Sítio do Picapau Amarelo (2005) – O beijo de Cléo
“Cléo… você me beijou?”
João da Luz
foi capturado pela Iara, que colocou os olhos nele desde a primeira vez que ele
apareceu por perto do riacho, e virou a
sua nova estátua de pedra. O tempo de João como estátua da Iara, no
entanto, dura muito pouco, porque o Saci se responsabiliza por distrair a Mãe
d’Água (com as maquiagens da Patty Pop), enquanto a Cléo desce até o fundo do
riacho para resgatar o garoto de cabelos vermelhos… quando ela o vê
transformado em pedra, ela lamenta o seu destino e diz que “ainda tinha muita
coisa para lhe falar”, e acaba beijando a estátua de pedra, que volta a ser gente. Apenas algo muito
poderoso, como um beijo de amor verdadeiro, poderia ter salvado João da Luz
daquele feitiço, e embora ele esteja todo confuso e se lembrando de pouca
coisa, João sente que foi beijado… e é
claro que ele não poderia estar mais feliz.
Cléo reage
na defensiva, finge que não sabe do que ele está falando, embora o coração de João
sinta que o beijo foi de verdade – “A
única coisa que eu me lembro é você me b—mas você disse que isso não aconteceu.
É verdade, Cléo? Isso é só coisa da minha cabeça?” Cléo não quer admitir
que realmente beijou o João da Luz, e aproveita para dizer que eles precisam
sair dali depressa antes que a Iara retorne, mas eles nadam para a beira do
riacho juntos, e é lindo vê-la segurar a mão dele para levá-lo embora. É um
clima inegável, a música-tema do casal tocando… COMO EU AMO ESSES DOIS! Mais
tarde, de volta na casinha da árvore, todos ficam se perguntando o que foi que aconteceu, porque Pedrinho
celebra o fato de a Cléo tê-lo salvado antes
de ele ser transformado em pedra, mas o Saci ouviu da própria Iara que ela já
tinha, sim, transformado o garoto.
“O que aconteceu no fundo daquele riacho,
hein?”
Saci acha
tudo muito estranho, e fala que, para desfazer um feitiço da Iara, só com outro
feitiço, ainda mais forte… “Que encanto é
esse?” Naquela noite, João da Luz e Cléo vão dormir pensando um no outro, falando o nome um do outro. Ele está
todo sonhador, dizendo para ele mesmo que gostaria que aquele beijo não fosse
só coisa da sua cabeça e que ela gostasse dele de verdade, enquanto ela se
lembra de ter beijado a estátua, e fala o seu nome sem pensar… e quando a Cléo fala “João da Luz”, Emília a
escuta. Adoro a cena de Emília, Narizinho e Patty Pop cheias de perguntas
para a Cléo, a Patty Pop dizendo que a Cléo ficou toda vermelha e que aposta
que esse tal “João da Luz” é seu namorado, mas Cléo nega tudo, inventa uma
história de que João da Luz é o nome de um amigo imaginário que ela criou na
infância, mas nenhuma das meninas acredita.
Eventualmente,
a Iara comenta com o Saci sobre como a única coisa que poderia quebrar o seu
feitiço era um “beijo de amor verdadeiro” e, fofoqueiro, o Saci corre para
contar para o João e para o Pedrinho na casinha da árvore, e podemos ver a felicidade tomando conta de João
da Luz quando ele escuta isso – porque, afinal de contas, ele não estava imaginando coisas. O sorriso no rosto dele é uma das
coisas mais fofas do mundo, e o próprio Pedrinho diz que “só pode ter sido a
Cléo”, mas João mesmo aproveita para negar tudo, para dizer que eles só brigam
e que ela não gosta dele desde a primeira
vez que o viu, mas é claro que ele não acredita em nada do que está
dizendo, e não consegue parar de pensar nela nem por um minuto… por isso,
naquela noite, ele resolve ir até o Sítio do Picapau Amarelo e conversar
diretamente com Cléo – tirar essa história a limpo.
Quando as
luzes da casa se apagam, João assobia para chamar a sua atenção, e temos uma
cena bem divertida aqui, com a Cléo tentando ir falar com o João, mas a Emília
acordando e querendo “acompanhá-la até a cozinha”, já que Cléo deu a desculpa
de que estava indo tomar água e que o barulho que elas estão ouvindo lá fora
deve ser só um bicho… mas Emília é esperta: “Parece
que é um bicho assobiante, falante e muito interessante. Tô indo ver quem é”.
O pessoal do Sítio acaba despertando, um alvoroço que só, e Cléo demora muito para ir falar com o João, já que
precisa esperar a Emília voltar a dormir para que ela não o veja ali. Com a demora, João começa a pensar que a
Cléo não quer falar com ele, no fim das contas. Mas ela aparece
eventualmente, ansiosa para conversar com ele, com um sorriso no rosto e
pedindo desculpas por tê-lo feito esperar tanto.
Essa é uma
das melhores cenas de Cléo e João da Luz nesse “início” de temporada – a
energia entre eles, a química palpável, a maneira como Cléo visivelmente gosta
dele, mas não quer dizer, e como João espera que ela confesse que o beijo que o
salvou é dela. Ele já sabe disso, mas ele
quer ouvir da voz dela, então ele pergunta novamente se ela o beijou no riacho,
mas Cléo não tem coragem de dizer a verdade, e diz que “não sabe o que
aconteceu para ele voltar ao normal”. Quando o João vai embora (e passa aquela
noite toda pensando em Cléo e se perguntando se o que ela dissera é verdade e
ela não o beijou mesmo), no entanto,
ela volta pensativa para o seu quarto, pensando no que ele lhe dissera sobre a
informação da Iara: que apenas um beijo
de amor verdadeiro poderia salvar João do feitiço de Iara que o transformou em
pedra.
“Um beijo de amor, ele disse… será?”
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