o prêmio para casa, como ele pode vencer o último jogo? É claro que Gi-hun nos conquistou justamente por ter esse coração bom, por estar sempre tentando ajudar todo mundo, e é o que ele volta a fazer nesse episódio, quando percebe que Sae-byeok não está bem.

Os três últimos jogadores ganham um banquete antes da última prova, e é um momento tenso no qual eles são servidos um bem distante do outro, mas Gi-hun percebe que Sae-byeok mal toca na sua comida e vai conversar com ela durante a noite… aqui temos uma das cenas mais emocionantes e mais tristes da série, porque vimos que Sae-byeok não está bem e está à beira da morte: um estilhaço de vidro da prova anterior a atingiu na parte de baixo da barriga, e agora ela está sangrando muito, sentindo dor e fraca. Gi-hun e Sae-byeok conversam brevemente sobre as suas famílias, e Sae-byeok vê em Gi-hun uma esperança para o seu irmão, e então o faz prometer que qualquer um deles que sair vivo dali vai cuidar da família do outro – ela o faz sabendo que não tem chance alguma de sair viva, mas ela quer morrer sabendo que o irmão terá uma chance.

Quando Gi-hun percebe que Sae-byeok está sangrando muito, ele resolve pedir ajuda – o que é bastante inocente de sua parte. O argumento de que “ela precisa estar viva para jogar” é quase válido, mas com mais dois jogadores ainda vivos e bem, não é o suficiente. Enquanto bate na porta e pede por ajuda, Gi-hun desperta Sang-woo (que pegou no sono… Gi-hun chegou a pensar em atacá-lo enquanto ele dormia, mas Sae-byeok o impediu, dizendo que “ele não era esse tipo de pessoa”), e quando as portas se abrem, são apenas para revelar um grupo de funcionários que está pronto para entrar no dormitório carregando um caixão para levar Sae-byeok embora, depois de ter sido brutalmente assassinada por Sang-woo. Esse é o momento em que a “transformação” dele está completa: o rosto impassível, a mão segurando a faca, a camisa branca suja de sangue…

E a Sae-byeok morta, com o pescoço cortado.

Tenho certeza de que o último confronto vai ser INTENSO – finalmente estamos chegando ao famoso Jogo da Lula, o Round 6 desse jogo perverso todo, e vai ser muito mais interessante acompanhar um duelo entre Gi-hun e Sang-woo do que entre quaisquer outros jogadores: afinal de contas, eles têm história, dentro e fora do jogo. Não há defesa a Sang-woo nesse momento, porque o que ele faz parece selvagem (embora não tenhamos assistido e poderia até ter contado com a Sae-byeok pedindo que ele o matasse logo para acabar com seu sofrimento, vai saber… a mão dele estava tremendo quando focou nela), mas é o momento em que vemos um brilho igualmente selvagem tomar conta dos olhos de Gi-hun, e eu acho que era o que ele precisava para enfrentar uma última prova da maneira correta: ele não pode chegar lá sendo bonzinho… ele precisa chegar para vencer.

Desde sempre soubemos: apenas um sai vivo.

Se os funcionários não tivessem impedido, talvez ele tivesse matado o Sang-woo ali mesmo.

Outra trama interessante do episódio, e que eu não acho que tenha sido plenamente finalizada (espero que não tenha sido), é a de Hwang Jun-ho tentando fugir com as provas para derrubar todo esse esquema, enquanto o Líder do jogo o persegue – mas pede que o capturem vivo. Aqui temos uma caçada tensa, uma corrida contra o tempo enquanto Jun-ho tenta entrar em contato com a polícia e mandar para o chefe as provas e vídeos que fez nesses dias, mas está com pouca bateria no celular e um sinal horrível que o impede de fazer uma boa comunicação… tudo o que podemos esperar é que, quando Jun-ho tentou reenviar os arquivos, eles tenham finalmente ido (não vimos não ir novamente), ou que o chefe tenha entendido o suficiente para mandar reforços, porque quando Jun-ho é encurralado pelo Líder na beira de um penhasco, não restam muitas esperanças…

O episódio traz uma “revelação” previsível, mas, ainda assim, interessantíssima de se assistir: vemos o Líder tirar a máscara ao conversar com Jun-ho e se revelar In-ho, o irmão de Jun-ho, que venceu o jogo em 2015. Naquele momento, Jun-ho fica tão atordoado que ele não sabe mais o que fazer, mas também não tem muitas alternativas, então ele acaba levando um tiro e despencando para trás – mas eu tenho aquela teoria do “sem corpo, sem morte”, então eu não acho que o Jun-ho tenha morrido. Acho que o tiro foi muito alto para ser fatal, e talvez o chefe tenha ouvido alguma coisa da sua ligação e tenha mandado alguém que vai estar lá embaixo para resgatá-lo a tempo. Afinal de contas, todo esse plot de Jun-ho precisa levar a algum lugar, não? De todo modo, In-ho retorna para a ilha para limpar a própria ferida de bala, enquanto revê o irmão à sua frente e escuta o tiro novamente…

Ele está sentindo remorso? Ele sabe o que é isso?

De qualquer maneira, ele não é o criador do jogo… apenas o líder dessa edição.

O criador do jogo fará sua aparição no próximo episódio… e eu acho que sei quem é.

 

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