Um Crush para o Natal (Single All the Way, 2021)
“People who
look at each other like that are not just friends”
Uma comédia
romântica gay e natalina para aquecer nossos corações! Protagonizado por
Michael Urie e por Philemon Chambers, “Um
Crush para o Natal” conta a história de um homem gay que mora em Los
Angeles com o melhor amigo, e que não tem muita sorte em relacionamentos –
quando ele finalmente acha que as coisas estão começando a dar certo para ele e
ele está com a mesma pessoa há aproximadamente quatro meses, inclusive pensando
em levar o namorado para passar o Natal com ele e a família, a sua falta de
sorte em namoros se mostra novamente e ele descobre que o homem com quem estava
saindo é casado… com uma mulher e tem
filhos. Então, Peter precisa pensar depressa no que vai fazer, porque já está
cansado de ser sempre o espetáculo da família por ser “o solteirão”, e ele já
dissera que levaria uma “surpresa”.
Todo mundo tá achando que vai levar um
namorado!
O filme é
divertido, fofo e carismático – tem tudo o que eu adoro em uma boa comédia
romântica! É um filme com a comédia afiada, com um clima natalino delicioso
expresso na história, nos cenários e nos figurinos, e eu adoro o fato de ser
UMA COMÉDIA ROMÂNTICA NATALINA GAY!
Afinal de contas, temos tantas comédias românticas hétero nessa época do ano
todo ano! Também adoro o fato de o filme trazer personagens que são
abertamente gays, que são assumidos há anos, que têm todo o apoio da família, e
que conhecem pessoas erradas até conhecer a pessoa certa com quem querem passar
o resto da vida… não é um drama sobre autodescobrimento ou sobre o preconceito,
ambos temas muito válidos, mas também sabemos que muitas vezes as histórias
gays se resumem a isso e não é o que
queremos: queremos ver gays sendo felizes, descobrindo o amor e só!
E “Um Crush para o Natal” é sobre isso!
Peter e Nick
são melhores amigos há 9 anos, dividem um apartamento, mas nunca passaram o
Natal juntos. Quando Peter descobre (com uma ajuda do amigo) que o seu namorado
de quatro meses o enganou, Peter decide que talvez Nick possa ir com ele para
New Hampshire… mais do que isso: talvez eles possam fingir que, depois de todos
esses anos, eles finalmente descobriram que estão apaixonados um por outro e
assumir um namoro – afinal de contas, a família de Peter já adora o Nick de
qualquer maneira e sempre perguntam porque eles não namoram. Parece o plano perfeito, e Nick é um bom
amigo, então acaba topando. O plano nunca se concretiza, no entanto, porque
Peter tem toda uma ideia de como ele e Nick farão o anúncio do “namoro”, e Nick
desiste da história toda quando a mãe de Peter fala que tem uma surpresa para
ele: um encontro às cegas.
Um encontro
às cegas pode ser um grande problema… se foi arrumado pela sua mãe, então,
talvez ainda mais. Dessa vez, no entanto, “Christmas Carole” acertou em cheio: James, o homem que ela
quer apresentar para o filho (interpretado por Luke Macfarlane), é um partidão!
Ele é inteligente, descolado, educado e incrivelmente bonito… acho que é muito difícil não se apaixonar
por ele, e Peter perde um pouco o fôlego quando o conhece – talvez porque
não tivesse colocado muita fé na escolha da mãe! E eu acho que o Peter teria se
apaixonado por James (afinal de contas, ele vai em três encontros, e nenhum
deles é chato), se ele já não estivesse secretamente apaixonado por outra
pessoa: seu melhor amigo há 9 anos e
colega de quarto, Nick. Talvez, no entanto, Peter nunca descobriria ou
assumiria seus sentimentos se não fosse por James.
Achei isso
muito bacana de “Um Crush para o Natal”
– é comum que, em comédias românticas, os personagens não fiquem com quem
achavam inicialmente que ficariam, e descobrem o amor no melhor amigo ou em uma
pessoa inesperada que acabaram de conhecer e com quem não se davam bem no
começo, mas também é muito comum que as pessoas só se deem conta disso quando
sofrem algum tipo de decepção amorosa… Peter sofrera várias decepções amorosas
durante a vida, e começa o filme com uma decepção grande, James não precisava
ser mais uma. É muito legal que o filme apresente o James como um cara por quem
poderíamos facilmente nos apaixonar, e Peter não fica com ele sem que precise
descobrir alguma coisa que torne o James uma decepção ou qualquer coisa… é só
que o coração de Peter já está completamente envolvido com outro.
Adoro como o
filme desenvolve isso, de ambos os lados. Nick também precisa descobrir que
está apaixonado por Peter, e o fato de Peter estar conhecendo uma nova pessoa
que parece perfeita e estar pensando em se mudar de Los Angeles para New
Hampshire mexe com ele de uma maneira inesperada – e parte da família de Peter
parece querer que eles sejam um casal de qualquer maneira… especialmente o pai
de Peter e as sobrinhas. Então, eles armam uma série de planos que envolvem
“arruinar os encontros” de Peter e James (eu achei mesmo que o gostoso do James
ia tirar a camisa quando derrubaram propositalmente um prato de comida nele!)
ou encontrar maneiras de fazer Peter e Nick passarem mais tempo juntos… afinal de contas, mesmo morando juntos,
agora eles estão em um lugar novo, um cenário romântico e perfeito para
descobrirem o amor.
E é o que
eles fazem… Peter sente o coração bater mais forte quando tira fotos de Nick
para um catálogo, e são fotos muito similares a fotos que ele tira de James
mais tarde, mas, com James, ele não tem essa conexão que ele tem com Nick – e
que o próprio James eventualmente percebe e é muito legal com Peter a respeito
disso. Peter passa os encontros falando bastante sobre seu melhor amigo e as
coisas que ele pode fazer, e James percebe que talvez “eles tenham uma conexão
inegável que todo mundo pode ver menos eles”. Eventualmente, ele mesmo pode comprovar isso. O romance vai
florescendo entre Peter e Nick em cenas muito bacanas, quando eles trabalham na
incrível e divertida peça de teatro da Tia Sandy (interpretada por Jennifer
Coolidge), por exemplo, ou quando as sobrinhas tomam a cama de Peter o
“obrigando” a dormir com Nick.
Nick e Peter
são fofos… mas precisam de um empurrãozinho. Felizmente, eles têm uma família
que se importa e que não tem nenhum problema em se meter na vida deles. As sobrinhas conversam tanto com Nick
que o fazem despertar para esse sentimento inegável. Depois, elas também falam
com Peter, e eu achei a cena com o Peter muito importante e intensa, porque o
Peter fala sobre como já teve sentimentos românticos por Nick, como talvez ainda os tenha, mas como tem medo
de fazer alguma coisa porque ele é seu melhor amigo, a pessoa mais importante
na sua vida, e se eles assumem um romance e não
dá certo, ele vai acabar o perdendo, e ele não quer que isso aconteça.
Depois disso, Peter e as sobrinhas dançam “Santa,
Can You Hear Me?”, da Britney Spears, na minha cena favorita de todo o
filme! E quando elas dizem para o Nick que “o sentimento é mútuo” e ele fica
olhando para o Peter dançar como se só ele existisse no mundo?
AMEI!
Então, Nick
resolve dar o primeiro passo e assume seus sentimentos. Ele diz que ama o
Peter, e o Peter responde que também o ama – porque isso é algo que ambos sabem
e que estão acostumados a dizer um ao outro. Mas Nick quer que Peter entenda o
que ele está dizendo de fato: que ele
está apaixonado por ele. Naquele momento, Peter não sabe como reagir, e
então o James chega e parece o pior
momento da história para ele chegar (mas o filme precisava de um drama
final), e o Nick diz que os encontrará no bar mais tarde, mas vai para casa e
arruma as malas para ir embora de volta a Los Angeles, se sentindo um idiota…
felizmente, ele acaba sendo contratado para uma pintura antes de poder ir para
o aeroporto e ir embora, e, enquanto isso, James é extremamente sincero com
Peter abrindo os seus olhos sobre o que sente por Nick de forma carinhosa e
incisiva.
James foi muito importante – será que,
enquanto Nick e Peter são felizes, a gente pode consolar o James?
Então, temos
aquela sequência final clichê e necessária para toda boa comédia romântica,
natalina ou não. Eu achei sinceramente que seria
a cena do aeroporto, ou que Peter iria até o aeroporto e não encontraria o
Nick lá, porque ele estava fazendo uma
pintura, afinal de contas, mas Peter acaba passando em frente de uma loja
para alugar e vê o carro alugado ali. A cena de Peter e Nick é linda, romântica
e aquece o nosso coração – a maneira como o Nick lhe dá o aluguel da loja como
seu presente de Natal, para que Peter possa abrir a loja de plantas que sempre
quis abrir, ou como Peter diz que também está apaixonado por eles, e como eles
resolvem o mal-entendido da mudança de Los Angeles para New Hampshire… afinal de contas, é claro que Peter adoraria
que o Nick se mudasse para lá com ele! EU ADOREI ESSE FILME, ADOREI ESSE
CASAL!
E a cena dos
dois contando para a família na abertura dos presentes, quando os sobrinhos de
Peter ganham de presente de Nick o manuscrito do primeiro rascunho de seu novo
livro sobre as aventuras de Emmett, seu cachorro… esse livro, contando sobre como Emmett passou o natal em um
hotelzinho, termina com o Peter e o Nick indo buscá-lo JUNTOS e se mudando para
New Hampshire. E então a família toda reage com sorrisos, aplausos,
felicidade, e eu também estava emocionado e feliz por Peter e Nick. Eu fiquei
TÃO FELIZ quando a Netflix anunciou “Um
Crush para o Natal” e, agora, depois de assisti-lo, eu fico extremamente
feliz de poder vir aqui comentar que eu ADOREI DO INÍCIO AO FIM. A Netflix
podia aproveitar o embalo dos filmes natalinos e fazer pelo menos uma comédia romântica gay natalina todo ano, né? Podia
ser uma tradição!
Vamos
torcer!
Para reviews de outros FILMES, clique aqui.
Comentários
Postar um comentário